Foi a 11 de Fevereiro de 1858 que Nossa Senhora apareceu pela primeira vez em Lourdes a Santa Bernardete Soubirous. A veracidade das aparições ia sendo confirmada pelo número e variedade de curas milagrosas ocorridas no local das aparições. Mas a mensagem da Virgem Maria era a de sempre desde as bodas de Caná: “Façam tudo o que Ele disser.” Imagino-a a falar com os serventes, num quarto ao lado, não fosse Jesus repetir a resposta de uns momentos antes: “Ainda não chegou a minha hora”.
Lourdes é dos locais em que se manifestou a misericórdia de Deus pela mão de sua Mãe. Por isso, são tantas as curas, no corpo e na alma, que se dão nesse lugar. Mas Deus também conta com a “misericórdia” dos doentes. Conta com a sua Fé. Conta que acreditem na sua bondade, na sua Misericórdia e no seu poder. Por seu lado, os doentes – e os seus acompanhantes – manifestam a sua Fé de várias formas por exemplo, deslocando-se a Lourdes, rezando, pedindo e, sobretudo, convertendo-se, isto é, querendo dar mais saúde à sua alma.
A minha amiga Camila levou a sua filha a Fátima para pedir a Nossa Senhora a cura da sua leucemia. Depois do sacerdote ter passado pelo grupo de doentes abençoando-os com a custódia onde levava a Hóstia consagrada, a mãe perguntou à jovem se tinha pedido pela sua cura. “Não, mãe”, foi a resposta, “Pedi pela cura daquele doente que parece estar pior do que eu.”
Este episódio que Camila me contou emocionada manifesta como a Misericórdia divina nos pode chegar através de outras pessoas, muito especialmente através da Virgem Maria, mas sempre através de pessoas humildes e generosas como Bernardete, em Lourdes, os pastorinhos e a filha de Camila, em Fátima.
A filha de Camila morreu com 16 anos, mas deixou rasto na minha memória, embora esteja aqui a usar um nome fictício. Fez-me recordar todos aqueles doentes, familiares e seus cuidadores que, tal como a filha de Camila, oferecem o seu tempo de vida pelos outros. Nisto são parecidos com o Filho de Deus.
Isabel Vasco Costa
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