Quase 70 anos após a aprovação da Convenção da
ONU (02 de dezembro de 1949) sobre a eliminação do tráfico de pessoas e a
exploração da prostituição, a dimensão desta infâmia ainda é dramática,
estimando-se mais de 40 milhões de escravos no mundo modernos forçados a
trabalhar ou a prostituir-se.
De
acordo com os dados de 2016, mais de 70% das pessoas na escravidão são mulheres
e meninas, não incluindo o recrutamento de crianças por grupos armados e o
tráfico de órgãos.
A escravidão é essencialmente alimentada por
guerras e regimes totalitários, e por este motivo o país com mais escravos no
mundo parece ser a Coreia do Norte, seguido pela Eritreia, Burundi, República
Centro-Africana e Afeganistão, Mauritânia, Sudão do Sul, Paquistão, Camboja e
Irão, mas também existe nos países ricos como os Estados Unidos, Austrália,
Reino Unido, França, Alemanha, Holanda e em muitos outros países europeus.
Poderemos ainda acrescentar outras formas de
escravidão, como as dependências de drogas, de álcool, de pornografia, de
imposições malévolas em estilo de “modas”, que amarram e escravizam o ser
humano, roubando-lhes toda a liberdade e humanidade.
A escravatura é um crime, sendo que aqueles
que o cometem, permitem ou toleram, devem responder perante a justiça e é bom
saber que estes números não param de crescer, facto que nos deve levar a
reconsiderar e a agir numa sociedade que é de todos e para todos.
Escravos do consumismo, também, nestes tempos
em que tudo vira festa implicando gastos exagerados e altamente supérfluos.
Nesta quadra que se aproxima, o essencial é o Natal e não a correria louca ou
alienada às compras, sabendo de antemão que a maior parte dos produtos são
confeccionados em países com alto índice de escravatura, de pobreza, de
violência física, psíquica e moral sobre todos os seus exércitos humanos que trabalham
em condições degradantes para alimentar os vícios, os luxos e os caprichos dos
que exploram e colhem dividendos desta exploração desumana.
Vemos, sabemos e lemos, não façamos ouvidos de
mercador…
A vida flui, o tempo corre, a nossa ajuda é
necessária, o mundo sofre à nossa volta, mas há sempre a possibilidade de
minorarmos algo que faça sofrer o nosso próximo…
Como? Pois, cada um no seu lugar, pode
seguramente lançar uma réstia de bem e de esperança no horizonte desvirtuado da
nossa sociedade e aí, aonde está, vive e age, deverá fazer com que o sofrimento
de muitos se torne menor.
E ainda
porque os direitos humanos são um dever de todos nós façamos deste novo ano em
tempo de ajudar a concertar.
Feliz
2019
Emanuel
do Carmo Oliveira
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