Cairo: início das consultas para o governo provisório
Roma, 10 de Julho de 2013
A comunidade egípcia em Roma toma as ruas por dois domingos
seguidos (30 de Junho e 7 de Julho) pedindo mudança. Na Piazza Santi
Apostoli os manifestantes protestaram pela demissão do presidente Mohamed
Mursi e a retirada deste pelo exército - contra a Irmandade Muçulmana e
quem a incentiva.
As palavras de ordem são: "sai" e "ditador". Muitos cartazes
representavam a imagem do então ex-presidente egípcio marcado por uma
cruz diagonal. Um dos desenhos retratava o político ameaçado por um
martelo.
Na mira dos egípcios que residem em Roma está Barack Obama: o
presidente dos EUA é visto como um símbolo do imperialismo que impõe
democracias fictícias, enterrando a liberdade no país norte africano.
Uma bandeira trazia a frase em Inglês: "Obama, pare de interferir. Nós
não somos estátuas, somos seres humanos”.
Abordado por ZENIT, uma manifestante egípcia expressou sua admiração:
como é que a imprensa italiana tem descrito a deposição de Mursi como
um "golpe de estado"? Como é possível que os Estados Unidos e o Ocidente
se dizem preocupados com a democracia, quando o governo da Irmandade
Muçulmana, com a nova constituição, tinha reprimido a liberdade?
Entre os egípcios em Roma (nas manifestações dos dois últimos
domingos estavam presentes sobretudo cristãos coptas) parece prevalecer o
apoio ao novo rumo do país, fortemente desejado pelos 22 milhões que
assinaram pela renúncia de Mursi.
Enquanto isso, no Cairo, o premier nomeado Hazem El Beblawi iniciou
as consultas para a formação do governo provisório. Apesar de alguns
ministérios, como o do Interior e dos Negócios Estrangeiros permanecerem
nas mãos do governo precedente, a Irmandade Muçulmana se colocou fora
do novo executivo, definindo a actual fase de transição um verdadeiro
"golpe militar".
Os protestos em apoio ao ex-presidente Morsi continuam, e a
Procuradoria Geral do Cairo emitiu um mandado de prisão contra nove
membros da Irmandade Muçulmana. Entre as pessoas procuradas está o líder
Muhammad Badia e o vice Mahmud Izzat Ibrahim. A acusação é de
"incitação ao homicídio e a violência”.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário