“Numa atenção compreensiva e crítica aos problemas culturais e sociais emergentes no mundo contemporâneo e numa renovadora mitografia do ser lusíada, desde há meio século Eduardo Lourenço constituiu-se no mais reputado pensador português da atualidade», destaca a justificação do júri, que atribuiu o Prémio por unanimidade.
“Foi para mim uma grande surpresa. Já não estou em idade para receber prémios, mas tive uma grande satisfação e honra, não tanto por mim, mas pela grande admiração que tenho pelo Padre Manuel Antunes, velho amigo que sempre cultivou a exigência crítica e deixou-nos uma obra notável a que volto sempre com grande proveito”, afirmou Eduardo Lourenço à Renascença, depois de ter tido conhecimento da notícia.
Os jurados destacam que Eduardo Lourenço “nunca renegou os princípios e os ditames do humanismo cristão”, mantendo-se “fiel aos seus fundamentos antropológicos, axiológicos e éticos, bem como à consequente ‘obrigação de suportar a liberdade humana’ em todos os domínios”.
«Tão oposto às panaceias ideológicas, prontas a cativarem ou alienarem a liberdade da vontade intelectual, quanto avesso à desolação do “niilismo spiritual” e à demissão das doutrinas relativistas, Eduardo Lourenço sustentou sempre, com desassombro e brilho, que a sua demanda de Conhecimento se queria coerente com o horizonte da “vivência mesma da Verdade”», acentua a declaração.
De acordo com o júri, Eduardo Lourenço obedeceu “’por temperamento e por formação espiritual’, à ‘única motivação radical’” que “finalmente é como decisão de ordem ‘religiosa’ e mesmo ‘mística’ […] que melhor se compreenderá”, relata a notícia do SNPC, que acrescenta alguns dados biográficos e da obra do premiado, bem como das distinções que já recebeu, além de recordar os anteriores escolhidos com o Prémio Árvore da Vida.
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