Perante
uma Audiência Geral composta por 7 mil fiéis e peregrinos, presentes na Sala Paulo VI,
oriundos de todo o mundo, o Papa Francisco na sequência das suas catequeses, invocou a
expressão – “Abbà, Pai, Papá”,
reiterando que nela se concentra toda a novidade e radicalidade do Evangelho.
“Abbà - nesta invocação há uma força que
atrai todo o resto da oração, mas para rezar bem, é preciso ter um coração de
criança, ser simples e confiar”.
O Papa inspirou-se nesta quarta-feira na Carta de São Paulo aos Romanos 8,
14-16 para falar sobre nossa filiação
divina: “hoje partimos da observação de que, no Novo Testamento, a oração
parece querer chegar ao essencial, concentrando-se numa única palavra: “Dizer
`Abbà´ é algo muito mais íntimo, mais comovente do que simplesmente chamar Pai
a Deus".
Rezar o "Pai-nosso" com o coração é
dizer Papá, é desencadear uma relação de afecto, de calor e de amor, algo que
nos remete e envolve pelo abraço de um Pai que sente uma infinita ternura pelos
filhos e sempre os espera na esperança de que regressem para lhes poder perdoar.
E por isso, para rezar bem é preciso ter um
coração de criança e não um coração autossuficiente, ou uma atitude de suposta
igualdade face ao Criador, muito menos ainda reduzi-lo a algo relativo com a
intenção deliberada de exaltar a modesta criatura.
Somos sempre um filho pródigo, mas sabemos que
podemos voltar ao seio do Pai, basta quere-lo e confiar na misericórdia
divina.
“Pode acontecer que também nós tenhamos
trilhado caminhos distantes de Deus, como aconteceu com o filho pródigo e
a solidão ou o desespero nos faça sentir abandonados, sozinhos e perdidos, mas
basta um rasgo de coragem para encontrar a força de rezar, de falar com Deus, recomeçando
pela palavra mágica “Abbà”.
A
oração do cristão não é um acto solitário, não é um momento de vazio mental ou
espiritual, mas uma entrega e um encontro com Deus Pai que sempre nos espera
para nos receber e envolver no seu amor divino, para nos restituir a graça da
nossa condição e nos fazer crescer na dignidade de filhos dum Pai muito amado e
nosso Pai.
Benjamim
M. Santos
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