O padre Pagano tem 31 anos e ordenou-se em Maio
Richard Pagano, sacerdote desde há menos de um ano: quem o teria dito só uns meses antes de ingressar no seminário! |
Actualizado 1 de Março de 2014
C.L. / ReL
O próximo 18 de Maio, Richard Pagano cumprirá um ano como sacerdote de São Vicente de Paulo. Depois de cinco anos de estudo no seminário que a sua congregação tem na Florida, foi ordenado na catedral basílica de San Agustín, ao norte do estado, fundada em 1565 como a primeira paróquia católica do que hoje são os Estados Unidos.
Como muitos outros convertidos que optam finalmente por entregar as suas vidas por completo a Deus, aos seus 31 anos o padre Pagano tem uma agitada história por detrás. Marcada pelo basquetebol, as lesões e uma solidão ganha a pulso, contou-a recentemente ao National Catholic Register e mostra uma vez mais que os caminhos do Senhor são inescrutáveis e passavam no seu caso porque os seus joelhos o deixassem deitado.
C.L. / ReL
O próximo 18 de Maio, Richard Pagano cumprirá um ano como sacerdote de São Vicente de Paulo. Depois de cinco anos de estudo no seminário que a sua congregação tem na Florida, foi ordenado na catedral basílica de San Agustín, ao norte do estado, fundada em 1565 como a primeira paróquia católica do que hoje são os Estados Unidos.
Como muitos outros convertidos que optam finalmente por entregar as suas vidas por completo a Deus, aos seus 31 anos o padre Pagano tem uma agitada história por detrás. Marcada pelo basquetebol, as lesões e uma solidão ganha a pulso, contou-a recentemente ao National Catholic Register e mostra uma vez mais que os caminhos do Senhor são inescrutáveis e passavam no seu caso porque os seus joelhos o deixassem deitado.
O drama infantil, a rebelião adolescente
Antes disso, as coisas na vida familiar não tinham sido fáceis. Os seus pais divorciaram-se quando ele tinha dois anos, e ele foi viver para Nova Iorque com a sua mãe e a sua irmã para casa dos avós, onde também habitavam dois tios seus de 20 e 18 anos. "Alguns dos meus melhores momentos da infância são da igreja e da família", disse, pois iam todos juntos à paróquia de Santa Catarina de Alexandria em Blauvelt: a "casa de Deus", como a chamava a sua mãe.
Richard começou a jogar basquetebol aos cinco anos num aro do pátio da sua casa, e com o passar dos anos converteu-se numa eficaz escolta com bom tiro exterior, visão do jogo e excelente penetração na defesa rival. Lamentavelmente, a evolução do seu carácter não era tão positiva. Depois de se destacar na equipa do instituto, começou a jogar como júnior numa equipa universitária, até que o seu mau comportamento fora da quadra durante um campeonato no Kentucky provocou que o expulsassem.
Um "selvagem" com os joelhos partidos
"Por desgraça, isso não me impulsionou a melhorar a minha atitude. Era um jovem selvagem sem nenhum objectivo na vida. O objectivo mais elevado que encontrava era o basquetebol", confessa. E continuou praticando-o numa equipa universitária de Nova Jersey, mas levava quatro anos jogando com moléstias no joelho e acabou de destroçá-lo.
"A minha carreira no basquetebol parecia acabada. Então voltei à Florida, e apesar do conselho do meu médico de que não jogasse depois da operação, continuei fazendo-o até que também me lesionei no outro joelho. O mais patético da cena é que os ´amigos´ que me haviam animado a jugar esse dia se estavam rindo enquanto eu me retorcia de dor no solo", continua o jovem presbítero.
"Jesus, estou fazendo tudo mal, ajuda-me"
Nesse momento não sabia o importante que ia resultar essa lesão. Tiveram que intervir no segundo joelho, e no pós-operatório esperava-o Deus. "Ninguém veio visitar-me. Os meus ´amigos´ pareciam disfrutar com os meus problemas, e a minha família não queria saber nada de mim pelas minhas histórias selvagens. Era verdade: realmente a minha forma de vida afastava de mim todas as pessoas às quais queria. Vivia enterrado na obscuridade e em mentiras, e isolado nos meus pecados. Estava vazio e necessitava um Salvador. Foi nessa ocasião de grande necessidade quando rezei com humildade pela primeira vez na minha vida", recorda agora.
Antes disso, "ocasionalmente pedia coisas a Deus, mas sem nenhum desejo de cumprir a sua vontade. A única coisa que me importava eram os meus interesses egoístas. E agora que necessitava um resgate físico, emocional e espiritual (e depois disso, ter um verdadeiro objectivo e uma verdadeira direcção na minha vida), abri a minha alma e perguntei-me que sem-número de almas ao longo dos séculos se tinham colocado: ´Jesus, estou fazendo tudo mal. Preciso da tua ajuda´".
