Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo |
Informação foi avançada no Algarve por D. Vicenzo Paglia, responsável por este setor na Santa Sé
Faro, Algarve, 27 jan 2016 (Ecclesia) – A exortação apostólica do Papa
Francisco sobre o Sínodo dos Bispos dedicado à Família vai ser publicada
até ao próximo mês de março.
A informação foi avançada à Agência ECCLESIA pelo presidente do
Conselho Pontifício para a Família, D. Vicenzo Paglia, durante as
jornadas de atualização do clero da Província Eclesiástica do Sul, que
estão a decorrer até esta quinta-feira em Albufeira, no Algarve.
O arcebispo italiano mostrou-se convencido de que o documento do Papa
mostrará uma Igreja Católica “em saída” e próxima das famílias em todos
os momentos da vida.
“Estou convencido que a exortação será um hino ao amor, a um amor que
quer zelar pelo bem das crianças, que sabe estar perto das famílias
feridas para lhes levar força, que quer estar junto dos mais idosos, a
um amor que toda a humanidade precisa”, salientou.
Subordinadas ao tema “Família: Centralidade, Renovação e Continuidade”,
as jornadas de atualização do clero da Província Eclesiástica do Sul
têm este ano como pano de fundo o último Sínodo dos Bispos dedicado à
Família.
A iniciativa conta com cerca de uma centena de sacerdotes inscritos, e
respetivos bispos, vindos das dioceses do Algarve, Beja, Évora e, pela
primeira vez, da diocese de Setúbal.
Na sua reflexão, D. Vicenzo Paglia destacou a importância das
comunidades católicas serem mais interventivas junto dos problemas e dos
desafios das famílias, sobretudo daquelas que estão a começar a sua
caminhada, os jovens casais.
“Hoje infelizmente, vemos uma grande brecha entre a família e a
paróquia: as famílias são muito pouco eclesiais, já que se voltam
facilmente, para si mesmas, e as paróquias são pouco familiares, porque
se encontram abafadas pelo peso da burocracia, ou envelhecidas pelo
funcionalismo. Há pouco calor, pouco acolhimento, pouco acompanhamento”,
sublinhou.
Sobre a atuação da Igreja perante casos como o das pessoas divorciadas,
recasadas ou que vivem em união de facto, questão que mereceu largo
destaque mediático durante o Sínodo, o responsável do Vaticano frisou
que todas estas pessoas podem e devem ser integradas na vida da
comunidade.
“O desafio dos cristãos é estar ao lado deles, não rotulando, não
criticando (…) a Igreja tem de falar para mudar. Teria sido dramático se
Jesus não tivesse falado com a samaritana. Esta é a atitude do Papa
Francisco, estar ao lado, não condenar, procurar o lado positivo da
questão e fazê-lo crescer”, referiu.
D. Vicenzo Paglia lembrou ainda as muitas famílias que vivem hoje
momentos “dramáticos” por causa da guerra, da pobreza, do desemprego ou
da instabilidade social, especialmente as que foram obrigadas a viver na
condição de refugiadas.
“Muitos governos não têm uma política familiar e isso é gravíssimo”,
acusou o arcebispo italiano, recordando que “a solidez de uma sociedade
está na família”.
JCP
in
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