Perdoem-me, mas estas linhas hoje são em especial para uns amigos, a Inês e o Félix, e para a pequena Madalena. Eles não vão ler estas linhas porque a Inês está a recuperar de uma cesariana, que em isolamento permitiu à Madalena nascer ontem. O Félix, pai amoroso, só vai conhecer a sua filha depois da alta clínica; só vai poder dar um beijo de amor e ação de graças à Inês quando, puder, também, tocar os contornos da nova vida, sonhada, gerada e agora nascida. Os avós, só vão poder ver a Madalena, através de um vidro, dentro de carro, num desvio do percurso maternidade – casa. A Madalena lutou para nascer e os pais lutaram por ela, para que esta gravidez vingasse desde o sonho, e para que, hoje, a sua vida nos pudesse dizer que não sabemos se vai ficar tudo bem, mas para que a plenos pulmões a Madalena gritasse que o amor é «paciente, bondoso, tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta». Esta família não é crente, mas deram-me, por estas horas, a mais bonita manifestação de Deus. Obrigada. Queridos Inês e Félix: curvo-me perante a vossa resiliência; Madalena, obrigada por, mesmo sem saberes, nos mostrares o quanto a vida vale a pena. Um dia, eu conto-te este segredo. Lígia Silveira P.S. Se estas linhas são para eles, são para todos nós, igualmente. P.S. 1 - A foto não é da Madalena, mas tirada por Alex Hockett. P.S.2 O portal de informação da Agência Ecclesia continua a publicar e a antecipar todos os momentos que vale a pena acompanhar neste período de Triduo pascal e de Páscoa, levando até si não só as ações que marcam o agir da Igreja mas os gestos que vale a pena festejar. Até já! |
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Nascer em tempo de Covid-19
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário