Historiadora foi mal interpretada em relato sobre corpos 'despejados' em fossa séptica
Roma, 12 de Junho de 2014 (Zenit.org)
O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, pede urgência às
autoridades na busca pela verdade sobre os corpos de centenas de
recém-nascidos encontrados perto de um antigo abrigo para mães
solteiras.
"A mensagem do Evangelho afirma que a fé autêntica é medida pela
forma como tratamos as crianças, que representam Jesus Cristo", disse o
arcebispo, acrescentando que não se sentia bem com os detalhes
provenientes dos relatórios.
A declaração do arcebispo Martin surge a partir de notícias sobre os
corpos de cerca de 800 crianças que teriam sido "despejadas" em uma
fossa séptica, nas proximidades do abrigo St Mary "mãe e bebé" em Tuam,
entre os anos de 1925 e 1961.
De acordo com o Irish Independent, as irmãs do Bon Secour,
cuja ordem era responsável pela casa durante o período em questão,
disseram que estão "profundamente entristecidas" com as recentes
notícias. As irmãs afirmam que apoiam a iniciativa das autoridades para
descobrir a verdade sobre o que aconteceu com as crianças.
No entanto, a veracidade de determinados detalhes da história,
relatados recentemente, foram colocados em questão, após a historiadora,
cuja pesquisa gerou os relatórios iniciais, disse que foi mal
interpretada.
"Eu nunca usei a palavra 'despejado'", disse Catherine Corless em
entrevista ao Irish Times. "Eu nunca disse a ninguém que 800 corpos
foram jogados em uma fossa séptica. Isso não ‘saiu’ de mim em qualquer
momento. Estas não são minhas palavras".
Corless, um historiadora local do Co Galway, está analisando os
registos do abrigo St. Mary’s. Em sua pesquisa, ela descobriu que a
maioria dos 796 corpos descobertos eram de crianças que morreram na
casa.
Entre 2011 e 2013, Corless pagou um total de 3184 € para obter as
certidões de óbito das crianças, dizendo que ela teria recebido em Setembro passado. "Se eu não fizesse isso, ninguém mais teria feito",
disse ela.
Embora os nomes das crianças, idades, locais de nascimento e as
causas da morte tenham sido registados, não havia registos de
sepultamento, e nenhum sinal de que eles teriam sido enterrados em
cemitérios locais. Em um artigo intitulado "The home", publicado no Journal of the Old Tuam Society
em 2012, Corless concluiu que as crianças haviam sido enterradas em um
cemitério não-oficial perto da casa. Durante anos, o local foi
frequentado por pessoas locais que plantavam flores e uma gruta foi
erguida nas proximidades.
De acordo com o Irish Times, Corless está "triste, confusa e consternada" com a especulação em torno da história.
"Eu só queria as crianças fossem lembradas e que seus nomes fossem
escritos em uma placa", disse ela. "Foi por isso que eu fiz este projecto, e agora ele ganhou ‘uma vida própria’".
(Trad.:MEM)
(12 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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