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sábado, 30 de janeiro de 2016

Contemplação e testemunho, vias de Misericórdia

Na conclusão do Ano da Vida Consagrada, vigília de oração na Basílica de São Pedro



Começou na noite passada, 28 de Janeiro, com uma vigília de oração na Basílica Papal de São Pedro, o evento conclusivo do Ano dedicado à Vida Consagrada: “Vida Consagrada em comunhão. O fundamento comum na diversidade das formas”.

“As bem-aventuranças são caminho para uma vida plena e feliz, aqui e agora” – disse em sua homilia, Dom José Rodríguez Carballo, OFM, Arcebispo Secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica CIVCSVA”. Para um consagrado a alegria não é uma possibilidade, mas uma responsabilidade. Se pensarmos que Deus pode preencher nosso coração e nos fazer felizes; se acreditarmos que nossos irmãos e irmãs que Deus colocou ao nosso lado são presentes (…) então não podemos privar o mundo do dom da alegria em Cristo”.

O dia de hoje teve início num caminho de muita alegria, começando pelas palavras do Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da CIVCSVA: “Como pessoas consagradas, temos de mostrar que Deus é capaz de preencher nossos corações e nos fazer felizes”, explicou, exortando todos os homens e mulheres religiosos à unidade e à fraternidade, a viver na Igreja a espiritualidade da comunhão.

Seguir, ouvir, encontrar o outro: este é o estilo de Jesus que os consagrados homens e mulheres são chamados a aprender, disse Pe. Theobald, SJ. Consagrados a serviço da história em que vivem e trabalham; testemunhas de fraternidade que, se autenticamente vivida, torna-se um modo de vida “alternativo”; homens e mulheres que olham para o futuro com a visão profética de quem observa a obra do Espírito Santo, que continuamente cria e enriquece a Igreja de novos carismas.

O chamado para viver o estilo de vida contemplativa de Jesus vem dos relatos de Maria Grazia Angelini, OSB e Calle Miguel Marquez, OCD. A contemplação não é abstrair-se do mundo, mas inserir-se com vitalidade nele: “Deus vive e trabalha no mundo – explica Angelini – e isso nos coloca na situação original de contemplar. Não é uma actividade, não é um estado de vida, mas um estilo que brilha na acção: a forma unificante do crer. O Espírito trabalha. Guia-nos para o essencial. Seguir o Mestre”.

A contemplação é “uma fonte de graça matinal feita de misericórdia… que nos espera sempre”, explica Miguel Marquez Calle, que a declina através das experiências e testemunhos de santidade ao longo da história, de São João da Cruz até hoje: “A mãe é contemplativa: está em mil coisas, mas seu coração está completamente no filho / filha onde quer que esteja … não tira de seu seio a criatura, a leva com ela, como Deus leva cada um de nós n’Ele e Ele nos ama, diz São João da Cruz, com o mesmo amor que tem por Ele. Este amor de Deus é o princípio e o fim de qualquer contemplação”.


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