Foram eles que encheram ontem uma Praça de S. Pedro vazia de gente. Nas intenções do Papa estavam os que sofrem mas também os que combatem a dor e lutam por um mundo melhor. “Deus, eterna luz e dia sem ocaso, enche com os teus bens todos os que se dedicam ao teu louvor e ao serviço de quem sofre, nos incontáveis lugares de dor da humanidade” disse o Papa nos momentos conclusivos da Via Sacra que desta vez trocou o Coliseu pela praça vaticana. Todo o itinerário das estações foi marcado por reflexões saídas de experiências de dor e abandono. Cinco presos, os pais de uma filha assassinada, um condenado a prisão perpétua, uma educadora, um juiz, a mãe de um recluso, uma catequista, um sacerdote acusado e posteriormente ilibado, um frade voluntário na cadeia e um polícia. Numa Sexta-feira Santa a recordar Cristo que se entrega por amor, Francisco também não esqueceu quantos atualizam esta imagem nos nossos dias, em gestos concretos de vida. Francisco recordou-os. Não foi numa celebração litúrgica, foi num programa da televisão pública italiana. “Penso no Senhor crucificado, nas muitas histórias de crucificados na história, também nas muitas de hoje, desta pandemia: médicos, enfermeiros, enfermeiras, irmãs, sacerdotes… mortos na frente de batalha, como soldados, que deram a vida por amor”, declarou. Francisco recordou ainda a figura de Maria, Mãe de Jesus, que permaneceu junto à cruz, para evocar os “resistentes das comunidades, dos hospitais, que cuidam dos doentes”. “Também hoje há crucificados e crucificadas que morrem por amor”, insistiu. Foto: Vatican News Santa Páscoa Henrique Matos |
sábado, 11 de abril de 2020
Os “incontáveis lugares de dor”
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