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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Papa critica o tratamento de embriões como material descartável

Francisco recebeu o Comité Nacional de Bioética instituído na Itália e destacou que a biotecnologia não pode ser usada contra a dignidade humana


WIKIMEDIA COMMONS

“Todos sabem que a Igreja é sensível aos temas éticos, mas talvez nem todos saibam que a Igreja não reivindica nenhum espaço privilegiado neste campo, aliás, fica satisfeita quando a consciência civil é capaz de reflectir, discernir e trabalhar com base na racionalidade livre e aberta e nos valores constitutivos da pessoa e da sociedade”. Foi o que explicou o Papa Francisco durante uma audiência com os membros do Comité Nacional de Bioética da Itália.

Falando sobre a maturidade civil responsável, o Santo Padre afirmou que “trata-se de servir o ser humano, todos os homens e mulheres, com particular atenção aos vulneráveis e desfavorecidos”.

O princípio ético de considerar a pessoa em sua singularidade sempre como um fim e nunca como um simples meio, é fundamental também nas aplicações da biotecnologia no campo da medicina, que “não podem ser utilizadas nunca ​​de forma prejudicial à dignidade humana, nem devem ser orientadas para fins industriais e comerciais”, disse Francisco em seu discurso.

Por outro lado, o Papa destacou que o duro trabalho de investigação da verdade ética deve ser atribuído aos méritos daqueles que têm trabalhado, sobretudo, em um contexto marcado pelo relativismo e que confia pouco na capacidade da razão humana.

Assim, o Papa encorajou os presentes a trabalhar em três áreas específicas. Primeiro, ele citou o campo da análise interdisciplinar das causas da degradação ambiental. “Neste âmbito, é oportuno um confronto entre as teorias biocêntricas e antropocêntricas com a busca de percursos que reconhecem a centralidade correta do homem no respeito dos outros seres vivos e de todo o ambiente a fim de ajudar a definir as condições irrenunciáveis para a protecção das gerações futuras”.

Em segundo lugar, Francisco destacou a questão da marginalização das pessoas vulneráveis, numa sociedade inclinada à competição e aceleração do progresso. O Papa convidou a combater a cultura do descarte que tem várias expressões, dentre as quais o tratar os embriões humanos como material descartável e também as pessoas doentes e idosas, que se aproximam da morte”.

Por fim, ele pediu um “maior esforço rumo a um confronto internacional em vista da harmonização dos padrões e regras das actividades biológicas e médicas, regras que saibam reconhecer os valores e os direitos fundamentais”.


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