Iniciativa é da campanha mundial Uma só família humana: alimentos para todos
Roma, 07 de Março de 2014 (Zenit.org) Ivan de Vargas
No contexto do Dia Internacional da Mulher, a rede mundial
da Cáritas acaba de lançar o Prémio Internacional “A mulher e o seu
papel na erradicação da pobreza e da fome”, em parceria com a Fundação
Fidel Götz Stiftung.
O troféu tem como objectivo reconhecer publicamente a iniciativa, o
trabalho e o espírito criativo das mulheres que, através do seu esforço
na luta contra a fome e a pobreza, contribuem para o desenvolvimento e
para a transformação das suas famílias e das suas comunidades.
De acordo com os organizadores, a convocatória da premiação
estabelece duas categorias: a primeira é voltada às organizações da rede
da Cáritas e às suas parceiras; a outra abrange as organizações da
sociedade civil. O prémio é de 10.000 euros para cada categoria.
Com esta iniciativa, a principal organização de caridade da Igreja
católica pretende contribuir para que a sociedade em geral e os poderes
públicos em particular conheçam as boas práticas e as acções
significativas que estão dando resultados eficazes para o
desenvolvimento humano e que são capazes de inspirar muitas outras
mulheres do mundo inteiro a também lutarem para reduzir a insegurança
alimentar no local em que vivem.
As Cáritas nacionais, primeiro, e os escritórios regionais, logo em
seguida, farão uma selecção dos trabalhos participantes. Dentre os projectos finalistas, um júri internacional composto por representantes
da rede da Cáritas e da Götz Foundation escolherá os dois ganhadores.
A entrega dos prémios será feita em maio de 2015, em Roma,
coincidindo com a próxima Assembleia Geral da Cáritas Internationalis.
As mulheres, agentes activas de desenvolvimento
Com a sua vasta experiência de trabalho em projectos de
desenvolvimento e de ajudas emergenciais em todo o mundo, a Cáritas tem
podido comprovar que as mulheres continuam sendo mais vulneráveis do que
os homens em situações de pobreza e de insegurança alimentar. No
entanto, a Cáritas também observa que as mulheres têm se transformado
nas agentes mais activas desses projectos de desenvolvimento.
Em 2010, Bento XVI destacou que, “nas situações de conflito e nos
desastres naturais que limitam o trabalho agrícola e o acesso aos
alimentos, a mulher tem um papel insubstituível; com frequência, ela é
chamada a dirigir cooperativas e a pôr à prova os seus preciosos
conhecimentos e habilidades relacionadas com o mundo rural”.
A acção da Cáritas em apoio à mulher tem uma dimensão global, porque a
mulher, além de sofrer mais directamente os efeitos da pobreza extrema e
da fome, é também um dos agentes mais importantes na luta contra essas
situações injustas.
De acordo com a ONU, 80% das mulheres activas nos países em
desenvolvimento passam a maior parte da jornada diária produzindo
alimentos, com precário acesso a terras, boas sementes e equipamento de
produção. Além disso, o trabalho delas não é remunerado e muito menos
reconhecido. Se essas mulheres tivessem o mesmo acesso que os homens a
esses recursos, a sua produção no campo aumentaria em torno de 20% a
30%, e o número de pessoas que passam fome se reduziria em cerca de 12% a
17%.
É por esta razão que a rede da Cáritas decidiu incluir este prémio no
conjunto das acções que está realizando globalmente dentro da campanha
“Uma só família humana: alimentos para todos”, cujo objectivo é combater a
fome no planeta. A campanha foi lançada pela Cáritas Internationalis em
dezembro de 2013 e deverá estender-se até maio de 2015.
Toda a informação sobre o prémio está disponível no site www.caritas.org.
(07 de Março de 2014) © Innovative Media Inc.
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