Eram 95% do país; hoje 66%, e só 2% praticante
Uma pastora sueca no baptismo de um bebé - fica bonito na foto, mas não atrai fiéis à igreja |
Actualizado 16 de Março de 2014
Pablo J. Ginés/ReL
Não tinha sucedido nunca desde que o rei Gustavo I da Suécia criou a sua própria igreja nacional luterana, em 1526, a Svenska Kyrkan, confiscando as propriedades católicas: os bebés nascidos em 2013 que foram baptizados nesta "Igreja da Suécia" não chegaram a metade do total.
Mais ainda: nesta igreja produzem-se mais falecimentos que novos ingressos. E, além disso, dezenas de milhares de adultos desistem cada ano.
É um dado mais na queda sustentada de uma igreja que costuma recordar que é "a maior igreja luterana do mundo" e que era absolutamente hegemónica há 40 anos.
Agora (com bispas lésbicas desde 2009), teologia liberal e uma ética do ´quase tudo vale´- está de capa caída.
Uns 2% de praticantes
Em 1972, a Svenska Kyrkan implicava 95% da população do país. Hoje não pertencem a ela nem 66% da população: não chegam aos 6,4 milhões de pessoas. Deles, só uns 2% vão aos ofícios religiosos com regularidade. (Em Espanha, uns 20% dos católicos vai à missa ao menos um par de vezes por mês).
A "Igreja da Suécia" foi durante tempos no século XX uma igreja nacional só de "casamentos, baptismos e confirmações" (a confirmação, como rito social adolescente, é importante no luteranismo sueco). Mas agora já não há quase nem baptismos.
Pablo J. Ginés/ReL
Não tinha sucedido nunca desde que o rei Gustavo I da Suécia criou a sua própria igreja nacional luterana, em 1526, a Svenska Kyrkan, confiscando as propriedades católicas: os bebés nascidos em 2013 que foram baptizados nesta "Igreja da Suécia" não chegaram a metade do total.
Mais ainda: nesta igreja produzem-se mais falecimentos que novos ingressos. E, além disso, dezenas de milhares de adultos desistem cada ano.
É um dado mais na queda sustentada de uma igreja que costuma recordar que é "a maior igreja luterana do mundo" e que era absolutamente hegemónica há 40 anos.
Agora (com bispas lésbicas desde 2009), teologia liberal e uma ética do ´quase tudo vale´- está de capa caída.
Uns 2% de praticantes
Em 1972, a Svenska Kyrkan implicava 95% da população do país. Hoje não pertencem a ela nem 66% da população: não chegam aos 6,4 milhões de pessoas. Deles, só uns 2% vão aos ofícios religiosos com regularidade. (Em Espanha, uns 20% dos católicos vai à missa ao menos um par de vezes por mês).
A "Igreja da Suécia" foi durante tempos no século XX uma igreja nacional só de "casamentos, baptismos e confirmações" (a confirmação, como rito social adolescente, é importante no luteranismo sueco). Mas agora já não há quase nem baptismos.
Segundo a revista evangélica Varlden Idag, não só em 2013 as crianças suecas baptizadas na "Igreja da Suécia" não chegaram nem a metade do total, mas sim que 71.693 pessoas deixaram oficialmente esta igreja, segundo as suas detalhadas estatísticas. Em 2009 (o ano que se consagrou bispa a activista lésbica Eva Brunne) foram-se 73.000 pessoas; em 2012 algo mais de 53.000.
Os analistas dizem que em anos eleitorais e de censos mais gente se aborrece em comunicar a sua marcha oficial.
A "repesca" da confirmação
Jonas Bromander, responsável de estatísticas da "Igreja da Suécia" assinala que os pais não baptizam os seus filhos, em parte, porque ninguém o propõe. Disse que há paróquias onde se consegue que logo estas famílias quase nada praticantes ao menos tragam os rapazes e raparigas para a confirmação luterana, de forma similar (ainda que em muito menor escala) à que famílias católicas não praticantes em Espanha se deixam cair pelas paróquias para a primeira (e última) comunhão.
Os analistas dizem que em anos eleitorais e de censos mais gente se aborrece em comunicar a sua marcha oficial.
A "repesca" da confirmação
Jonas Bromander, responsável de estatísticas da "Igreja da Suécia" assinala que os pais não baptizam os seus filhos, em parte, porque ninguém o propõe. Disse que há paróquias onde se consegue que logo estas famílias quase nada praticantes ao menos tragam os rapazes e raparigas para a confirmação luterana, de forma similar (ainda que em muito menor escala) à que famílias católicas não praticantes em Espanha se deixam cair pelas paróquias para a primeira (e última) comunhão.
Aborto e ideologia gay
A Svenska Kyrkan não condena nem combate o aborto. É um país com aborto livre e gratuito desde 1975 e uma educação sexual obrigatória e sistemática que não impediram que as adolescentes suecas sejam das que mais abortam na Europa (22,5 casos cada mil raparigas de 15 a 19 anos em 2009). De 2000 a 2010 o aborto passou de 30.000 a 38.000 casos anuais.
