Explica o deputado italiano Marazziti em seu livro "LIFE, de Cain ao Califado, rumo a um mundo sem pena de morte"
"Vivemos uma mudança histórica no que diz respeito à
pena de morte. A consciência do mundo percebe que a pena de morte não é
mais suportável, como aconteceu há muito tempo com a escravidão”.
Disse o presidente do Comité para Assuntos Sociais da Câmara da
Câmara dos Deputados da Itália, Mario Marazziti, ao comentar o seu livro
“LIFE, de Cain ao Califado, rumo a um mundo sem pena de morte".
Trata-se de uma crónica de 250 páginas da editora Mondadori primeiro
escrito em Inglês e agora em italiano. O evento aconteceu durante um
café da manhã com os repórteres que participaram em Roma de alguns
cursos de actualização sobre Igreja e Religião, na Universidade da Santa
Cruz.
"Eu tenho encontrado ao longo de 20 anos, explicou o antigo porta-voz
da Comunidade de Santo Egidio - activistas contra a pena de morte, cada
um fazendo algo de extraordinário, mas sem saber o que os outros estavam
fazendo, dos que pediam uma moratória aos abolicionistas". Ele
destacou que a comunidade de Santo Egídio desenvolve um trabalho
importante para reunir aqueles que se opõem à pena de morte.
Ao falar sobre os Estados Unidos, o autor lembrou que se trata de um
mundo muito fragmentado e que a Suprema Corte dos EUA citou duas vezes,
em 2000 e 2004, as normas internacionais sobre o direito, como uma razão
para declarar inconstitucional a pena de morte para menores e pessoas
com deficiência.
Ele acrescentou que o Estado americano de Nebraska aboliu a lei no
dia 30 de Novembro de 2015, e, desde 2007 quase todos os anos um estado
também o faz.
"Depois de estar no braço da morte no Texas, eu senti a obrigação
moral de dizer o que acontece lá", disse Marazziti, que narra muitos
casos em que o condenado muda e "acaba com uma ideia muito apurada de
humanidade".
Ele também observou que a gravidade dos crimes nem sempre coincide
com a pena de morte e que os executados nem sempre são os piores
criminosos. Depende mais da severidade das leis do estado do que dos
crimes.
O livro que foi pensado para os Estados Unidos e o Japão, mas depois
para outros países, apresenta o tema a partir de treze pontos de vista.
Do ponto de vista dos familiares das vítimas que se paralisam na
vingança deste ato; como de outros familiares que passaram do ódio para a
cura. "A pena de morte promete executar a "cura", quando na verdade a
cura não é imediata, mas requer um processo", disse o autor.
Também inclui os casos de inocentes, com estatísticas e os avanços das investigações graças ao adn,
que permite um grande número de anulações de sentenças de crimes graves
que foram baseados em testemunhos oculares e confissões. Outro capítulo
é dedicado ao braço da morte no Texas.
O deputado italiano a partir dos dados fornecidos, destaca que, dos
familiares das quase 168 vítimas do atentado de Oklahoma, apenas 12%
concordaram em assistir a execução, demonstrando que a execução não
cicatriza as feridas.
Neste processo de consciencialização que leva à abolição da pena de
morte, recordou que o primeiro estado foi o ducado da Toscana, em 30 de Novembro de 1786. A primeira resolução de condenação das Nações Unidas
chega apenas em 2007.
O autor também manifestou seu temor de que por causa da fraqueza das
democracias europeias nesta fase histórica decida-se pela suspensão de
algumas liberdades democráticas para fazer a guerra melhor. Um exemplo
disso seria construir muros para impedir a entrada de imigrantes,
considerando que "há muitos anticorpos diante dessa tentação”.
in
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