No próximo dia 26, comemora-se o 44º aniversário da morte de
S. Josemaria, fundador do Opus Dei. Este Santo
do nosso tempo nasceu em Barbasto, Espanha, no dia 9 de Janeiro de 1902,
planeava ser arquitecto e constituir família. Contudo, no ano de 1918, intuiu
que Deus lhe pedia algo diferente. Não sabendo qual o querer divino, trocou os
seus sonhos meramente humanos para estar completamente à disposição da vontade
de Deus, decidindo ordenar-se sacerdote. Recebeu o Sacramento da Ordem em 1925,
durante esse tempo pediu sempre ao Senhor luzes para ver o que Ele lhe pedia.
Mas esse pedido só foi satisfeito na terça-feira, 2 de Outubro de 1928, festa
dos Santos Anjos da Guarda durante um retiro espiritual. Nessa altura, segundo
as palavras de S. Josemaria, ele “viu” o Opus Dei, que é hoje uma prelatura pessoal constituída por sacerdotes, mas sobretudo
por leigos que podem ser casados (na sua maioria), solteiros ou viúvos e “tem
como missão difundir uma profunda tomada de consciência do chamamento universal
à santidade e do valor santificador do trabalho corrente” (www.opusdei.pt).
S. Josemaria costumava afirmar que a ignorância é a grande
inimiga das almas e, por isso, deu grande importância à catequese e à pregação,
sendo a Filiação Divina o fundamento do espírito
do Opus Dei. “(Deus) Quer que lhe chamemos Pai, que saboreemos essa palavra,
deixando a alma inundar-se de alegria” (Cristo que Passa, 64).
De realçar a disponibilidade deste santo para o querer de
Deus, o seu espírito de penitência, tinha a plena consciência que as grandes
coisas só se logram com grandes sacrifícios à semelhança do que aconteceu no Calvário.
A paixão de Jesus era outro aspecto em que meditava frequentemente, para
interiorizar cada vez mais o grande amor que Deus tem por cada homem e
aconselhava os seus filhos espirituais a fazerem o mesmo. Queria que eles procurassem
continuamente o Espírito Santo, estando atentos às suas inspirações,
relembrando que isso só é possível se houver recolhimento interior que pode e
deve existir mesmo no meio da confusão, pois parafraseando este santo, “a nossa
cela é a rua”. É aí que habitualmente encontramos Deus. Por isso, dirá na sua
homilia “Amar o mundo Apaixonadamente” que “na linha do horizonte, meus filhos,
parecem unir-se o céu e a terra. Mas não; onde se juntam deveras é nos vossos
corações, quando viveis santamente a vida de cada dia...”.
A sua “loucura” pela
Família de Nazaré era patente e pedia aos Supranumerários que os seus lares
fossem luminosos e alegres à semelhança do lar de Jesus, Maria e José. A forma
carinhosa e simples com que se dirigia ao seu Anjo da Guarda não pode deixar
ninguém indiferente. Por outro lado, a sua gigante Fé era patente não havia problemas,
mas sim ocupações, sempre com falta de recursos financeiros para levar adiante
as diferentes atividades apostólicas, mas isso para ele não eram problemas,
pois estava sempre abandonado nas mãos de Deus.
A sua alegria era contagiante, quando ia a um centro
perguntava sempre se as pessoas que aí viviam estavam alegres. Aliás, no livro
Sulco podemos ler “Um conselho, que vos tenho repetido teimosamente: estai
alegres, sempre alegres! Que estejam tristes os que não se consideram filhos de
Deus!”
Este santo era profundamente eucarístico, a sua vida girava
em torno da Santa Missa, oferecia a manhã em Acção de Graças pela Santa Misa
que tinha celebrado e o resto do dia era oferecido pela Santa Missa que
celebraria no dia seguinte.
Nos últimos dias aqui na Terra ofereceu a sua vida pela Santa
Igreja e, no credo ao rezar “Creio na Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica”
acrescentava “apesar dos pesares” e quando um cardeal perguntou o seu
significado, S. Josemaria respondeu “apesar dos meus pecados e dos seus”. Deste
modo, desagravava o desnorte que havia após o concílio Vaticano II por parte de
alguns. E, Nosso Senhor que, como afirmava o próprio santo, nunca se deixa ganhar
em generosidade, concedeu-lhe o grande desejo que tinha ao falecer: Olhar para
o quadro de Nossa Senhora de Guadalupe que tinha no seu quarto. Afinal ele levou a sua vida a desagravar pelas
ofensas ao Santíssimo Coração de Jesus que, como disse nossa Senhora aos
pastorinhos de Fátima “está muito ofendido” e talvez por isso, Nosso Senhor, eu
pelo menos gosto de pensar assim, tenha querido que a ida para o Céu deste
santo ocorresse no Mês do Sagrado Coração de Jesus.
Maria Guimarães
A
autora escreve segundo a antiga ortografia
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