Este foi o romance mais lido
em língua inglesa no século XX e é fruto de uma viagem que Graham Greene fez às terras de Tabasco para conhecer a perseguição
religiosa que aconteceu nos anos vinte, no México.
O livro
descreve as peripécias e os dramas do único sacerdote católico que continuava a
exercer, clandestinamente, o seu ministério. Perseguido pela polícia, não era
herói nem santo, mas um fugitivo, cheio de medos, com a consciência de ser um
pecador, com o remorso de ter uma filha, debilitado pela bebida, mas sempre
pronto a reconciliar-se com o seu Deus.
Graham Greene trabalhou a
temática dos mártires, muito em voga no México e também a divulgação da
“perseguição” que ali sofreram os católicos mexicanos, tal como pelo mundo,
tema que ainda hoje é muito actual.
No contexto histórico de então, a 5 de
fevereiro de 1917, foi aprovada a Constituição do México que restringia a
liberdade religiosa, considerava crime o ensino religioso e a profissão dos
votos. Ao mesmo tempo, confiscava sumariamente os bens eclesiásticos,
negando personalidade jurídica à Igreja e encerrando-a no âmbito das
sacristias. Os sacerdotes foram privados de seus direitos políticos
(votar e ser votado, herdar, possuir bens etc.), mas deviam prestar serviço
militar. Foram fechadas todas as Igrejas e os sacerdotes ferozmente
perseguidos e eliminados. O período mais feroz nesta foi entre 1924 e
1928, no qual se situa a esta narrativa.
Num entrelaçado de factos reais,
histórias, traições e aventuras, peripécias e algum humor, este romance é, sem
dúvida, uma das grandes obras que merece ser saboreada e partilhada.
Maria
Susana Mexia
Sem comentários:
Enviar um comentário