Estatísticas do próximo Conclave
Roma,
À medida que os dias correm, e já iniciada a congregação
geral “preparatória” dos cardeais, mais nomes e mais dados vão surgindo.
Os cardeais eleitores que entrarão no conclave, para votar em nome
da santa obediência, serão 115. O número inicial se reduziu devido à
impossibilidade da participação, por motivos de saúde, do cardeal Julius
Riyadi Darmaatmadja, SJ, arcebispo de Jacarta, Indonésia. Faltará
também o cardeal Michael O’Brien, arcebispo de Saint Andrews e
Edimburgo, na Escócia, que não participará por motivos de grave conduta
moral.
Outro cardeal ficou de fora do conclave por causa de três dias: o
ucraniano Lubomyr Husar, MSU, monge e arcebispo maior emérito de
Kiev-Galitzia e toda a Rússia, completou oitenta anos no último dia 26
de Fevereiro, antes que fosse declarada a Sé Vacante. Por causa da
idade, não poderá participar como eleitor.
O cardeal mais velho a votar será o alemão Walter Kasper, presidente
emérito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e
o mais jovem é Sua Beatitude Basilios Cleemis Thottunkal, arcebispo
maior de Trivandrum e catholicòs da Igreja católica siro-malabar da Índia.
De onde eles vêm?
Esta pergunta, além do aspecto geográfico, que também detalharemos,
tem outras duas perspectivas: quem os nomeou e qual é o seu tipo de
presbiterado (ou seja, se eles são diocesanos ou religiosos).
Os cardeais criados pelo beato João Paulo II são 49; os que receberam o título das mãos do papa emérito Bento XVI são 67.
Qual é a influência desta casuística na tendência ao voto? Pode haver
algum tipo de influxo relacionado com a antiguidade no colégio
cardinalício, que torna alguns cardeais mais conhecidos do que outros; é
natural que dos cardeais mais recentes se saiba menos, com destaque
para algum fato ou posição na cúria que lhes tenha dado mais exposição
pública.
Não é casual, portanto, o que o cardeal arcebispo de Nova Iorque,
Timothy Dolan, tenha declarado a um jornal italiano que aproveitará os
dias de conversas em Roma para conhecer melhor os seus irmãos, “alguns
dos quais só conheço pelos livros que escreveram”.
Cada cardeal é filho de uma história pessoal, marcada principalmente
pelo tipo de vida que abraçou desde jovem. Dito em outras palavras,
alguns têm origem no clero secular, ou seja, são diocesanos, enquanto
outros se formaram sob a tutela de uma família religiosa que deixou
neles traços característicos.
Um religioso recebe a formação própria do carisma da sua ordem ou
congregação, com uma visão universal. Pode ser que ele tenha sentido um
chamado particular a um estilo de vida mais focado na docência, como
educador; pode ser, ainda, que o seu impulso vocacional tenha se voltado
às missões ou à juventude, e até mesmo ao maior crescimento
intelectual, para mencionar apenas alguns exemplos.
No caso dos diocesanos, eles em geral desenvolveram sua formação e
posterior ministério na vida paroquial, impregnados de uma
espiritualidade diocesana e em estreita colaboração com seus bispos.
Salvo experiências pontuais de missão ou de estudos, eles não costumam
ser enviados para fora da sua diocese e menos ainda do seu país.
As estatísticas do próximo conclave, neste aspecto, nos apresentam 97
cardeais cuja origem é o clero diocesano, enquanto 18 provêm da vida
religiosa.
Sobre estes, um é jesuíta, três são franciscanos menores e um é
franciscano capuchinho. Participam também quatro salesianos, dois
dominicanos, um redentorista, um lazariano e um sulpiciano. Há também um
cardeal de cada uma das seguintes famílias religiosas: Schoenstatt,
escalabrinianos, Oblatos de Maria Imaculada e Ordem Maronita da
Santíssima Virgem Maria.
Também é cardeal eleitor um membro da prelatura pessoal do Opus Dei,
que parece ter sido incluído nas estatísticas oficiais como parte dos
provenientes do clero secular.
Continuará…
in
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