Nos
últimos tempos tenho ouvido (incluindo de católicos) e lido que temos de salvar
o Natal. Confesso que fico um pouco incomodada com a afirmação. Não concordo em
nada com ela. Por vezes parece-me que ainda não aprendemos talvez a principal
lição que deveríamos aprender através da pandemia que estamos a viver – apesar
de todas as decisões que temos de tomar durante a nossa vida, não comandamos
nada. E como tal não comandamos no tempo e em vez de o aproveitarmos bem,
desperdiçamo-lo muitas vezes com coisas que não interessam nada…e já diz o
ditado “Não sabemos o dia de amanhã!”. Mas uma certeza deve acompanhar o nosso
dia-a-dia “O tempo não para!” e por isso haverá em qualquer circunstância
Natal. O que parece que temos e devemos salvar será o espírito de Natal e isso
poderemos e conseguiremos salvar sejam quais as circunstâncias que iremos viver
em Dezembro. Basta querer! Transcrevo um pequeno texto de um padre que enuncia provavelmente
os principais pontos de luta para transformarmos o Natal de 2020 no mais
verdadeiro que já vivemos até hoje.
“Não haverá Natal? Claro que sim!
Mais silencioso e com mais profundidade,
Mais parecido com o primeiro, no qual Jesus nasceu na solidão.
Sem muitas luzes na terra, mas com a da estrela de Belém
fulgurando trilhos de vida na sua imensidão.
Sem cortejos reais colossais, mas com a humildade de nos sentirmos
pastores e servos em busca da verdade.
Sem grandes mesas e com amargas ausências, mas com a presença de um Deus
que tudo tornará pleno.
Não haverá Natal? Claro que sim!
Sem as ruas a transbordar de gente, mas com o coração aquecido por Aquele
que está para chegar.
Sem barulhos nem ruídos, propagandas ou foguetes...
mas contemplando o Mistério,
sem medo do "covid-herodes" que pretende
tirar-nos até o sonho da esperança.
Haverá Natal porque Deus está ao nosso lado
e partilha, como Cristo no presépio, a nossa pobreza, a nossa provação, o
nosso pranto, angústia e orfandade.
Haverá Natal porque necessitamos de uma luz divina no meio de tanta
escuridão entre os homens e mulheres.
A Covid-19 nunca poderá chegar ao coração, nem à alma, dos que no amor põe
a sua esperança e o seu maior ideal.
Haverá Natal!
Cantaremos os nossos cantos natalícios!
Deus nascerá no nosso coração e nos trará a liberdade!"
Se pensarmos
nestes pontos, muito provavelmente ficaremos menos ansiosos e mais serenos e
por consequência alegres mesmo nas circunstâncias que estamos a viver e assim
de certeza estaremos a salvar o verdadeiro, mas talvez muito esquecido,
espirito de Natal.
Concluo com um ensinamento sábio do Papa Francisco: “A
primeira coisa que o Natal nos chama a fazer é dar glória a Deus, porque Ele É
bom, É fiel, É misericordioso. Desejo a todos que possam reconhecer o
verdadeiro rosto de Deus, o Pai que nos Deu Jesus. Desejo a todos que possam
sentir que Deus Está perto, possam estar na Sua presença, amá-Lo, adorá-Lo.” E
concretiza com um gesto tão simples mas tão eficaz, “Olhemos o presépio e
façamos este pedido à Virgem Mãe: ‘Ó Maria, ó nossa Mãe, mostrai-nos Jesus!”…qual
é a mãe que não ajuda o seu filho?...principalmente quando este pede com
sinceridade...e atrevo-me a acrescentar o pedido de ajuda a um grande santo, S.
José poderá ainda ajudar-nos mais pois está
sempre muito próximo de Jesus.
Salvemos então o espírito de Natal neste ano tão peculiar...e
não percamos tempo começando já no
advento que começará no próximo dia 29 de Novembro. Aprendamos com a cultura
grega ‘De tudo quanto gastamos, o mais caro é o tempo!’
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Maria Caetano Conceição Lic. em Medicina Veterinária |
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