A campanha Não olhe para trás procura arrecadar fundos e sensibilizar a realidade em que vivem os refugiados
Roma, 03 de Junho de 2014 (Zenit.org)
"Em uma noite, tivemos que sair correndo de casa porque
chovia balas e uns homens armados entravam nas casas para roubá-las”.
Este é o testemunho de Joseph, uma criança de 11 anos que, há alguns
meses, mora no acampamento para refugiados da missão salesiana de Juba
(Sudão do Sul).
A história de José é apenas uma das mais de 35 milhões de pessoas
que vêem as suas vidas destruídas em todo o mundo. Delas, o 85% são
mulheres e menores. Confrontos armados, perseguições ou desastres
naturais, como secas, terremotos ou inundações, são algumas das razões
pelas quais são forçados a deixar suas casas. E por isso, em muitos
casos, seu destino são os campos de refugiados que são instalados por
uma emergência e que, às vezes, permanecem durante anos.
"Há pessoas que só conhecem o campo como sua casa. Nasceram e
cresceram em um campo de refugiados”, explica Ana Muñoz, porta-voz das
Missões Salesianas. "A vida passa lentamente nesses lugares. Não há
muito a fazer e os refugiados não podem trabalhar ou estudar",
observaram os missionários salesianos que trabalham no campo de
refugiados de Kakuma (Quénia).
Actualmente, os missionários salesianos atendem mais de 400 mil
refugiados e deslocados em todo o mundo. "Dar a conhecer a realidade em
que vivem e arrecadar fundos para continuar atendendo aqueles que
abandonam os seus lares são os objectivos da campanha ‘Não olhes para
trás’”, que lançam desde as Missões Salesianas.
O porta-voz da organização afirmou que "no Sudão do Sul, a missão
salesiana atende mais de 500 mulheres e crianças refugiadas e na África
Central ainda milhares de pessoas vivem nas nossas paróquias e centros
educativos”. Por outro lado, na Turquia e Líbano os missionários
salesianos atendem famílias Sírias. Assim como no Paquistão, onde mais
de 2.200 meninos e meninas afegãos vão à escola graças à iniciativa dos
missionários salesianos. Na Índia, mais de 22.000 pessoas que moram em
campos de refugiados perto de Nova Deli são atendidas “para que possam
ter acesso à educação e à saúde, lhes ajudamos na busca de emprego e
realizamos actividades para os menores”, explica George Menamparampil,
salesiano da Índia.
Ana Muñoz afirma que "para nós, a educação das crianças e jovens
refugiados é essencial. Não só para o conhecimento e preparação para o
mercado de trabalho. Também porque ajuda a estabelecer rotinas, dar a
sensação de normalidade e manter viva a esperança”.
Em 1875, nasceu Missões Salesianas, quando São João Bosco enviou um
grupo de dez missionários para a Patagónia Argentina. Nestes 138 anos
mais de 10.000 salesianos foram enviados a países de missão. Actualmente,
estão presentes em 135 países, onde desenvolvem projectos a favor da
infância e da juventude mais desfavorecida. (Trad.TS)
(03 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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