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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Será o Natal que precisa de ser salvo?

Nos últimos tempos tenho ouvido (incluindo de católicos) e lido que temos de salvar o Natal. Confesso que fico um pouco incomodada com a afirmação. Não concordo em nada com ela. Por vezes parece-me que ainda não aprendemos talvez a principal lição que deveríamos aprender através da pandemia que estamos a viver – apesar de todas as decisões que temos de tomar durante a nossa vida, não comandamos nada. E como tal não comandamos no tempo e em vez de o aproveitarmos bem, desperdiçamo-lo muitas vezes com coisas que não interessam nada…e já diz o ditado “Não sabemos o dia de amanhã!”. Mas uma certeza deve acompanhar o nosso dia-a-dia “O tempo não para!” e por isso haverá em qualquer circunstância Natal. O que parece que temos e devemos salvar será o espírito de Natal e isso poderemos e conseguiremos salvar sejam quais as circunstâncias que iremos viver em Dezembro. Basta querer! Transcrevo um pequeno texto de um padre que enuncia provavelmente os principais pontos de luta para transformarmos o Natal de 2020 no mais verdadeiro que já vivemos até hoje.

“Não haverá Natal? Claro que sim!

Mais silencioso e com mais profundidade,

Mais parecido com o primeiro, no qual Jesus nasceu na solidão.

Sem muitas luzes na terra, mas com a da estrela de Belém

fulgurando trilhos de vida na sua imensidão.

Sem cortejos reais colossais, mas com a humildade de nos sentirmos

pastores e servos em busca da verdade.

Sem grandes mesas e com amargas ausências, mas com a presença de um Deus que tudo tornará pleno.

Não haverá Natal? Claro que sim!

Sem as ruas a transbordar de gente, mas com o coração aquecido por Aquele que está para chegar.

Sem barulhos nem ruídos, propagandas ou foguetes...

mas contemplando o Mistério,

sem medo do "covid-herodes" que pretende

tirar-nos até o sonho da esperança.

Haverá Natal porque Deus está ao nosso lado

e partilha, como Cristo no presépio, a nossa pobreza, a nossa provação, o nosso pranto, angústia e orfandade.

Haverá Natal porque necessitamos de uma luz divina no meio de tanta escuridão entre os homens e mulheres.

A Covid-19 nunca poderá chegar ao coração, nem à alma, dos que no amor põe a sua esperança e o seu maior ideal.

Haverá Natal!

Cantaremos os nossos cantos natalícios!

Deus nascerá no nosso coração e nos trará a liberdade!"

Se pensarmos nestes pontos, muito provavelmente ficaremos menos ansiosos e mais serenos e por consequência alegres mesmo nas circunstâncias que estamos a viver e assim de certeza estaremos a salvar o verdadeiro, mas talvez muito esquecido, espirito de Natal.
Concluo com um ensinamento sábio do Papa Francisco: “A primeira coisa que o Natal nos chama a fazer é dar glória a Deus, porque Ele É bom, É fiel, É misericordioso. Desejo a todos que possam reconhecer o verdadeiro rosto de Deus, o Pai que nos Deu Jesus. Desejo a todos que possam sentir que Deus Está perto, possam estar na Sua presença, amá-Lo, adorá-Lo.” E concretiza com um gesto tão simples mas tão eficaz, “Olhemos o presépio e façamos este pedido à Virgem Mãe: ‘Ó Maria, ó nossa Mãe, mostrai-nos Jesus!”…qual é a mãe que não ajuda o seu filho?...principalmente quando este pede com sinceridade...e atrevo-me a acrescentar o pedido de ajuda a um grande santo, S. José  poderá ainda ajudar-nos mais pois está sempre muito próximo de Jesus.
Salvemos então o espírito de Natal neste ano tão peculiar...e não percamos tempo começando já no advento que começará no próximo dia 29 de Novembro. Aprendamos com a cultura grega ‘De tudo quanto gastamos, o mais caro é o tempo!’
Maria Caetano Conceição
Lic. em Medicina Veterinária









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