A Svenska Kyrkan tampouco evangeliza. Ordena mulheres como sacerdotisas porque assim o impôs o Parlamento da Suécia em 1960, as suas 13 dioceses estão encabeçadas pela arcebispa de Uppsala e foi a Igreja oficial do Estado sueco até o ano 2000.
Faz cerimónias de uniões gay desde 2007, e bodas gays religiosas desde 2009.
E nada disso atraiu os suecos à sua igreja "de toda a vida" (desde o Rei Gustavo, entende-se) mas que já não ensina a doutrina "de toda a vida".
A Svenska Kyrkan não condena nem combate o aborto. É um país com aborto livre e gratuito desde 1975 e uma educação sexual obrigatória e sistemática que não impediram que as adolescentes suecas sejam das que mais abortam na Europa (22,5 casos cada mil raparigas de 15 a 19 anos em 2009). De 2000 a 2010 o aborto passou de 30.000 a 38.000 casos anuais.
A Svenska Kyrkan tampouco evangeliza. Ordena mulheres como sacerdotisas porque assim o impôs o Parlamento da Suécia em 1960, as suas 13 dioceses estão encabeçadas pela arcebispa de Uppsala e foi a Igreja oficial do Estado sueco até o ano 2000.
Faz cerimónias de uniões gay desde 2007, e bodas gays religiosas desde 2009.
E nada disso atraiu os suecos à sua igreja "de toda a vida" (desde o Rei Gustavo, entende-se) mas que já não ensina a doutrina "de toda a vida".
Pôr colarinhos clericais às pastoras e usar vestimentas litúrgicas não atraiu as pessoas às igrejas: só 2% dos luteranos suecos são praticantes
As maiores igrejas luteranas
Com 6,4 milhões de seguidores oficiais, a "Igreja da Suécia" não poderá presumir muito tempo de ser a maior igreja luterana do mundo. Seguem-se a Igreja Evangélica Luterana da Tanzânia (uns 5,5 milhões de fiéis) e a Igreja Mekane Yesus da Etiópia (outros 5,5 milhões), que crescem a ritmo da demografia africana, e, por suposto, não casam gays nem aceitam o aborto.
Os vizinhos escandinavos, as igrejas luteranas da Dinamarca e Finlândia, igualmente liberais, tampouco crescem: estão estancadas nuns 4,5 milhões de fiéis cada uma, e em queda. E na Alemanha, desde 2009 há mais católicos que luteranos, não porque o catolicismo cresça espectacularmente (mantém-se nuns 25 milhões de fiéis), mas sim porque o luteranismo perde fiéis por demografia (falecimentos) e desinteresse.
Suecos que se fazem pentecostais ou católicos
Os suecos que deixam a Svenska Kyrkan, na sua maioria, simplesmente ficam em casa. Outros, os que procuram uma fé viva, vão a igrejas evangélicas e pentecostais como Livets Ord, fundada pelo pastor Ulf Ekman (antes de fazer-se católico!).
Outros, como Lars Ekblad, que foi pastor luterano 40 anos, fazem-se católicos. Não foram muitos até agora, mas poderia mudar. "Eu conheço muitos ministros da Igreja da Suécia que fizeram católicos e virão mais ainda. Cada um tem o seu próprio caminho", declarava Lars Ekblad a ReL há umas semanas.
As maiores igrejas luteranas
Com 6,4 milhões de seguidores oficiais, a "Igreja da Suécia" não poderá presumir muito tempo de ser a maior igreja luterana do mundo. Seguem-se a Igreja Evangélica Luterana da Tanzânia (uns 5,5 milhões de fiéis) e a Igreja Mekane Yesus da Etiópia (outros 5,5 milhões), que crescem a ritmo da demografia africana, e, por suposto, não casam gays nem aceitam o aborto.
Os vizinhos escandinavos, as igrejas luteranas da Dinamarca e Finlândia, igualmente liberais, tampouco crescem: estão estancadas nuns 4,5 milhões de fiéis cada uma, e em queda. E na Alemanha, desde 2009 há mais católicos que luteranos, não porque o catolicismo cresça espectacularmente (mantém-se nuns 25 milhões de fiéis), mas sim porque o luteranismo perde fiéis por demografia (falecimentos) e desinteresse.
Suecos que se fazem pentecostais ou católicos
Os suecos que deixam a Svenska Kyrkan, na sua maioria, simplesmente ficam em casa. Outros, os que procuram uma fé viva, vão a igrejas evangélicas e pentecostais como Livets Ord, fundada pelo pastor Ulf Ekman (antes de fazer-se católico!).
Outros, como Lars Ekblad, que foi pastor luterano 40 anos, fazem-se católicos. Não foram muitos até agora, mas poderia mudar. "Eu conheço muitos ministros da Igreja da Suécia que fizeram católicos e virão mais ainda. Cada um tem o seu próprio caminho", declarava Lars Ekblad a ReL há umas semanas.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário