O novo relatório da organização Portas Abertas destaca ainda a
violência e as perseguições sofridas pelos cristãos no norte do Iraque
Domenico-de-ga, translated and adapted by xandar. Wikipedia |
É dramático o relatório “Esmagados, mas não Derrotados”, da
organização Open Doors (Portas Abertas), sobre a violência contra os
cristãos no norte da Nigéria e no Oriente Médio. De acordo com
estimativas “conservadoras”, diz o documento, recebido pela agência
Fides, são de 9.000 a 11.500 os cristãos assassinados; 1,3 milhão de
cristãos estão desabrigados internamente ou foram forçados a se
transferir para outro lugar desde o ano 2000; 13.000 igrejas foram
destruídas ou obrigadas a fechar as portas; milhares de actividades económicas, propriedades e casas de cristãos foram destruídas.
Por causa da violência, segundo o relatório, “a presença cristã [em
algumas áreas do norte da Nigéria] foi praticamente apagada ou
consistentemente diminuída, enquanto, em outras áreas, o número de fiéis
nas igrejas tem crescido por causa de certo número de muçulmanos que se
converteram ao cristianismo e, principalmente, por causa do afluxo dos
cristãos em fuga da violência”.
“Além disso, a coesão social entre muçulmanos e cristãos foi posta em
perigo. A confiança mútua desapareceu substancialmente; cristãos e
muçulmanos se tornaram grupos mais e mais separados e distintos,
segregados em bairros, periferias ou áreas rurais específicas”, adverte o
texto.
O documento mostra ainda que, embora a etnia, os conflitos políticos e
a luta pela exploração de recursos sejam conhecidas fontes de violência
no norte da Nigéria, as causas da violência contra os cristãos na
região parecem bastante variadas. Há conotações religiosas, económicas e
sociais ao mesmo tempo. Os elementos da violência especificamente
voltada contra os cristãos do norte da Nigéria estão ligados por um
denominador religioso comum: defender os interesses dos muçulmanos do
norte, a sua identidade e a posição do islão.
“Não é só o islão radical, do qual o Boko Haram é o exemplo mais
conhecido, mas também os muçulmanos criadores de gado e as elites
muçulmanas políticas e religiosas do norte estão entre os principais
actores da violência que visa atacar a minoria cristã”, salienta o
relatório.
No entanto, ainda há uma grande presença cristã no norte da Nigéria,
com seu potencial de unidade e força. Mas a Igreja dessa região terá que
tentar não se encerrar em si mesma nem romper com a sociedade. Ela deve
fazer o oposto, estimulada pelo impulso cristão, envolvendo-se com a
sociedade e trabalhando pela justiça, pela paz e pela reconciliação
através da partilha dos seus recursos para o bem de todos. Para tanto,
será necessária a ajuda da comunidade internacional a fim de que a
Igreja trabalhe pela renovação e pela transformação da comunidade cristã
e da sociedade nigeriana do norte em geral.
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