De onde veio essa Bíblia?
"Justo no dia seguinte", continua, "vi uma Bíblia na minha mesa. Não sei como chegou ali, porque não a tinha visto antes, mas comecei a lê-la, em particular os Provérbios e o Eclesiastes. Esses livros realmente falaram ao meu coração, a minha necessidade de redenção e de uma finalidade". Richard começou a rezar diariamente, e como no exemplar das Sagradas Escrituras que tinha encontrado havia uma estampa das Sete Dores, começou a ter devoção a essa advocação da Virgem: "Isso desembocou no rosário diário, e a guia de Nossa Santíssima Mãe fez surgir uma nova realidade, e é que por fim a minha vida tinha sentido. Comecei a confessar-me e a ir à missa aos domingos, e inclusive algumas vezes ia entre semana e também à adoração eucarística".
Sentia-se cada vez "mais imerso na graça de Deus, e cada vez mais livre para fazer a sua vontade": "Vi com clareza que os meus desejos mundanos eram vazios e triviais, e que o caminho de Deus era o único que me daria a verdadeira felicidade".
Depois os passos de João Paulo II
Como o hoje padre Pagano gostava de falar, de seguida começou a contar a todos a sua revivida fé, apesar das suspeitas dos seus familiares, acostumados a vê-lo comportar-se de forma "salvagem": "Não podiam crer que eu tinha sido realmente transformado pela graça de Deus. Estava tão entusiasmado com a fé que não podia deixar de ler a Bíblia, o Catecismo da Igreja católica e os escritos do meu novo melhor amigo: João Pablo II. Enamorei-me da sua vida e do seu ministério".
Tanto, que num trabalho sobre liderança que tinha que apresentar perante o resto dos estudantes, escolheu o Papa Karol Wojtyla. A sua professora disse que não podia ser. Ele perguntou porque não, se outros companheiros tinham escolhido líderes de outras religiões. A senhora nem sequer o contestou, e como ele decidiu apresentar o seu trabalho sobre João Paulo II, recebeu a pior nota da sua carreira: "Mas é da que me sinto mais orgulhoso!", proclama.
O sacerdócio, um presente
Finalmente, com a ajuda do seu pároco John Tetlow, director diocesano de vocações, terminou discernindo a sua vocação: "Deu abençoou-me descobrindo-me que me chamava não pelos meus méritos, mas sim pela minha falta de méritos. O facto de que o sacerdócio seja algo imerecido, um presente, se me fez claríssimo e assim contínuo vendo-o hoje".
O padre Pagano, no seu escasso ano de exercício, já descobriu as "abundantes aventuras" de um sacerdote diocesano, em particular estar ao lado dos seus "filhos espirituais" nos "momentos mais importantes das suas vidas": baptismos, casamentos, funerais... "e muitos momentos intermédios".
Sobre o celibato, pensa que "traz uma alegria grande e duradoura, que não depende do prazer físico": "A alegria é um estado da alma que chega quando o eu se deixa de lado e se abraça o serviço aos demais por amor a Deus".
Antes disso, as coisas na vida familiar não tinham sido fáceis. Os seus pais divorciaram-se quando ele tinha dois anos, e ele foi viver para Nova Iorque com a sua mãe e a sua irmã para casa dos avós, onde também habitavam dois tios seus de 20 e 18 anos. "Alguns dos meus melhores momentos da infância são da igreja e da família", disse, pois iam todos juntos à paróquia de Santa Catarina de Alexandria em Blauvelt: a "casa de Deus", como a chamava a sua mãe.
Richard começou a jogar basquetebol aos cinco anos num aro do pátio da sua casa, e com o passar dos anos converteu-se numa eficaz escolta com bom tiro exterior, visão do jogo e excelente penetração na defesa rival. Lamentavelmente, a evolução do seu carácter não era tão positiva. Depois de se destacar na equipa do instituto, começou a jogar como júnior numa equipa universitária, até que o seu mau comportamento fora da quadra durante um campeonato no Kentucky provocou que o expulsassem.
Um "selvagem" com os joelhos partidos
"Por desgraça, isso não me impulsionou a melhorar a minha atitude. Era um jovem selvagem sem nenhum objectivo na vida. O objectivo mais elevado que encontrava era o basquetebol", confessa. E continuou praticando-o numa equipa universitária de Nova Jersey, mas levava quatro anos jogando com moléstias no joelho e acabou de destroçá-lo.
