Mais de 500 mil crianças sírias encontram-se deslocadas devido às dramáticas consequências do frio e da violência dos combates que, desde dezembro, se intensificaram no noroeste do país, segundo informações avançados pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Dezenas de milhares de crianças estão agora a viver em tendas, em campos de deslocados, afectadas por temperaturas que têm atingido sete graus negativos. Um comunicado desta terça-feira, 18 de fevereiro, difundido pela UNICEF e pela organização não-governamental Save the Children, referia que cerca de 30 crianças morreram por causa do frio intenso ou dos combates.
“Caminhámos durante três dias e agora moramos em tendas. Todos os nossos pertences estavam encharcados de chuva e lama”, diz Nadia (nome alterado), uma mãe recentemente deslocada de Saraqeb em Idlib, que agora vive na área de Aleppo. “Eu tenho uma criança muito doente que precisa de cirurgia urgente, mas não posso pagar. Se o meu filho morrer, tudo o que eu poderia fazer seria enterrá-lo”, queixa-se ela, citada pela UNICEF.
“À medida que mais civis procuram desesperadamente a segurança na fronteira síria com a Turquia, ficamos preocupados, porque a quantidade de mortes aumenta, dadas as condições de vida absolutamente desumanas”, afirmou, em comunicado divulgado pela agência espanhola Efe, a diretora da ONG para a Síria, Sonia Klush.
Segundo a Save the Children, apenas nos três primeiros dias de fevereiro quase 145.000 pessoas deixaram as suas casas e mais de 80.000 foram viver ao ar livre, em campos cobertos de neve.
Sem comentários:
Enviar um comentário