Acabadas as férias de Natal, que este ano se revestiram de um aspecto diferente porque há muita gente a viver com grandes dificuldades, - o que nos mostrou que não podemos refugiar-nos na nossa própria vida mas que todos somos responsáveis por todos – devemos fazer uma paragem para reflectir.
Desenvolveram-se campanhas, promovidas por várias entidades, no sentido de partilhar o que temos com aqueles que precisam de apoio. Estas acções são muito meritórias, mas ficariam muito diminuídas no seu alcance, se se confinassem à satisfação de necessidades materiais.
A falta de estabilidade económica que fez com que muitas famílias sintam uma total impotência para satisfazer as suas necessidades básicas, tornam muito úteis a intervenção dos que podem resolver esses pequenos ou grandes problemas.
Não podemos, no entanto, esquecer que estes problemas afectam pessoas às quais é necessário demonstrar carinho, ternura e consideração.
Qualquer pessoa que se veja, repentinamente, numa situação difícil, sentindo ruir tudo à sua volta, precisa de duas ordens de coisas – por um lado a resolução das suas dificuldades económicas e por outro que lhe façamos sentir que a nossa força e suporte não pode ter como base as coisas que hoje existem e amanhã desaparecem.
Na actualidade vive-se muito a cultura do “ter” e quando se deixa de ter o status que se ambiciona, a auto-estima desaparece, surge a depressão e muitas vezes não há forças para remar contra a maré.
É aqui que se torna evidente que todos os que têm uma fé forte em Deus e que n´Ele vêem o seu fundamento – por muito difícil que seja o caminho – conseguem vislumbrar o farol que lhes indica a via certa.
Serão os crentes inconscientes? É possível sentir paz no meio da tormenta da vida? As respostas são não à primeira e sim à segunda.
Todos os que temos a felicidade de amar a Deus sabemos que somos amados por Ele, que não seremos poupados a dificuldades, mas que teremos sempre a Graça suficiente para lutar e chegar a bom porto.
O nosso Deus é muito próximo. Chegou junto de nós como uma criança indefesa. Fez-se homem para que nós aprendêssemos a viver bem a Vida que nos deu; viver bem para nós e para todos os que nos estão próximos.
Margarida Raimond
Professora
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