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sexta-feira, 1 de maio de 2020

S. Josemaria, o Santo dos Afazeres Quotidianos

No próximo dia 26, comemora-se o 44º aniversário da morte de S. Josemaria, fundador do Opus Dei. Este Santo do nosso tempo nasceu em Barbasto, Espanha, no dia 9 de Janeiro de 1902, planeava ser arquitecto e constituir família. Contudo, no ano de 1918, intuiu que Deus lhe pedia algo diferente. Não sabendo qual o querer divino, trocou os seus sonhos meramente humanos para estar completamente à disposição da vontade de Deus, decidindo ordenar-se sacerdote. Recebeu o Sacramento da Ordem em 1925, durante esse tempo pediu sempre ao Senhor luzes para ver o que Ele lhe pedia. Mas esse pedido só foi satisfeito na terça-feira, 2 de Outubro de 1928, festa dos Santos Anjos da Guarda durante um retiro espiritual. Nessa altura, segundo as palavras de S. Josemaria, ele “viu” o Opus Dei, que é hoje uma prelatura pessoal constituída por sacerdotes, mas sobretudo por leigos que podem ser casados (na sua maioria), solteiros ou viúvos e “tem como missão difundir uma profunda tomada de consciência do chamamento universal à santidade e do valor santificador do trabalho corrente” (www.opusdei.pt).

S. Josemaria costumava afirmar que a ignorância é a grande inimiga das almas e, por isso, deu grande importância à catequese e à pregação, sendo a Filiação Divina o fundamento do espírito do Opus Dei. “(Deus) Quer que lhe chamemos Pai, que saboreemos essa palavra, deixando a alma inundar-se de alegria” (Cristo que Passa, 64).

De realçar a disponibilidade deste santo para o querer de Deus, o seu espírito de penitência, tinha a plena consciência que as grandes coisas só se logram com grandes sacrifícios à semelhança do que aconteceu no Calvário. A paixão de Jesus era outro aspecto em que meditava frequentemente, para interiorizar cada vez mais o grande amor que Deus tem por cada homem e aconselhava os seus filhos espirituais a fazerem o mesmo. Queria que eles procurassem continuamente o Espírito Santo, estando atentos às suas inspirações, relembrando que isso só é possível se houver recolhimento interior que pode e deve existir mesmo no meio da confusão, pois parafraseando este santo, “a nossa cela é a rua”. É aí que habitualmente encontramos Deus. Por isso, dirá na sua homilia “Amar o mundo Apaixonadamente” que “na linha do horizonte, meus filhos, parecem unir-se o céu e a terra. Mas não; onde se juntam deveras é nos vossos corações, quando viveis santamente a vida de cada dia...”.

 A sua “loucura” pela Família de Nazaré era patente e pedia aos Supranumerários que os seus lares fossem luminosos e alegres à semelhança do lar de Jesus, Maria e José. A forma carinhosa e simples com que se dirigia ao seu Anjo da Guarda não pode deixar ninguém indiferente. Por outro lado, a sua gigante Fé era patente não havia problemas, mas sim ocupações, sempre com falta de recursos financeiros para levar adiante as diferentes atividades apostólicas, mas isso para ele não eram problemas, pois estava sempre abandonado nas mãos de Deus.

A sua alegria era contagiante, quando ia a um centro perguntava sempre se as pessoas que aí viviam estavam alegres. Aliás, no livro Sulco podemos ler “Um conselho, que vos tenho repetido teimosamente: estai alegres, sempre alegres! Que estejam tristes os que não se consideram filhos de Deus!”

Este santo era profundamente eucarístico, a sua vida girava em torno da Santa Missa, oferecia a manhã em Acção de Graças pela Santa Misa que tinha celebrado e o resto do dia era oferecido pela Santa Missa que celebraria no dia seguinte.

Nos últimos dias aqui na Terra ofereceu a sua vida pela Santa Igreja e, no credo ao rezar “Creio na Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica” acrescentava “apesar dos pesares” e quando um cardeal perguntou o seu significado, S. Josemaria respondeu “apesar dos meus pecados e dos seus”. Deste modo, desagravava o desnorte que havia após o concílio Vaticano II por parte de alguns. E, Nosso Senhor que, como afirmava o próprio santo, nunca se deixa ganhar em generosidade, concedeu-lhe o grande desejo que tinha ao falecer: Olhar para o quadro de Nossa Senhora de Guadalupe que tinha no seu quarto. Afinal ele levou a sua vida a desagravar pelas ofensas ao Santíssimo Coração de Jesus que, como disse nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima “está muito ofendido” e talvez por isso, Nosso Senhor, eu pelo menos gosto de pensar assim, tenha querido que a ida para o Céu deste santo ocorresse no Mês do Sagrado Coração de Jesus.

Maria Guimarães
A autora escreve segundo a antiga ortografia




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