O homem de hoje ambiciona uma total liberdade, não quer depender de nada, nem de ninguém, muito menos de Deus.
«O Ocidente embriagado pelo poder da sua ciência e da sua tecnologia, só consegue pensar em si como demiurgo todo- poderoso, sendo que tudo aquilo de que não é autor acaba por lhe parecer uma afronta à sua dignidade! Onde a liberdade do fazer se torna liberdade de fazer-se por si mesmo, chega-se necessariamente a negar o próprio Criador; e, o próprio homem como criatura de Deus, como imagem de Deus, é degradado na essência do seu ser».*
Hoje a neobarbárie da humanidade está nas leis, nas poderosas e perigosas ideologias, nas opiniões encomendadas e divulgadas como meio de formação das mentes, distorcendo as verdades, simulando uma comiseração pelos fracos, os pobres, os doentes e os desprotegidos.
«Devemos cultivar a nossa natureza, não
negá-la! A nossa humanidade atinge a plenitude do seu desabrochamento aceitando
o dom da sua natureza sexuada, cultivando-a e desenvolvendo-a. A nossa natureza
indica o sentido em que a nossa liberdade se poderá exprimir de maneira fecunda
e feliz. Mas, para os defensores da ideologia do género, só se pode ser livre
se negar o estado natural.
A ideologia do género visa desconstruir
a especificidade do homem e da mulher, abolir as diferenças antropológicas.
Trabalha encarniçadamente na construção de uma nova cultura mundial unissexo,
sem masculinidade nem feminilidade, que permita o advento de uma nova era
humanista. O nosso planeta arrisca-se a ficar a assemelhar-se àquelas zonas
industriais em que já não há lugar para a natureza e que se tornam desumanas.
Devíamos ficar com vertigens perante o absurdo e a perversidade das nossas
próprias invenções!
Algumas organizações internacionais,
como a Fundação Bill e Melinda Gates, a International Planned Parenthood
Federation ( IPPF) e as respectivas associações-satélite, despendem montantes
extraordinários para introduzir esta ideologia em África. E não hesitam em
pressionar os governos e as populações nesse sentido. Apoiadas pelo seu poder
económico e as suas certezas partidárias, elas ostentam uma nova forma de
colonialismo ideológico. Com uma energia furiosa, há militantes que agem sem
respeito pelos povos e assumem por vezes atitudes de militantes dominadores e
desdenhosos em relação àqueles que consideram atrasados. (…) Serão os mais
pobres os últimos defensores da natureza humana? Quero prestar-lhes aqui
homenagem: todos vós que, aos olhos do homem, não tendes poder nem influência,
vós que, no vosso íntimo, sabeis o que é ser humano, não tenhais medo daqueles
que querem intimidar-vos. A vossa missão é grande, ´consiste em impedir que o
mundo se desfaça (…) instaurar um pouco do que constitui a dignidade de viver e
de morrer`».*
Conforta saber que por todo o mundo há
vozes que se erguem em sussurro de esperança com palavras e obras, na certeza
de que a soberba humana não prevalecerá sobre a Verdade e o Bem.
Maria Susana Mexia
*A NOITE VAI CAINDO E O DIA JÁ ESTÁ NO OCASO, de Cardeal Robert Sarah
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