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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Regressar a casa, assumir o essencial

Esta quinta-feira concretizou-se o que já era esperado: todas as escolas fechadas durante, pelo menos, 15 dias, a celebração presencial das missas suspensa, as restrições que muitos criativamente ensaiavam, foram agora alargadas e terão de ser, decisivamente assumidas por todos.

«A Conferência Episcopal Portuguesa determina a suspensão da celebração ‘pública’ da Eucaristia a partir de 23 de janeiro de 2021, bem como a suspensão de catequeses e outras atividades pastorais que impliquem contacto, até novas orientações”.

Assim marcou o dia um comunicado da Conferencia Episcopal Portuguesa enviado à Agência ECCLESIA, numa decisão valorizada pelo Presidente da República, e algo esperada.

Para muitos será um regresso a um multitasking confinado, onde se procura conjugar tarefas e serenidade, cultivar afetos e cuidados com os que permanecem ausentes. Se como sociedade nos é pedido que fiquemos em casa, como comunidade importa não esquecer aqueles para quem o confinamento significa isolamento, pobreza, insegurança, abuso.

Circula nas redes sociais uma mensagen de anónimos e figuras públicas a afirmarem a sua disponibilidade para ajudar quem não tem o que comer ou quem, mesmo que de forma privada – porque envergonhada – sinalizar que precisa de ajuda. Que possamos multiplicar afetos, cuidados, atenção, partilha e presença.

Em vésperas de eleições presidenciais, deixamos o alerta da vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, apelando a uma “participação massiva” que ultrapasse o medo de contágio.

“Vamos protegidos com máscara, caneta, muito álcool-gel, mantenhamos a distância de segurança, mas vamos votar. E depois, regressemos às nossas casas”.

Rosário Carneiro afirma que a abstenção “é sempre terrível”, alerta para o “enviesamento” dos resultados que poderá advir de uma fraca participação e afirma a necessidade de não perdemos a matriz humana que marca a democracia portuguesa.

Deixo ainda o apelo dos capelães militares que alertam para uma situação “preocupante” dentro das prisões e pedem a vacinação “urgente” para a população dos estabelecimentos prisionais, reclusos e guardas.

A falta de condições, a partilha de celas e balneários aumentam o perigo de contágio e votam «população esquecida pela sociedade» a maior fragilidade, assim explicou o coordenador das capelanias prisionais no Patriarcado de Lisboa, um território onde existem 12 estabelecimentos para uma população de cerca de cinco mil reclusos.

Mas já sabe que há mais para ver, ler e ouvir no portal da Agência Ecclesia.

Fique em casa, respeite o confinamento, seja cívico.

Nós continuamos cá a fazer-lhe companhia!

Lígia Silveira


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