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domingo, 24 de janeiro de 2021

Homicídio em promoção

A cultura de morte é uma nova estratégia política mundial imposta como forma de controlo do crescimento da população, mas cujo objectivo é criar uma nova ordem social.

Fruto de doutrinas filosóficas, económicas e políticas, o conceito de dignidade da vida tem vindo a ser medido pelo valor da eficácia e da utilidade, por conseguinte, nos momentos mais vulneráveis da existência, como o nascimento e a morte, a devida protecção é substituída por um alegado novo direito de liberdade individual, no qual o individuo se considera com poder para eliminar o outro, o mais frágil e carenciado de protecção e apoio.

A cultura de morte é uma lenta mas organizada imposição que visa formar a sociedade a partir da desconstrução da cultura cristã, alterando os conceitos de dignidade da vida, de estrutura familiar, de complementaridade sexual, fomentando um novo modelo de ser humano.

Promover e legalizar o aborto, não obstante a ciência provar a vida do bebé nascituro, hoje fazem-se ecografias onde está patente esta verdade; insistindo na legalização da eutanásia, quando a medicina de todo o mundo se opõe com recursos éticos de dignidade profissional, alegando ainda a necessidade imperiosa de cuidados médicos para os casos mais difíceis; impondo a ideologia de género nas escolas e a sexualização de crianças, entre outros meios de manipulação da sociedade, nomeadamente através dos media, preparados para apoiar e passar a mensagem desta ideologia de destruição.

O programa foi iniciado em 1952, da autoria do mega-bilionário Jonh Rockefeller III, que fundou em Nova Iorque, o Conselho Populacional com a finalidade de implementar políticas internacionais de controlo de crescimento populacional. Porém o seu fim principal era a implementação duma nova ditadura mundial com consequente destruição dos Direitos Humanos, considerados como intocáveis, na medida em que não foram concedidos por ninguém, mas são uma prerrogativa de todo o ser humano.

Um dos princípios básicos da democracia moderna consiste no reconhecimento da diferença essencial entre os direitos humanos e a legislação positiva. Abolida esta vertente estão instaladas as condições para um estado totalitário que não reconhece a existência de direitos anteriores e superiores à sua autoridade, ao seu poder absoluto. Vemos como nestas circunstâncias o chamado estado laico se torna e se assume como um deus que tem o poder de decidir sobre a vida e a morte da humanidade, fomentando uma mentalidade mortífera e desconstrutiva da vida, uma cultura de genocídio a nível mundial.

Na década de 90, a Fundação Ford aliou-se a Rockefeller e criaram a política mundial dos direitos sexuais e reprodutivos, implementando a contracepção com caracter de emergência.

Desmotivar as pessoas para terem filhos, legalizar o aborto, alterar os comportamentos sociais, promover a degradação feminina e a imoralidade nas relações sexuais foi também uma estratégia utilizada com a ajuda de grupos feministas, financiados pela Fundação Ford e por várias ONGs criadas para este fim. A ONU aderiu ao programa estabelecido e participou nas Conferências do Cairo em 1994, de Pequim em 1995 e de Glen Cove em 1996.

Com o patrocínio de muitas outras fundações, entre as quais Gates, Rockefeller e Ford, muitos lobbies e grupos de pressão, com muita chantagem e terminologia enganadora, a vitória da Cultura de Morte abrangeu toda a terra, nomeadamente África, Ásia e América Latina.

Recordemos que a Igreja se apercebeu destas mudanças bruscas nos anos 60 e de como se estavam a agravar num continuum imparável, numa crescente desconstrução activamente promovida por fortes correntes culturais, económicas e políticas, criando bases de actuação dentro e fora da Igreja, influenciando o mundo inteiro numa estratégica demolição de valores ancestrais.

O Papa Paulo VI, em 25 de Julho de 1968, na sua encíclica Humanae Vitae, deixou claro a imoralidade dos métodos de controlo de natalidade, nomeadamente o intrauterino, que se espalhavam pelo mundo como uma onda avassaladora e surpreendente.

Em 25 de julho de 1995, João Paulo II, alertou a Igreja acerca de uma realidade que se fixou depois dos anos 60 e que se agravou de forma ininterrupta. A encíclica Evangelium Vitae analisa e, ao mesmo tempo, alerta sobre a situação cultural que se impunha com a finalidade de se opor aos valores da vida e da família. Podemos perceber, tanto em Paulo VI, como em João Paulo II, que algo de grave estava a acontecer no mundo, e não era fruto de uma onda espontânea de “evolução” como querem que pensemos.

Porém, muitas destas medidas têm sido impedidas pelas delegações pró-vida e pró-família que se têm vindo a formar, actuando na sociedade civil, cumprido o dever de salvar vidas e assegurar os valores fundamentais, alertando e sensibilizando para que as nossas famílias não sejam destruídas por esta estratégia mundial de cultura de morte.


É toda uma civilização que está em risco, mas felizmente, por todo o mundo se erguem vozes a prol do Vida, da Família, da Dignidade e da Verdade.

Maria Susana Mexia


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