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sábado, 13 de dezembro de 2014

A “banalíssima” vida de Jesus

A vida de Jesus terá sido tão banal como a das outras crianças e jovens daquela época em Nazaré. Para além do desencontro de seus pais, em Jerusalém, aos doze anos de idade, nada mais houve a registar de diferente ou de extraordinário.
 
Tinha uma família normal, composta de pai e mãe, muitos amigos e era conhecido pelo filho de Maria e de José, o carpinteiro, um judeu piedoso, honesto e trabalhador.
 
Anos normais, de intenso trabalho e oração, numa cadência divinamente humana, um homem integrado na vida quotidiana e comum de Nazaré, mas atento a tudo o que à sua volta acontecia: trabalhos, alegrias, dores e fracassos não lhe foram estranhos, acompanhava de perto o fervilhar duma comunidade laboral, à qual pertencia como vizinho, amigo, parente e artesão.
 
Também a agricultura, o pastoreio e os trabalhos domésticos não lhe foram estranhos, pelo que nos é dado conhecer através das suas bonitas e oportunas parábolas, portadoras dum saber comum a todos os seus conterrâneos e contemporâneos.
 
Educado no seio duma família tradicional e pobre, o filho de Deus feito homem, foi obediente, dócil, carinhoso e sensível. Teve amigos, conversou com sua Mãe, aprendeu o oficio com S. José. Problemas, alegrias, angústias e tristezas fizeram parte da sua vida, sendo igual à de todos os outros.
 
Foi a casamentos, comia com os amigos, abordava os problemas da época e até falava de impostos em plena crise de exploração pelos romanos, por quem eram subjugados. De nada se alheou, nem da política, nem da dor humana, chegando a ficar triste e mesmo a chorar quando o sofrimento se abeirava dos que muito amava, sabendo que o seu reino não era deste mundo.
 
Um homem bom mas não ingénuo, conhecia  a espécie humana, sabia o bem e o mal que nela habitava e, ao longo dos seus trinta anos de vida pacata e serena, pôde confirmar a natureza e o barro de que o homem era feito.
 
Um verbo feito carne que habitou entre os seus, um filho de Deus que veio ao mundo para servir, um contador de “ histórias exemplares” que não veio para julgar nem condenar ninguém, mas para a todos salvar. Esta foi a sua Missão, o sentido da sua vinda e da sua vida.
 
“Jesus  em Nazaré” é a história dum Ser tão divinamente humano e feliz que só um coração a brotar de fé consegue abarcar na sua total dimensão.
 
É uma vida cuja cadência simples e normal, aparentemente desprovida de significado e valor, foi condensada num livro, pela espiritual mestria do Padre Hugo de Azevedo e que a  Diel editou.
 
“Um simples miminho de Natal” cujo recheio consiste na essência de vida dum Menino que nasceu, viveu e louco de Amor por nós se deixou matar, para nos salvar.
 
Maria Susana Mexia


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