Uma conversa de gente viva.
Ai, esta vida!
De uma turma com cerca de 30 alunos, apenas duas pessoas
responderam que eram contra: a minha filha e uma colega.
Aproveito para deixar aqui também uma outra estatística. A
Professora também perguntou quem é que preferia casar primeiro e se “juntar”
depois ou, ao contrário, “juntar-se” primeiro e casar depois.
A resposta a esta pergunta teve a mesma configuração da
primeira: apenas a minha filha e uma colega queriam casar primeiro. E, um dado
muito relevante desta resposta é que apenas quatro alunos querem casar. E, três
dos quais são raparigas.
Dito isto, volto ao tema principal.
Gostaria de ter estado nesta sala de aula e ter tido a
oportunidade de responder também.
Aos colegas (raparigas) que se indignaram com a minha filha,
a minha reposta seria mais ou menos assim:
A vida é objetivamente valiosa. Não há vidas que valem mais a
pena que outras.
Olha-se sempre para o aborto na perspetiva da mãe. Mas nunca
da do pai e, muito menos da criança que está para nascer.
Uma criança gerada num contexto controverso, tem tanto
direito à vida como uma gerada num contexto familiar de amor e respeito.
Eu sou filha de pais divorciados (e nunca gostei, não
obstante os esforços para atenuar a realidade). Na linha de pensamento dos que
são a favor do aborto, por exemplo, eu nunca deveria ter nascido, porque a
relação dos meus pais viria a deteriorar-se e, tivesse eu nascido já mais para
o fim da mesma, era uma filha escusada.
No futuro, uma criança que nasceu num contexto de muita
felicidade pode vir a ter uma doença muito grave. Propõe-se então a eutanásia,
correto? Deveria a mãe ter abortado se soubesse que 15 anos mais tarde aquele
bebé seria um jovem à beira da morte?
A vida é objetivamente valiosa. Muitos deram as suas vidas
para outros poderem viver. O valor da vida já foi óbvio. E era tomado como
criminoso quem dissesse o contrário.
Hoje, muitos empregam as suas vidas para que outros possam
morrer.
Que mundo estranho este!
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