"A minha carreira no basquetebol parecia acabada. Então voltei à Florida, e apesar do conselho do meu médico de que não jogasse depois da operação, continuei fazendo-o até que também me lesionei no outro joelho. O mais patético da cena é que os ´amigos´ que me haviam animado a jugar esse dia se estavam rindo enquanto eu me retorcia de dor no solo", continua o jovem presbítero.
"Jesus, estou fazendo tudo mal, ajuda-me"
Nesse momento não sabia o importante que ia resultar essa lesão. Tiveram que intervir no segundo joelho, e no pós-operatório esperava-o Deus. "Ninguém veio visitar-me. Os meus ´amigos´ pareciam disfrutar com os meus problemas, e a minha família não queria saber nada de mim pelas minhas histórias selvagens. Era verdade: realmente a minha forma de vida afastava de mim todas as pessoas às quais queria. Vivia enterrado na obscuridade e em mentiras, e isolado nos meus pecados. Estava vazio e necessitava um Salvador. Foi nessa ocasião de grande necessidade quando rezei com humildade pela primeira vez na minha vida", recorda agora.
Antes disso, "ocasionalmente pedia coisas a Deus, mas sem nenhum desejo de cumprir a sua vontade. A única coisa que me importava eram os meus interesses egoístas. E agora que necessitava um resgate físico, emocional e espiritual (e depois disso, ter um verdadeiro objectivo e uma verdadeira direcção na minha vida), abri a minha alma e perguntei-me que sem-número de almas ao longo dos séculos se tinham colocado: ´Jesus, estou fazendo tudo mal. Preciso da tua ajuda´".
De onde veio essa Bíblia?
"Justo no dia seguinte", continua, "vi uma Bíblia na minha mesa. Não sei como chegou ali, porque não a tinha visto antes, mas comecei a lê-la, em particular os Provérbios e o Eclesiastes. Esses livros realmente falaram ao meu coração, a minha necessidade de redenção e de uma finalidade". Richard começou a rezar diariamente, e como no exemplar das Sagradas Escrituras que tinha encontrado havia uma estampa das Sete Dores, começou a ter devoção a essa advocação da Virgem: "Isso desembocou no rosário diário, e a guia de Nossa Santíssima Mãe fez surgir uma nova realidade, e é que por fim a minha vida tinha sentido. Comecei a confessar-me e a ir à missa aos domingos, e inclusive algumas vezes ia entre semana e também à adoração eucarística".
Sentia-se cada vez "mais imerso na graça de Deus, e cada vez mais livre para fazer a sua vontade": "Vi com clareza que os meus desejos mundanos eram vazios e triviais, e que o caminho de Deus era o único que me daria a verdadeira felicidade".
Depois os passos de João Paulo II
Como o hoje padre Pagano gostava de falar, de seguida começou a contar a todos a sua revivida fé, apesar das suspeitas dos seus familiares, acostumados a vê-lo comportar-se de forma "salvagem": "Não podiam crer que eu tinha sido realmente transformado pela graça de Deus. Estava tão entusiasmado com a fé que não podia deixar de ler a Bíblia, o Catecismo da Igreja católica e os escritos do meu novo melhor amigo: João Pablo II. Enamorei-me da sua vida e do seu ministério".
Tanto, que num trabalho sobre liderança que tinha que apresentar perante o resto dos estudantes, escolheu o Papa Karol Wojtyla. A sua professora disse que não podia ser. Ele perguntou porque não, se outros companheiros tinham escolhido líderes de outras religiões. A senhora nem sequer o contestou, e como ele decidiu apresentar o seu trabalho sobre João Paulo II, recebeu a pior nota da sua carreira: "Mas é da que me sinto mais orgulhoso!", proclama.
O sacerdócio, um presente
Finalmente, com a ajuda do seu pároco John Tetlow, director diocesano de vocações, terminou discernindo a sua vocação: "Deu abençoou-me descobrindo-me que me chamava não pelos meus méritos, mas sim pela minha falta de méritos. O facto de que o sacerdócio seja algo imerecido, um presente, se me fez claríssimo e assim contínuo vendo-o hoje".
O padre Pagano, no seu escasso ano de exercício, já descobriu as "abundantes aventuras" de um sacerdote diocesano, em particular estar ao lado dos seus "filhos espirituais" nos "momentos mais importantes das suas vidas": baptismos, casamentos, funerais... "e muitos momentos intermédios".
Sobre o celibato, pensa que "traz uma alegria grande e duradoura, que não depende do prazer físico": "A alegria é um estado da alma que chega quando o eu se deixa de lado e se abraça o serviço aos demais por amor a Deus".
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