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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A ONU reitera que os colonatos israelitas são ilegais e um obstáculo à paz

O primeiro-ministro Netanyahu acusa Ban Ki-moon de incentivar o terrorismo

  Notícias do Mundo


O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon disse nesta terça-feira que compreende por que os palestinianos estão perdendo a esperança na paz, depois de 50 anos de ocupação e décadas sem cumprir os Acordos de Oslo.

Em uma reunião do Comité para o Exercício dos Direitos Inalienáveis ​​do Povo Palestino, Ban Ki-moon subscreveu a posição da ONU de que os assentamentos israelitas são ilegais, violam o direito internacional e ameaçam destruir a solução de dois Estados.

Também pediu ao governo israelita que cumpra com os acordos prévios, para melhorar a vida dos palestinianos e fortalecer as instituições a fim de optimizar a estabilidade e a segurança de ambos povos.

O líder da ONU também sublinhou a necessidade de que os líderes palestinianos se expressem contra o incitamento, melhorem a governabilidade e reconciliem Gaza e Cisjordânia sob uma autoridade legítima.

No entanto, garantiu que compreende que os palestinianos que vivem essa realidade no local e escutaram o mesmo no passado, ignorem esse apelo.

“Os jovens, especialmente, é que estão perdendo a esperança na paz. Estão chateados com as sufocantes políticas de ocupação. Estão frustrados com as restrições nas suas vidas diárias. Observam como os colonatos israelitas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, continuam expandindo-se”, disse Ban Ki-moon.

E acrescentou que os jovens estão perdendo a fé em seus próprios líderes, para que se chegue a uma reconciliação nacional e possa fazer-se realidade o sonho de um Estado palestino soberano, independente e próximo de Israel.

No seu discurso, o chefe da ONU disse que nada justifica os actos de terrorismo, nem os ataques às pessoas inocentes e reiterou a sua condenação categórica a esses factos. Mas indicou que para acabar com a violência, as medidas de segurança não serão suficientes porque não abordarão a frustração subjacente e o fracasso para conseguir uma solução política.

Por sua parte, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou Ban Ki-moon de incentivar o terrorismo após essa conversa de frustração palestiniana perante a ocupação israelita. “Os comentários do Secretário-Geral da ONU incentivam o terrorismo”, disse Netanyahu em um comunicado.

“Não há justificativa para o terrorismo. Os assassinos palestinianos não querem construir um Estado, querem destruir um Estado”, afirmou o primeiro-ministro israelita.

O Comité para o Exercício dos Direitos Inalienáveis ​​do Povo Palestiniano foi estabelecido em 1975 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a fim de recomendar um programa destinado a permitir o povo palestino de exercer os seus direitos inalienáveis, definidos pela Assembleia Geral como o direito à livre determinação, a independência e a soberania; e o direito dos palestinianos a voltar aos seus lares e recuperar os seus bens.

Desde 1991, o Comité tem apoiado sistematicamente o processo de paz. Ao mesmo tempo, expressou a sua profunda preocupação com os numerosos obstáculos e atrasos nas negociações, a anexação ilegal de Jerusalém Oriental, a contínua expansão dos assentamentos e a crescente rede de postos de controle e bloqueios nas estradas no Território Palestino Ocupado, a construção do muro de separação e a grave deterioração da situação económica da Palestina devido aos prolongados encerramentos militares. Ademais, condenou repetidamente os actos de violência cometidos por extremistas. E ressaltou que a ocupação israelita continua a ser a causa fundamental do conflito israelita-palestiniano.


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