"A morte causada não pode ser um atalho que nos permita economizar recursos humanos e económicos em cuidados paliativos e acompanhamento integral", disse o bispo auxiliar de Valladolid e secretário-geral e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola, Luis Argoello.
A votação da lei da eutanásia antes do Natal pelo Governo e seus apoios, que neste caso são todos os grupos, exceto Vox e o PP, implementou uma miserável desvalorização da vida humana. Sem o debate necessário, sem prestar atenção à profissão médica - muito mais pronunciada contra ela através de suas faculdades - sem tentar buscar a qualquer momento o consenso social necessário, tudo no meio duma pandemia e em dias antes do Natal, é deveras maligno e de má-fé.
Lá como por cá, a urgência na legislação da morte é uma tragédia humana em que os governos só pensam em obedecer às pressões de poderosos grupos de poder, a todo o custo.
A caminho está em curso a mudanças dos fins dos Estados, era suposto ser a de proteger os cidadãos e defender a vida e a partir de agora passará a ser de perseguição e morte infligida a nascituros e idosos. Mas o pior é que também perverte a relação médico doente, a missão sublime da medicina, de aliviar, curar, confortar e animar o corpo e a alma dos doentes e dos seus familiares será transformada numa relação de morte à vida, de ódio, sofrimento e pavor, muito ao jeito dos defensores destas ideologias que adoram espalhar o medo, aterrorizar e destruir tudo onde lhes possa parecer existir sentimento humano, amor, espirito de ajuda e de serviço aos outros.
A morte causada não pode ser uma técnica que facilite aos governos recuperar a economia desfalcada, consequência de gastos exagerados. As vidas humanas são sagradas, não são moeda de troca para equilibrar a balança comercial, enriquecer mais os ricos e flagelando a dignidade dos mais pobres, mais desfavorecidos, já tão explorados pelos grupos de poder que deles se têm servido sem pudor, nem respeito ou compaixão.
Fique alertado caro leitor, não se deixe intoxicar pelos argumentos de que se servem para nos enganarem, sejamos lúcidos e tentemos deslindar o que de macabro ou demoníaco se encontra na base de toda esta azáfama de legalizar a morte, espalhar e infelicidade, sobrecarregar as consciências dos que sempre ficam a sofrer psicológica, afectiva e humanamente quando são impelidos a desfazer-se dum filho que não vai nascer, como virá a acontecer quando o mesmo se passar com um pai, mãe ou outro familiar idoso e doente do que se quiseram desfazer “oferecendo-lhe a morte com dignidade.”
É um tema muito sério, muito sensível e muito íntimo, para ser levado e debatido com interesses políticos e aparente bondade ou compaixão de quem sofre. Inversão de palavras, de sentimentos, de prioridades e de hierarquia de valores, se é que ainda se pode encontrar estas características em alguns parlamentos.
A Eutanásia é uma forma de desprezo pela vida humana
Maria Antónia Robalo
Gestora de Recursos Humanos
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