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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Festival de Cinema: "Room" encanta e comove o público

Filme de Lenny Abrahamson, que venceu o Toronto Film Festival, comoveu o público de Roma, graças à interpretação do jovem ator Jacob Tremblay

Roma, 21 de Outubro de 2015 (ZENIT.org) Gianluca Badii

Emoções e lágrimas no segundo dia do Festival de Cinema de Roma. O diretor do filme “Room” Lenny Abrahamson foi colhido com aclamação, tanto do público como da imprensa.

Baseado no best-seller de Emma Donoghue, o filme conta a história de amor entre uma mãe e um filho.

Jack é um menino de cinco anos que vive uma vida aparentemente normal: gosta de correr, assistir televisão, quer um cão, mas especialmente ama a sua mãe. Ele não sabe, porém, que a vida é tudo menos normal ...

Mora em um galpão, cuja única abertura para o exterior é uma claraboia e está convencido de que o mundo inteiro está fechado em seu quarto de dez metros quadrados, acredita que tudo fora tem a aparência do que eles vêem na TV. Ele não pode sair da sala porque Old Nick, o carcereiro, é o único que sabe o código para abrir a porta.

Mas isso não importa para Jack, para ele basta o amor de sua mãe para compensar todas as ‘faltas’. Mas a mãe "sabe que a vida não é feita de um quarto, clarabóia, cadeira e Old Nick, e deseja revelar isso a Jack.

Para fazê-lo deve revelar a verdade a uma criança pequena, fazendo-a sofrer e carregar uma carga pesada para seus cinco anos: só ele, Jack, pode salvá-la.

O filme, que ganhou o prémio do público no recente Festival de Cinema de Toronto, é uma evolução constante de emoções e sentimentos, empatia e sofrimento, amor e ódio pela história.

“Room” conta com poucos atores, pouca cenografia, alguns saltos no tempo, mas ao mesmo tempo muito coisa: suspense, romance, separação, crescimento, drama, renovação ... tudo com o filtro dos olhos da inocência de uma criança de cinco anos. Uma inocência que em breve, muito em breve, deverá lidar com a crueldade da vida, com a falta de sentido da maldade humana; uma inocência que será obrigada a destruir o próprio pequeno mundo, para abrir caminho para um mundo muito maior, mais assustador e sem ponto de referência. Para Jack na verdade, o único ponto de referência é a mãe.

A mãe, porém, é uma mulher provada, aniquilada, que perdeu a fé em si mesma e nos outros; uma mulher que depois de atingir a liberdade cobiçada, será esmagada pelo peso da mesma liberdade e de um mundo que não lhe pertence mais.

“Room” dá a impressão de ser um filme sem pontos fracos: o cuidado perfeito com os detalhes psicológicos, a habilidade técnica extraordinária do diretor para enquadrar o impacto emocional, a atenção aos menores componentes estilísticos, a capacidade filmar usando incessantemente o ponto de vista de uma criança, mostrando o mundo à sua altura... Tudo isso, misturado com as interpretações perfeitas dos protagonistas Brie Larson e Jacob Tremblay. Aqui deve ser feita uma menção especial: muitas vezes fala-se de crianças-prodígio atuando em filme, mas neste caso não há definição para descrever o talento deste jovem ator e o impacto crucial que tem sobre o sucesso do filme. Você está não apenas diante de um ator de grande nível técnico, mas confrontado com a capacidade de viver e fazer com que o público viva a inocência que permeia o filme, ao ponto de, ao escutar sua piada - "então eu quero voltar a ter quatro anos" - todo espectador deseja essa possibilidade para Jack e para si.

“Room” é um filme que faz você chorar, é um filme que te faz pensar e refletir, sem a necessidade de contar com sentimentalismo, mas simplesmente realizando a mais nobre tarefa do cinema: ‘encarnar’.

(21 de Outubro de 2015) © Innovative Media Inc.
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