Filme de Lenny Abrahamson, que venceu o
Toronto Film Festival, comoveu o público de Roma, graças à
interpretação do jovem ator Jacob Tremblay
Roma,
21 de Outubro de 2015
(ZENIT.org)
Gianluca Badii
Emoções e lágrimas no segundo dia do Festival de Cinema de Roma. O
diretor do filme “Room” Lenny Abrahamson foi colhido com aclamação,
tanto do público como da imprensa.
Baseado no best-seller de Emma Donoghue, o filme conta a história de amor entre uma mãe e um filho.
Jack é um menino de cinco anos que vive uma vida aparentemente
normal: gosta de correr, assistir televisão, quer um cão, mas
especialmente ama a sua mãe. Ele não sabe, porém, que a vida é tudo
menos normal ...
Mora em um galpão, cuja única abertura para o exterior é uma
claraboia e está convencido de que o mundo inteiro está fechado em seu
quarto de dez metros quadrados, acredita que tudo fora tem a aparência
do que eles vêem na TV. Ele não pode sair da sala porque Old Nick, o
carcereiro, é o único que sabe o código para abrir a porta.
Mas isso não importa para Jack, para ele basta o amor de sua mãe para
compensar todas as ‘faltas’. Mas a mãe "sabe que a vida não é feita de
um quarto, clarabóia, cadeira e Old Nick, e deseja revelar isso a Jack.
Para fazê-lo deve revelar a verdade a uma criança pequena, fazendo-a
sofrer e carregar uma carga pesada para seus cinco anos: só ele, Jack,
pode salvá-la.
O filme, que ganhou o prémio do público no recente Festival de Cinema
de Toronto, é uma evolução constante de emoções e sentimentos, empatia e
sofrimento, amor e ódio pela história.
“Room” conta com poucos atores, pouca cenografia, alguns saltos no
tempo, mas ao mesmo tempo muito coisa: suspense, romance, separação,
crescimento, drama, renovação ... tudo com o filtro dos olhos da
inocência de uma criança de cinco anos. Uma inocência que em breve,
muito em breve, deverá lidar com a crueldade da vida, com a falta de
sentido da maldade humana; uma inocência que será obrigada a destruir o
próprio pequeno mundo, para abrir caminho para um mundo muito maior,
mais assustador e sem ponto de referência. Para Jack na verdade, o único
ponto de referência é a mãe.
A mãe, porém, é uma mulher provada, aniquilada, que perdeu a fé em si
mesma e nos outros; uma mulher que depois de atingir a liberdade
cobiçada, será esmagada pelo peso da mesma liberdade e de um mundo que
não lhe pertence mais.
“Room” dá a impressão de ser um filme sem pontos fracos: o cuidado
perfeito com os detalhes psicológicos, a habilidade técnica
extraordinária do diretor para enquadrar o impacto emocional, a atenção
aos menores componentes estilísticos, a capacidade filmar usando
incessantemente o ponto de vista de uma criança, mostrando o mundo à sua
altura... Tudo isso, misturado com as interpretações perfeitas dos
protagonistas Brie Larson e Jacob Tremblay. Aqui deve ser feita uma
menção especial: muitas vezes fala-se de crianças-prodígio atuando em
filme, mas neste caso não há definição para descrever o talento deste
jovem ator e o impacto crucial que tem sobre o sucesso do filme. Você
está não apenas diante de um ator de grande nível técnico, mas
confrontado com a capacidade de viver e fazer com que o público viva a
inocência que permeia o filme, ao ponto de, ao escutar sua piada -
"então eu quero voltar a ter quatro anos" - todo espectador deseja essa
possibilidade para Jack e para si.
“Room” é um filme que faz você chorar, é um filme que te faz pensar e
refletir, sem a necessidade de contar com sentimentalismo, mas
simplesmente realizando a mais nobre tarefa do cinema: ‘encarnar’.
(21 de Outubro de 2015) © Innovative Media Inc.
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