Páginas

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Francisco na audiência: uma infância serena permite olhar a vida com confiança

Na catequese de hoje, o papa faz um apelo contra a exploração do trabalho infantil


Cidade do Vaticano, 11 de Junho de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García


Após dois dias de descanso, o papa Francisco retomou as suas actividades e chegou à Praça de São Pedro para a audiência geral desta quarta-feira com alguns minutos de antecedência, por volta das 9h25.

Antes de chegar à praça, o papa já tinha se encontrado na Sala Paulo VI com um grupo de doentes, a quem dedicou algumas palavras afectuosas: "Nós achamos melhor que vocês estivessem aqui na sala, mais à vontade... É um pouco mais fresco aqui, sabem? Em vez de ficar embaixo deste sol que cozinha! Vocês poderão ver a audiência através dos ecrãs. Podem ver tudo e acompanhar tudo sem sofrer este sol. Dizem que hoje será o dia mais quente [do verão no hemisfério Norte]. Obrigado! Agora, todos juntos, vamos rezar a Nossa Senhora e depois eu vou dar a bênção".

Enquanto isso, uma grande multidão vinda de todas as partes do mundo esperava com alegria e entusiasmo, protegida do intenso calor romano com guarda-chuvas e chapéus. Ao chegar, Francisco passou pelos corredores da praça para saudar e abençoar os presentes a bordo do papa-móvel descoberto.

Amanhã, 12 de Junho, celebra-se a Jornada Mundial Contra a Exploração do Trabalho Infantil. Por isso, o Santo Padre recordou hoje que "dezenas de milhões de crianças são obrigadas a trabalhar em condições degradantes, expostas a formas de escravidão e exploração, como também a abusos, maus tratos e discriminações". O pontífice fez um apelo para que a "comunidade internacional aumente a protecção social dos menores e derrote esta praga. Renovemos, todos, este compromisso, em particular as famílias, para garantir a cada criança a salvaguarda da sua dignidade e a possibilidade de um crescimento sadio. Uma infância serena permite que as crianças olhem com confiança para a vida e para o futuro".

No percurso entre o público, antes de começar a catequese, o Santo Padre desceu do papa-móvel e passou alguns minutos saudando mais de perto e conversando com a delegação de trabalhadores da localidade de Pomigliano. O grupo lhe entregou um veículo Panda azul, produzido na fábrica Giambattista Vico, da Fiat, coroando desta forma um desejo manifestado em uma carta escrita para o papa ainda em outubro de 2013, depois da visita do pontífice a Assis, durante a qual Francisco usou um Panda produzido na mesma fábrica.

"Ficamos muito orgulhosos por ver que o carro que nós fabricamos contribuiu, mesmo que modestamente, para difundir a mensagem de paz e de esperança que Sua Santidade levou até Assis. É também motivo de orgulho, para nós, pensar que o Santo Padre usa um carro como este, que nós usamos no dia-a-dia para chegar às nossas casas e aos nossos locais de trabalho", diz a carta.

A ideia dos trabalhadores de presentear o papa com um carro "acessível a todos, fruto do trabalho de tantos homens e mulheres italianos que acreditam naquilo que constroem" foi acolhida com entusiasmo pela direcção da fábrica. Hoje, uma delegação de 250 trabalhadores de Pomigliano, com seus uniformes de trabalho, convidados à audiência geral na praça, entregou ao papa o Panda azul fabricado especialmente para ele.

Na catequese desta manhã, o Santo Padre deu continuidade à série sobre os dons do Espírito Santo. Ele reflectiu hoje sobre o temor de Deus.

Publicamos a seguir as suas palavras no resumo final: "O temor de Deus, dom do Espírito Santo, não significa ter medo de Deus, pois sabemos que Deus é nosso Pai, que nos ama e quer a nossa salvação. É quando o Espírito Santo habita em nosso coração, nos infunde consolação e paz, aquela atitude de quem deposita toda a sua confiança em Deus e se sente protegido, como um filho com seu papai. 
Este dom do Espírito Santo nos permite imitar nosso Senhor em humildade e obediência, não com uma atitude resignada e passiva, mas com valentia e alegria. Ele nos torna cristãos convictos de que não nos submetemos ao Senhor por medo, mas conquistados pelo amor do Pai. Finalmente, o temor de Deus é um ‘alarme’. Quando uma pessoa está no mal, quando ela se afasta de Deus, quando ela se aproveita dos outros, quando ela vive apegada ao dinheiro, à vaidade, ao poder, ao orgulho, o santo temor de Deus chama a sua atenção: ‘Você não será feliz assim... Desse jeito, você vai terminar mal...’. Que o temor de Deus nos permita compreender que, um dia, tudo terminará e teremos que prestar contas a Deus”.

Francisco saudou “com afecto os peregrinos dos países latino-americanos. Peçamos a nosso Senhor que o dom do temor de Deus nos faça sentir o seu amor e a sua misericórdia em nossa vida. Muito obrigado".

Ao terminar a audiência, o papa dedicou uma saudação especial aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Francisco recordou que, no mês de Junho, a liturgia nos convida a rezar para o Sagrado Coração de Jesus. "Que esta devoção ensine vocês, queridos jovens, (…) a amar com a mesma intensidade; que fortaleça vocês, queridos enfermos, para carregarem com paciência a cruz do sofrimento; e que seja de apoio para vocês, queridos recém-casados, para edificar a sua família na fidelidade e no temor de Deus".

Sem comentários:

Enviar um comentário