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domingo, 13 de fevereiro de 2022

Vontade de ser rasto de Deus

Que alegria poder escrever sobre o Caminho, sobre algum ponto do Caminho!

Mas quando me é pedido que pense num ponto particular que me toque, fico numa situação mais difícil, porque, honestamente, ao ler e reler o Caminho, sempre que a ele recorro, confirmo que todos os pontos são também para mim, são de alguma forma, mais direta ou indireta, hoje, ontem ou amanhã, aplicáveis à minha vida e à minha realidade enquanto filha de Deus, mulher, esposa, mãe e filha e como têm a capacidade para transformar a minha vida.

E essa conclusão deslumbra-me desde que descobri São Josemaria Escrivá, a sua Obra, o seu exemplo e os seus escritos, por concluir que há então alguém mais que sabe como me sinto, que sabe onde falho, que sabe que tento. Então realmente sou uma cheia de sorte porque tenho no Caminho um livro que foi escrito (também) para mim.

Este meu escrito podia ficar então por aqui, mas vamos, foi-me pedido que escolhesse um ponto e eu atrevo-me a selecionar dois, porque sempre que reflito sobre essas palavras, comovo-me pela simplicidade da sua beleza e pela sua constante e inesgotável necessidade de aplicação, porque nunca cessam de ser renovadas e tornadas a renovar-se na minha vida.

“Que a tua vida não seja uma vida estéril – Sê útil. – Deixa rasto. Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor.” (Caminho, 1)

“Vontade. – Energia. – Exemplo. – O que é preciso fazer faz-se…Sem hesitar…Sem contemplações.” (Caminho, 11)

A vontade de fazer bem e o bem; a de guiar e acompanhar a vida da minha família e dos outros com amor, a determinação em criar exemplo de alegria, de energia, de partilha e de entreajuda e apoio junto do marido, dos meus filhos, amigos e familiares e o ímpeto de deixar rasto de filha de Deus.

Creio que com a idade a passar, a nossa interpretação e a nossa valoração das palavras destes pontos, ganhe mais nuances, conquiste dimensões mais profundas que requeiram um olhar mais atento, mais maduro, mais dramático e exigente porventura…à luz das particularidades e dificuldades sentidas na vida de cada um. Mas, tal contemplação evolutiva, em essência, nunca deixará de corresponder a uma determinação de viver com verdade; de viver com vontade, com energia e alegria.

Com a verdade, com a alegria e com o exemplo do amor somos rapidamente conduzidos à realização, à procura do bem em prol de um desígnio maior que deixa rasto e que nos torna um bom exemplo, se Deus quiser, também aos olhos de Deus.

 

Filipa Castanheira
Formação em Ciências Jurídicas

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