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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A oração do cardeal Dearden que o papa propõe para entender a misericórdia

Ao encerrar encontro com a Cúria Romana, o Santo Padre fez esta prece


O papa Francisco pediu nesta manhã, em seu discurso à Cúria Romana, que a misericórdia guie os nossos passos, inspire as nossas reformas, ilumine as nossas decisões, seja o suporte do nosso trabalho, nos ensine quando ir em frente e quando dar um passo para trás, nos faça ver a pequenez dos nossos actos no grande plano de salvação de Deus e na majestade e mistério da sua obra.

E propôs uma bela oração, "comumente atribuída ao beato Óscar Arnulfo Romero, mas pronunciada pela primeira vez pelo cardeal John Dearden".

De vez em quando, dar um passo para trás nos ajuda a ter uma perspectiva melhor. O Reino não apenas está além do nosso esforço, mas ainda além da nossa visão.

Durante a nossa vida, só realizamos uma minúscula parte do magnífico empreendimento que é a obra de Deus.

Nada do que fazemos está acabado, o que significa que o Reino está sempre diante de nós.

Nenhuma declaração diz tudo o que poderia ser dito. Nenhuma oração pode expressar plenamente a nossa fé.

Nenhuma confissão traz a perfeição, nenhuma visita pastoral traz a integridade.

Nenhum programa realiza a missão da Igreja. Nenhum esquema de metas e objectivos inclui tudo.

Isto é o que tentamos fazer: plantamos sementes que um dia crescerão; regamos sementes já plantadas, sabendo que são promessa de futuro. Alicerçamos bases que precisarão de um desenvolvimento maior.

Os efeitos do fermento que proporcionamos vão além das nossas possibilidades.
Não podemos fazer tudo, e, ao nos darmos conta disto, sentimos certa libertação que nos capacita a fazer algo e fazê-lo bem feito. Talvez seja incompleto, mas é um começo, um passo no caminho, uma ocasião para que a graça do Senhor faça o resto.

É possível que nunca vejamos os resultados finais, mas esta é a diferença entre o mestre de obras e o pedreiro.

Somos pedreiros, não mestres de obra; ministros, não o Messias.

Somos profetas de um futuro que não é nosso.


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