Na catequese de hoje, o papa faz um apelo contra a exploração do trabalho infantil
Cidade do Vaticano, 11 de Junho de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
Após dois dias de descanso, o papa Francisco retomou as suas actividades e chegou à Praça de São Pedro para a audiência geral desta
quarta-feira com alguns minutos de antecedência, por volta das 9h25.
Antes de chegar à praça, o papa já tinha se encontrado na Sala
Paulo VI com um grupo de doentes, a quem dedicou algumas palavras afectuosas: "Nós achamos melhor que vocês estivessem aqui na sala, mais à
vontade... É um pouco mais fresco aqui, sabem? Em vez de ficar embaixo
deste sol que cozinha! Vocês poderão ver a audiência através dos ecrãs.
Podem ver tudo e acompanhar tudo sem sofrer este sol. Dizem que hoje
será o dia mais quente [do verão no hemisfério Norte]. Obrigado! Agora,
todos juntos, vamos rezar a Nossa Senhora e depois eu vou dar a bênção".
Enquanto isso, uma grande multidão vinda de todas as partes do mundo
esperava com alegria e entusiasmo, protegida do intenso calor romano com
guarda-chuvas e chapéus. Ao chegar, Francisco passou pelos corredores
da praça para saudar e abençoar os presentes a bordo do papa-móvel
descoberto.
Amanhã, 12 de Junho, celebra-se a Jornada Mundial Contra a Exploração
do Trabalho Infantil. Por isso, o Santo Padre recordou hoje que
"dezenas de milhões de crianças são obrigadas a trabalhar em condições
degradantes, expostas a formas de escravidão e exploração, como também a
abusos, maus tratos e discriminações". O pontífice fez um apelo para
que a "comunidade internacional aumente a protecção social dos menores e
derrote esta praga. Renovemos, todos, este compromisso, em particular as
famílias, para garantir a cada criança a salvaguarda da sua dignidade e
a possibilidade de um crescimento sadio. Uma infância serena permite
que as crianças olhem com confiança para a vida e para o futuro".
No percurso entre o público, antes de começar a catequese, o Santo
Padre desceu do papa-móvel e passou alguns minutos saudando mais de perto
e conversando com a delegação de trabalhadores da localidade de
Pomigliano. O grupo lhe entregou um veículo Panda azul, produzido na
fábrica Giambattista Vico, da Fiat, coroando desta forma um desejo
manifestado em uma carta escrita para o papa ainda em outubro de 2013,
depois da visita do pontífice a Assis, durante a qual Francisco usou um
Panda produzido na mesma fábrica.
"Ficamos muito orgulhosos por ver que o carro que nós fabricamos
contribuiu, mesmo que modestamente, para difundir a mensagem de paz e de
esperança que Sua Santidade levou até Assis. É também motivo de
orgulho, para nós, pensar que o Santo Padre usa um carro como este, que
nós usamos no dia-a-dia para chegar às nossas casas e aos nossos locais
de trabalho", diz a carta.
A ideia dos trabalhadores de presentear o papa com um carro
"acessível a todos, fruto do trabalho de tantos homens e mulheres
italianos que acreditam naquilo que constroem" foi acolhida com
entusiasmo pela direcção da fábrica. Hoje, uma delegação de 250
trabalhadores de Pomigliano, com seus uniformes de trabalho, convidados à
audiência geral na praça, entregou ao papa o Panda azul fabricado
especialmente para ele.
Na catequese desta manhã, o Santo Padre deu continuidade à série
sobre os dons do Espírito Santo. Ele reflectiu hoje sobre o temor de
Deus.
Publicamos a seguir as suas palavras no resumo final: "O temor de
Deus, dom do Espírito Santo, não significa ter medo de Deus, pois
sabemos que Deus é nosso Pai, que nos ama e quer a nossa salvação. É
quando o Espírito Santo habita em nosso coração, nos infunde consolação e
paz, aquela atitude de quem deposita toda a sua confiança em Deus e se
sente protegido, como um filho com seu papai.
Este dom do Espírito
Santo nos permite imitar nosso Senhor em humildade e obediência, não com
uma atitude resignada e passiva, mas com valentia e alegria. Ele nos
torna cristãos convictos de que não nos submetemos ao Senhor por medo,
mas conquistados pelo amor do Pai. Finalmente, o temor de Deus é um
‘alarme’. Quando uma pessoa está no mal, quando ela se afasta de Deus,
quando ela se aproveita dos outros, quando ela vive apegada ao dinheiro,
à vaidade, ao poder, ao orgulho, o santo temor de Deus chama a sua
atenção: ‘Você não será feliz assim... Desse jeito, você vai terminar
mal...’. Que o temor de Deus nos permita compreender que, um dia, tudo
terminará e teremos que prestar contas a Deus”.
Francisco saudou “com afecto os peregrinos dos países
latino-americanos. Peçamos a nosso Senhor que o dom do temor de Deus nos
faça sentir o seu amor e a sua misericórdia em nossa vida. Muito
obrigado".
Ao terminar a audiência, o papa dedicou uma saudação especial aos
jovens, aos doentes e aos recém-casados. Francisco recordou que, no mês
de Junho, a liturgia nos convida a rezar para o Sagrado Coração de
Jesus. "Que esta devoção ensine vocês, queridos jovens, (…) a amar com a
mesma intensidade; que fortaleça vocês, queridos enfermos, para
carregarem com paciência a cruz do sofrimento; e que seja de apoio para
vocês, queridos recém-casados, para edificar a sua família na fidelidade
e no temor de Deus".
(11 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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