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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Lobbies usam instituições internacionais para impor suas ideias

Alerta lançado na segunda conferência internacional organizada pelo Instituto Dignitatis Humanae


Roma, 09 de Julho de 2013


Existe um conflito entre as instituições europeias e as políticas nacionais no tocante à família. Em particular, “alguns países e certos grupos ideológicos e lobbies usam as instituições internacionais para impor suas ideias, supostamente ‘avançadas’, com frequência em nome da democracia”, opinou dom Piotr Mazurkiewicz, do Pontifício Conselho para a Família, na segunda conferência internacional do Instituto Dignitatis Humanae, cujo tema foi uma pergunta: "Esmagado entre as legislações europeias e as constituições nacionais: resta espaço para o cristianismo?".

Dom Mazurkiewicz acrescentou que, “conforme se lê na encíclica Centesimus Annus, de João Paulo II, em seu número 46, ‘a história demonstra que uma democracia sem valores se transforma facilmente num totalitarismo aberto ou camuflado’. O papel dos tribunais internacionais está transformando a democracia em juristocracia”, concluiu.

O evento aconteceu em 28 de Junho na sede da Academia Pontifícia das Ciências Sociais, no Vaticano, e teve como convidado de honra o cardeal Raymond Leo Burke, prefeito da Assinatura Apostólica.

O instituto nasceu no seio do Parlamento Europeu para promover a protecção dos valores irrenunciáveis da dignidade humana e da vida, desde a concepção até a morte, através da participação da fé cristã na vida pública e em políticas de civilização, para o reconhecimento do homem como criado à imagem e semelhança de Deus. O presidente honorário é o cardeal Renato Raffaele Martino, presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz.

Dom Mazurkiewicz ressaltou que "o Direito Internacional nasceu com as bases do direito natural, mas hoje assistimos ao que Bento XVI chamou de dramática deriva do direito natural a uma concepção de puro funcionalismo positivista".

A ideologia de género é uma ideologia de poder, na qual o casamento e a família são considerados como estruturas de opressão. “É necessária uma autêntica resposta cultural, uma nova síntese humanística, baseada na antropologia cristã do amor, da comunhão e da complementaridade”.

Mazurkiewicz incentivou também "a participação activa dos cristãos na política e a elaboração de estratégias para promover com clareza as posturas cristãs nos média e nas instituições, destrinchando o problema nas suas múltiplas facetas".

"No caso do matrimónio, por exemplo, na questão dos direitos dos menores, para a sua concepção ou para as adopções; a objecção de consciência nos serviços de saúde, no sistema educacional e nas administrações públicas; a discriminação dos casais heterossexuais com a supressão de termos como "marido" e "mulher", ou "pai" e "mãe"; a limitação da liberdade religiosa com a aprovação de leis equivocadas em nome da laicidade”.

Convidando ainda à vigilância sobre as opções que condicionam a vida dos povos e da humanidade, dom Mazurkiewicz recordou o que foi profetizado pelo escritor Thomas Stearns Eliot: "O fim do mundo não virá como uma explosão, mas como um salto". E concluiu: “Os bárbaros já estão dentro das muralhas”.



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