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sexta-feira, 15 de março de 2013

Dez frases contundentes (e um vídeo) do Papa Francisco que não o deixarão indiferente

"Não quero ofender, mas se crês que a Cáritas é uma ONG, estás equivocado", disse num vídeo o então cardeal Bergoglio.

Actualizado 15 de Março de 2013

Juan Bosco Martín Algarra / La información


“Com muita vergonha há anos temos assistido a luxuosas cenas de cáritas nas quais se rifavam jóias e coisas faustosas. Equivocaste-te: isso não é Cáritas”.

Esta frase pode-se escutar no vídeo que há no final deste artigo. Nos últimos aos, quando o Papa Francisco era o cardeal Bergoglio, bispo de Buenos Aires, não poupou duras críticas contra um sistema económico e social injusto.

Destacamos estas dez frases que abarcam diversas temáticas sociais:

I - Contra o tráfico de seres humanos
“Buenos Aires é uma fábrica de escravos e uma picadora de carne (...) Por favor, não lavemos as mãos, que não somos cúmplices desta escravidão! (...) Há escravos que fabricam estes senhores que estão a cargo do tráfico. Buenos Aires é uma picadora de carne que destroça a vida destas pessoas e lhes quebra a sua dignidade”. 13 de Julho de 2010. Homilia pronunciada durante uma missa no bairro de Constitución (Buenos Aires).

II - Sobre a justiça social
"O que dorme na rua não se vê como pessoa mas sim como parte da sociedade e abandono da paisagem urbana, da cultura do descarte, do ‘despejar’". 26 de Agosto de 2011, perante 400 delegados – laicos, sacerdotes, religiosas e religiosos - das dioceses da Região Pastoral de Buenos Aires, que participavam no Primeiro Congresso Regional de Pastoral Urbana.

III - Contra os sacerdotes que não baptizam bebés de mães solteiras
"Estes são os hipócritas de hoje. Os que clericalizaram a Igreja. Os que separam o povo de Deus da salvação. E essa pobre rapariga que, podendo ter mandado o seu filho ao remetente, teve a valentia de trazê-lo ao mundo, vai peregrinando de paróquia em paróquia para que o baptizem". 4 de Setembro de 2012, na missa de encerramento do encontro de Pastoral Urbana da região pastoral de Buenos Aires.

IV - Sobre a cultura da vida; contra o aborto e a eutanásia
"Há que por a cara e dizer: isto é cultura da vida, isto é vida, tudo o contrário à cultura da morte; se alguém vê que alguma destas coisas falta, digam-lhe que não, que por esse caminho não se vai a nenhuma parte, que por esse caminho se fracassa sempre". 1 de Setembro de 2009, no santuário de São Ramón Nonato a quem tradicionalmente as mães gestantes agradecem o dom da vida e as mulheres lhe pedem a sua intercessão para ficar grávidas.

V - Sobre a lei de matrimónio homossexual na Argentina

“Não sejamos ingénuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva do plano de Deus. Não se trata de um mero projecto legislativo (este é só o instrumento) mas sim de um movimento do Pai da Mentira que pretende confundir e enganar os filhos de Deus”. 8 de Julho de 2010, numa carta dirigida às religiosas carmelitas de Buenos Aires.

VI - Sobre a exploração laboral
"Disse que o que nos ensinavam no colégio, que a Assembleia do ano XIII aboliu a escravidão, são contos chineses. Em Buenos Aires tão vaidosa, tão orgulhosa, continua havendo escravos, continua havendo escravidão". 29 de Março de 2011. Missa no lugar onde funcionava uma oficina clandestina onde morreram seis pessoas calcinadas por um incêndio em 2006.

VII - Sobre o episcopado argentino

"Descuidamos facilmente o ministério da pregação e, para vergonha nossa, continuamo-nos chamando bispos; agrada-nos o prestígio que dá este nome, mas por outro lado não possuímos a virtude que este nome exige". 11 de Novembro de 2009. Perante o plenário da conferência episcopal argentina.

VIII - Sobre os perigos do laicismo
"Ao fazer como se Jesus Cristo não existisse, ao relegá-lo à sacristia e não querer que se meta na vida pública, negamos tantas coisas boas que o cristianismo trouxe à nossa cultura, fazendo-a mais sábia e justa; aos nossos costumes, fazendo-os mais alegres e dignos". 8 de Agosto de 2010, homilia na celebração religiosa dedicada a São Caetano no bairro portuário de Liniers.

IX - Sobre a educação das crianças

"Nunca poderemos ensinar a um rapaz o horizonte de grandeza da pátria (…) se usamos a nossa diligência como escalão das nossas ambições pessoais, para o nosso trepar quotidiano, para os nossos mesquinhos interesses, para encher a caixa ou para promover os amigos que nos sustém". 15 de Abril de 2010, na homília da Missa pela Educação, oficiada na Catedral frente a 5000 alunos e docentes.

X - Sobre o perigo do "clericalismo"

"Os padres tendem a clericalizar os laicos. E os laicos - não todos mas muitos – pedem-nos de joelhos que os clericalizemos porque é mais cómodo ser acólito do que protagonista de um caminho laical. Não temos que entrar nessa armadilha, é uma cumplicidade pecadora. (...) O laico é laico e tem que viver como laico com a força do baptismo, (...) levando a sua cruz quotidiana como a levamos todos. E a cruz do laico, não é a do padre. A do padre que a leve o padre que bastante ombro lhe deu Deus para isso". Novembro de 2011, numa entrevista feita pela agência argentina AICA.

... e um vídeo: "se não há esperança para os pobres, não a haverá para ninguém, nem para os ricos".


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