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sábado, 11 de abril de 2020

Os “incontáveis lugares de dor”



Foram eles que encheram ontem uma Praça de S. Pedro vazia de gente. Nas intenções do Papa estavam os que sofrem mas também os que combatem a dor e lutam por um mundo melhor. 
“Deus, eterna luz e dia sem ocaso, enche com os teus bens todos os que se dedicam ao teu louvor e ao serviço de quem sofre, nos incontáveis lugares de dor da humanidade” disse o Papa nos momentos conclusivos da Via Sacra que desta vez trocou o Coliseu pela praça vaticana. Todo o itinerário das estações foi marcado por reflexões saídas de experiências de dor e abandono. Cinco presos, os pais de uma filha assassinada, um condenado a prisão perpétua, uma educadora, um juiz, a mãe de um recluso, uma catequista, um sacerdote acusado e posteriormente ilibado, um frade voluntário na cadeia e um polícia.

Numa Sexta-feira Santa a recordar Cristo que se entrega por amor, Francisco também não esqueceu quantos atualizam esta imagem nos nossos dias, em gestos concretos de vida. Francisco recordou-os. Não foi numa celebração litúrgica, foi num programa da televisão pública italiana. “Penso no Senhor crucificado, nas muitas histórias de crucificados na história, também nas muitas de hoje, desta pandemia: médicos, enfermeiros, enfermeiras, irmãs, sacerdotes… mortos na frente de batalha, como soldados, que deram a vida por amor”, declarou. Francisco recordou ainda a figura de Maria, Mãe de Jesus, que permaneceu junto à cruz, para evocar os “resistentes das comunidades, dos hospitais, que cuidam dos doentes”. “Também hoje há crucificados e crucificadas que morrem por amor”, insistiu.

Foto: Vatican News
Hoje é Sábado Santo, o silêncio é o convite e a regra litúrgica. Mais logo, será quebrado com a luz que vai brilhar na Vigília Pascal.
Santa Páscoa
Henrique Matos



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