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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O Isis ameaça quem celebrar o Natal no Iraque, “porque é uma festa herética”

Em Kirkuk, extremistas profanaram dois cemitérios cristãos


Grupos extremistas e milícias do Califado Islâmico (ISIS por sua sigla em Inglês) ameaçaram nestes dias os cristãos e muçulmanos do norte do Iraque, por ocasião das festas de Natal.

A agência AsiaNews informou, citando fontes no norte do país, que relatam que os militantes do ISIS em Mosul colocaram cartazes na cidade, na qual ordenam aos muçulmanos “que não celebrem” de forma nenhuma o Natal com os cristãos, porque são “hereges”. Informa também que em Kirkuk, grupos de extremistas invadiram dois cemitérios cristãos, profanando e destruindo várias sepulturas.

Enquanto isso os cristãos iraquianos – relata a agência Ásia News – afirmam que querem celebrar a festa, se preocupar-se com as ameaças e as intimidações.

O Patriarcado caldeu, entretanto, condenou os novos episódios de violência e intimidação contra a comunidade cristã do Iraque, usando para isso as mesmas palavras contidas no Corão e no qual se afirma que os cristãos não são hereges e a Trindade é uma expressão teológica da revelação do único Deus.

O livro sagrado dos muçulmanos, dizem os líderes da Igreja caldéia, descreve Cristo como "o porta-voz da Palavra de Deus", e que os cristãos não são politeístas, nem infiéis e por isso o Alcorão afirma que “são os mais próximos daqueles que acreditam”.

Alguns fiéis da capital, entrevistado pela Asia News, convidam os muçulmanos a "cuidar de sua fé" e "deixar-nos viver e celebrar livremente a nossa” como afirma o próprio Alcorão, que proíbe "construções" em assunto de fé e afirma “Eu tenho a minha religião e vocês têm a sua”.

Enquanto isso, o deputado cristão, Yonadam Kanna, presidente do grupo Rafeedain mostrou à Assembleia um documento no qual afirma-se que mais de 700.000 cristãos deixaram o país por causa do conflito e das violências ao longo nos últimos trinta anos. E as migrações já começaram nos últimos anos do regime de Saddam Hussein e aumentou nos últimos anos.

O surgimento do Estado islâmico e o êxodo de centenas de milhares de pessoas de Mosul e da planície de Nínive, no verão de 2014, são os últimos de uma série de ataques, com profanações de igrejas e locais de culto, violência e grupos, erradicação e expropriação de bens móveis e imóveis. Dos mais de um milhão e meio de 2003 passou-se hoje a menos de quinhentos mil.


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