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quarta-feira, 22 de abril de 2020

O Poder e a Glória

Este foi o romance mais lido em língua inglesa no século XX e é fruto de uma viagem que Graham Greene fez às terras de Tabasco para conhecer a perseguição religiosa que aconteceu nos anos vinte, no México.

O livro descreve as peripécias e os dramas do único sacerdote católico que continuava a exercer, clandestinamente, o seu ministério. Perseguido pela polícia, não era herói nem santo, mas um fugitivo, cheio de medos, com a consciência de ser um pecador, com o remorso de ter uma filha, debilitado pela bebida, mas sempre pronto a reconciliar-se com o seu Deus.
Graham Greene trabalhou a temática dos mártires, muito em voga no México e também a divulgação da “perseguição” que ali sofreram os católicos mexicanos, tal como pelo mundo, tema que ainda hoje é muito actual.

No contexto histórico de então, a 5 de fevereiro de 1917, foi aprovada a Constituição do México que restringia a liberdade religiosa, considerava crime o ensino religioso e a profissão dos votos.  Ao mesmo tempo, confiscava sumariamente os bens eclesiásticos, negando personalidade jurídica à Igreja e encerrando-a no âmbito das sacristias.  Os sacerdotes foram privados de seus direitos políticos (votar e ser votado, herdar, possuir bens etc.), mas deviam prestar serviço militar.  Foram fechadas todas as Igrejas e os sacerdotes ferozmente perseguidos e eliminados.  O período mais feroz nesta foi entre 1924 e 1928, no qual se situa a esta narrativa.
Num entrelaçado de factos reais, histórias, traições e aventuras, peripécias e algum humor, este romance é, sem dúvida, uma das grandes obras que merece ser saboreada e partilhada.
Maria Susana Mexia



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