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terça-feira, 19 de março de 2013

Início do Papado: espera-se milhares de peregrinos e 132 delegações de países.

Francisco vai receber o pálio, o anel do Pescador prata dourado e o evangeliário. Passará pelo meio dos fieis num veículo


Roma,


"Amanhã o Papa Francisco celebrará a missa de início de pontificado, junto com 180 concelebrantes. Chama-se ‘missa de abertura do ministério petrino do bispo de Roma’. E como tal é o papa da Igreja universal. No passado chamava-se entronização do papa, talvez no passado estava bem, mas não agora, já que não se trata de um rei".

Disse hoje no Mediacenter, o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi, acompanhado do porta-voz de língua espanhola José Maria Gil Tamayo e do Inglês e Francês o padre Thomas Rosica.

Estarão presente, pelo menos até os dados actuais, 132 delegações de países. E o padre Lombardi destacou “que a Santa Sé não faz convites, e quem quiser pode vir”. E se algum chefe de Estado quiser pode vir. E se alguém se sente desconfortável, não foi convidado e não foi rejeitado".

Depois da missa na basílica, já sem os paramentos, diante do altar central, os chefes de vários países cumprimentarão Francisco.

"O Papa deixa a casa de Santa Marta às 8h50 e dará uma volta grande pelas ruas, com o Papamóvel ou outro veículo que ele escolher, para cumprimentar de perto os peregrinos. Depois às 9h15 vai à sacristia, perto da imagem da Pieta esculpida por Michelangelo e ali se preparará para a missa que começa às 9h30".

A cerimónia começa no túmulo de São Pedro, debaixo do altar central e  será realizada na praça que de acordo com a tradição é o lugar do martírio de São Pedro, porque ali estava o circo de Nero.

Não há certeza - sabemos da outras comunicações da Santa Sé – de que os restos mortais do apóstolo estejam lá. Porém, sim sabemos claramente que é o túmulo de São Pedro, que está localizado exactamente abaixo do altar e do baldaquino de Bernini no centro da cruz da Basílica.

"Da sacristia o papa vai à tumba de São Pedro. Ali descerá à cripta debaixo do altar e acompanhado pelos patriarcas, ou os chefes das Igrejas orientais católicas, uns dez; quatro dos quais cardeais.

Ali na cripta estarão os símbolos que receberá o pontífice durante a missa: o anel do Pescador e o pálio e o evangeliário, depois do qual sobem em procissão, vão até a porta da basílica e saem para a esplanada, onde está o altar no qual será celebrada a Missa.

Nesses momentos se cantará as ladainhas Laudes Reges. "Um aspecto interessante – esclareceu o porta-voz - é que são invocados muitos santos, especialmente os santos papas, e concluem com a de São Pio X. Não se invocam os santos beatos, que são muitos”.

"O pálio - disse o porta-voz em espanhol Gil Tamayo - é de lã de carneiro, que fica em torno do peito e das costas, significa o bom pastor que procura a ovelha perdida, e com umas cruzes vermelhas - porque dá a vida para elas – e que lembram as chagas de Cristo. Os arcebispos metropolitas têm também o pálio, mas com as cruzes negras ".

O cardeal protodiácono, Jean Louis Touran, o mesmo que anunciou o habemus papam, dará o pálio ao Papa. É idêntico ao que tinha Bento XVI. E em seguida, segue uma oração. O anel será entregue pelo cardeal decano, Angelo Sodano.

É outro dos símbolos, chamado de Pescador, “porque São Pedro era um pescador, e lembra o texto bíblico da pesca milagrosa quando Jesus o fez pescador de homens. Este terá a figura de Pedro com as chaves. É obra de um famoso artista italiano, Enrico Manfrini. Está feito de prata dourada”, disse o porta-voz em espanhol.

Concelebram todos os cardeais que estão em Roma, os patriarcas e arcebispos orientais não cardeais, o secretário do Colégio de Cardeais e dois sacerdotes, e os generais dos Franciscanos e dos Jesuítas. Não há outros concelebrantes.

A cerimónia concluirá com a promessa de obediência. É feita por seis cardeais, um de cada ordem, ainda que já tenham feito isso quando foi eleito. E não haverá representantes de outros graus do clero, que pelo contrário o farão na Igreja de São João de Latrão, a catedral de Roma.

Depois desses ritos começa a missa, que é a da festividade de São José, patrono da Igreja. Ou seja, não há leituras relacionadas ao novo Papa, ou ao governo da Igreja.

O evangelho será proclamado desta vez só em grego. Na Páscoa, por exemplo, canta-se em latim e grego, que representam as duas dimensões da vida da Igreja.

As ofertas serão levadas sem procissão solene e o papa pessoalmente não dá a comunhão mas sim os diáconos e os 500 sacerdotes que o farão na praça. “Aspectos de simplicidade que farão que a missa não seja muito cumprida. Talvez umas duas horas” esclareceu.

As músicas serão cantadas pelo coro da Capela Pontifícia Sistina do mestre Massimo Palombella e pela Academia Pontifícia de Música Sacra. Uma parte especial, disse o mestre Palombella, é durante o ofertório, composta por Pierluigi de Palestrina, para a ocasião de um novo pontificado. E chama-se Tu es pastor ovium, tu es o pastor da ovelhas. E no final da missa conclui com o canto do Te Deum, com parte em gregoriano e polifónico. Não terá o Ângelus como nos domingos.

Na quarta-feira o Papa receberá as delegações cristãs na sala Clementina entre as quais se encontram representantes de alto nível, como, entre outros, o patriarca Bartolomeu, o católico arménio Karekin II e o metropolita Hilarion do patriarcado de Moscou.

Na missa estarão também 16 membros das comunidades judaicas, como o grande rabinato de Israel. E uma importante delegação muçulmana, além de budistas e de outros credos.

Também foi informado que o escudo do papa Francisco será o mesmo que quanto era arcebispo da cidade de Buenos Aires.

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