Não deve ser o caminho das “palavras” mas de palavras revestidas de concreto e de atos
Não há como duvidar que o dia 8 de dezembro de 2015 é
uma data que a Igreja e a história não poderão esquecer: a abertura do
Ano Extraordinário da Misericórdia pelo Papa Francisco; um papa que será
lembrado como o papa que com coragem tenta romper os muros de toda
separação.
Na verdade o Ano Santo já começou na catedral de Bangui, capital da
África Central, país pobre, violentado pela ganância dos ricos,
empobrecido e explorado. Mas ao mesmo tempo um país rico de vida, de
crianças que olham com esperança o futuro. A pobreza deve ser vencida
com a solidariedade e com a justiça. Misericórdia e justiça não são
contrárias mas são irmãs gémeas que jamais podem sem separadas.
A abertura do Ano da Misericórdia aconteceu no dia da solenidade da
Imaculada Conceição; poderíamos defini-lo como o dia dos grandes
presentes de Deus para a humanidade ferida, cansada e oprimida pelo peso
do pecado que pode só será superado pela misericórdia de Deus que como
chuva benfazeja cai nos vários desertos da humanidade. Estes desertos
sob a chuva da misericórdia irão florescer e produzir frutos.
Quais presentes Deus nos deu neste dia? Quatro dons que possuem uma forca única de transformação:
1. Deus sempre dialoga connosco porque é misericordioso. O dialogo
nunca pode ser fechado e nem eliminado por e com ninguém. E no início da
história da humanidade ao o homem Adão que erra e se esconde com sua
companheira Eva, Deus faz uma pergunta:
Adão onde você está? Esta pergunta quer dizer: Adão e Eva quem são vocês? Que fazeis? E com quem fazeis? São perguntas as quais somos chamados continuamente a dar um resposta. Parece que a humanidade perdeu o seu rumo, a sua identidade que deve ser recuperada. Só será possível recuperá-la se nós nos colocarmos em comunhão com Deus e nos deixarmos questionar por Ele e não fugirmos porque nos entramos “nus”, frágeis pecadores. A roupa que Deus nos oferece é a sua misericórdia e o seu amor feito de perdão; só a misericórdia pode derrotar o diabo.
Adão onde você está? Esta pergunta quer dizer: Adão e Eva quem são vocês? Que fazeis? E com quem fazeis? São perguntas as quais somos chamados continuamente a dar um resposta. Parece que a humanidade perdeu o seu rumo, a sua identidade que deve ser recuperada. Só será possível recuperá-la se nós nos colocarmos em comunhão com Deus e nos deixarmos questionar por Ele e não fugirmos porque nos entramos “nus”, frágeis pecadores. A roupa que Deus nos oferece é a sua misericórdia e o seu amor feito de perdão; só a misericórdia pode derrotar o diabo.
2. Deus nos dá como presente A Virgem Maria, imaculada, cheia de
graça, que entra na história para ser a porta da Misericórdia que é
Jesus. Contemplar a Virgem Maria é contemplar o dom da pura gratuitidade
do amor de Deus que não nos abandona. Diante da “nudez” de Adão e Eva o
Verbo se faz carne e se reveste da nossa humanidade para nos mostrar
que é possível vive uma vida nova. Maria nos dará através do seu SIM o
maior dom que é Jesus. Maria, Mãe da Misericórdia e porta da
misericórdia. Amar Maria não se trata de sentimentalismo e devocionismo e
nem tampouco de ir atrás de “aparições” da Virgem Maria e de mensagens
divinas; ela nos dá uma única mensagem feita carne: Jesus. A festa da
Imaculada é a festa de todas as mulheres, um futuro melhor para o mundo
dependerá da medida com que as mulheres assumirem a própria missão de
educadoras dos corações e da missão que elas tem de defensoras da vida.
Só a mulher sabe em profundidade e com verdade o que é a vida porque
elas geram e revestem a vida de vida.
3. O terceiro presente que Deus nos “oferece” é celebrar os 50 anos
do enceramento do Concílio Vaticano II cuja proclamação, as etapas e o
enceramento vi com entusiasmo sem compreender muito o que significava e
o que queria dizer, eu era jovem. Hoje compreendo a beleza do Concilio
vaticano II que encontra resistência a entrar no coração de tantas
pessoas. Viver o Concílio é se lançar no oceano da misericórdia do Pai
que envia o seu filho Jesus entre nós para nos oferecer um novo rosto
do amor que é a misericórdia. Temos necessidade de penetrar dentro do
coração da humanidade e colocar a semente da ternura e da bondade para
que os desertos seja superados. O Concílio é chuva da ternura de Deus
que abre as portas para que todos os pecadores, que todos os povos e
os que buscam a verdade possam entrar e se sentir em casa. Quem ama o
Concílio sabe que a porta do dialogo nunca pode ser fechada, é
necessário que dialoguemos com todos, não impor, não crer que somos
donos da verdade, mas que buscamos juntos a verdade e que caminhamos
juntos como os reis magos procurando a verdade.... a estrela da verdade
aparecerá em nossa vida.
4. E agora como viver a misericórdia não só este ano mas sempre?
que caminho seguir? Não deve ser o caminho das “palavras” mas de
palavras revestidas de concreto e de atos. Por isso vale e pena
repetir as obras de misericórdia corporais:
Dar de comer aos que tem fome
Dar de beber aos que tem sede
Vestir os que estão nus
Receber os sem teto
Visitar os prisioneiros
Visitar os enfermos
Enterrar os mortos
Prometo, se Zenit me der espaço, comentar a obra de misericórdia
numa forma concreta a partir do nosso quotidiano. De palavras o
dicionário está cheio e de gestos concretos a vida está vazia. Mas o Ano
da Misericórdia não pode ser uma ladainha de palavras mas “obras quer o
Senhor” como diz Santa Teresa d'Ávila.
in
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