Dom Zimowski sublinha o compromisso de “chamar a atenção” das
várias instituições de pesquisa científica para as acções pastorais
relativas ao âmbito das doenças raras
ZENIT-HSM |
A voz das pessoas
afectadas por doenças raras “não pode deixar de encontrar eco nos nossos
corações e em pesquisa e cuidados adequados”, escreveu dom Zygmunt
Zimowski, presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, em
uma mensagem para o Dia Mundial das Doenças Raras, que é celebrado
hoje, 29 de Fevereiro. O prelado destacou o tema da jornada, que é “No
centro a voz do paciente. Junte-se a nós para fazer ouvir a voz das
doenças raras”.
O problema das
doenças raras, acrescenta dom Zimowski, conforme relatado pelo
L’Osservatore Romano, é “um problema que não pode ser desatendido pelas
diversas instâncias civis, científicas e pastorais”. Na Igreja,
prossegue, há um “crescente interesse” pela questão, que está em
consonância com os propósitos desta jornada.
“É questão, em
particular, de tornar essas pessoas cada vez mais protagonistas, dotadas
dos pontos de referência necessários, e, ao mesmo tempo, de aumentar a consciencialização das autoridades competentes, dos profissionais de saúde,
dos pesquisadores, da indústria farmacêutica e de qualquer pessoa que
tenha um interesse sincero na problemática das doenças raras”, explicou.
Dom Zimowski
lembra ainda o apelo feito pelo papa Francisco à Igreja a fim de
“caminhar na solidariedade”. A solidariedade, explica ele, “envolve o
compartilhamento das situações dos outros, sejam eles quem forem; o ato
de sentir-se parte do seu sofrimento; a concepção e implementação de
eficazes acções de apoio, sempre a partir de uma perspectiva de
inclusão”. Portanto, acrescenta, “a ética da solidariedade não pode ser
reduzida às funções das instituições sociais, ainda que sejam
indispensáveis, nem compete apenas a quem exerce determinadas
profissões. O outro é alguém que nos interpela pelo próprio fato de ser
pessoa e de estar em necessidade”.
O arcebispo, em
seguida, observa que “a solidariedade toma assim a forma da partilha –
‘ser com’ – e da dedicação – ‘ser para’”. Este caminho assegura que
“também a escuta atenta da voz dos pacientes com doenças raras é uma
primeira abordagem para construir, por vezes com dificuldade, o bem
comum no marco de uma solidariedade que sabe assumir e tornar próprias
as perguntas e as aspirações humanas, especialmente as que são menos
consideradas”.
Dom Zimowski
acrescenta também que a Igreja, por meio do dicastério que ele dirige,
está “fazendo própria a voz que se eleva em muitos lugares para realizar
o bem comum e a justiça no campo social e de saúde, pretendendo chamar a
atenção deste sector e das diversas instituições de pesquisa científica
para a sua acção pastoral no âmbito das doenças raras e negligenciadas,
entendidas como doenças que convidam de modo particular à
solidariedade”. O presidente do dicastério vaticano recorda então a
conferência internacional organizada pelo Pontifício Conselho para a
Pastoral da Saúde que está previsto para acontecer no Vaticano entre os
dias 10 e 12 de Novembro de 2016.
“Esta iniciativa,
quase no final do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, explica ele,
será mais uma oportunidade para valorizar a obra de misericórdia
corporal da assistência aos doentes. Terá lugar sob o sinal da
proximidade solidária das pessoas afectadas por patologias raras, bem
como no tocante às populações pobres e vulneráveis marcadas por
doenças negligenciadas, que, em geral, vivem nas áreas rurais entre as
mais remotas do mundo”.
in
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