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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

“A Igreja é a única que está defendendo as crianças do ataque da ideologia de género”

No lançamento do livro "Relativismo e ideologia de género", o arcebispo eleito de Barcelona destacou que é preciso coragem e humildade para pregar a verdade em todos os momentos


"Em última análise, nesta sociedade tão turbulenta, a Igreja é a única que está defendendo os pequenos da ideologia de género ou do aborto... e atacam a Igreja porque é a única instituição que falta para cair. Por isso não temos que dobrar-nos, e essa é a mensagem de Jesus”. Assim falou Mons. Juan José Omella, arcebispo eleito de Barcelona, na apresentação do livro “Relativismo e ideologia de género” (Vozdepapel) que aconteceu no passado dia 14 em Logroño, na paróquia de São Paulo, perante 120 pessoas.

Depois de felicitar o padre Pedro Trevijano pela actualidade e oportunidade do seu livro, o prelado, de origem aragonesa, manifestou que “é preciso ter coragem e humildade para pregar a verdade em todo momento”.

Em seu discurso, o arcebispo eleito de Barcelona referiu-se ao Papa Francisco, “tão querido e social, mas que, ao mesmo tempo, prega uma doutrina clássica. O Papa diz: ‘Eu não julgo ninguém, mas não estou de acordo com isso e aquilo...; eu não condeno, mas nem sequer estou de acordo com tal coisa...’”.

Assim, Mons Omella alertou para a ameaça da ideologia de género em nossa sociedade: "Somos todos iguais, é verdade, mas com dignidade. Mas somos diferentes fisicamente, psicologicamente ... não confundamos, somos iguais em dignidade, mas o homem e a mulher são diferentes”.

"A ideologia de género – denunciou – vai entrando lentamente e nem damos importância, porém, vai nos mudando, por isso temos que estar vigilantes perante esta ditadura do relativismo, que vai entrando no coração de todos, tanto no sexual como em outros temas: que diferença faz roubar ou não roubar; que diferença faz fazer o bem ou o mal... no final perdemos a noção de pecado... e vamos perdendo a orientação da nossa vida e não somos felizes”.

Por sua parte, o autor da obra disse que o objectivo da ideologia de género é "destruir a família" de acordo com a confissões públicas de Celia Amoros, uma das suas grandes divulgadoras na Espanha.

"É diabólica a ideologia de género? – perguntou-se Trevijano perante os assistentes –. Excepto no ponto do estupro, em que estamos de acordo, a moral sexual da ideologia de género é igual que a moral católica, mas em sentido inverso. O que para nós está bem, para eles está mal e vice-versa. É, portanto, a moral do pecado, a moral de Satanás".

Além disso, o padre manifestou que “tudo é muito sério na ideologia de género, como a tentativa de destruir as famílias. Embora o que mais me preocupa é o desejo deles de corromperem crianças, adolescentes e jovens”.

"A ideologia de género visa colocar a sexualidade a serviço não do amor, mas do prazer, com uma total liberdade sexual que acaba transformando a pessoa em escrava dos seus instintos mais baixos. Em nome da liberdade, pretende terminar com a nossa liberdade, que nos pede que sejamos capazes de mandar em nós mesmos, contando com a ajuda da graça”, disse.

Neste sentido, o autor do livro descreveu os objetivos concretos desta nova ameaça: “O matrimónio e a família são, para a ideologia de género, dois modos de violência permanente contra a mulher e, portanto, instituições que devem ser combatidas. A mulher é um ser oprimido e a sua libertação é central para qualquer atividade de libertação. A sexualidade, para este feminismo radical, é uma relação de poder e o matrimónio é a instituição que o homem usou para oprimir a mulher”.

Em seguida, garantiu que a “corrupção de tipo sexual que propõe a ideologia de género para as crianças e adolescentes é pior do que a corrupção dos políticos com o dinheiro”. Também destacou que os ideólogos de género recomendam que “nas escolas e institutos públicos os serviços devem ser uni-sexo, além de desaconselhar a celebração do dia do pai ou da mãe já que, assim, não se abre espaço para outro tipo de famílias”.

"Para ideologia de género, disse o doutor em teologia moral – uma pessoa não nasce mulher, mas a fazem mulher. Portanto, a pessoa escolhe o sexo que quer ser e, assim, qualquer um pode ir ao tribunal e decidir o sexo que quiser ser”.

Finalmente, Pedro Trevijano chamou a ideologia de género de “uma legislação diabólica que falta com o mais elementar sentido comum”.

Na sua vez de falar, o editor Alex Rosal disse que "o nazismo e o comunismo foram as duas ameaças que colocaram à beira do abismo a humanidade em pleno século XX. As duas ideologias prometiam o paraíso na terra... e nos deixaram um inferno com mais de 110 milhões de assassinatos. Hoje continuamos a ter ameaças palpáveis. Uma é o ISIS ou o Estado Islâmico. Para entendermos: os terroristas jihadistas que semeiam terror em nome de Alá”.

"Mas há outra ameaça, não tão visível, mas igualmente destrutiva – continuou Rosal – . Não mata fisicamente, nem provoca estragos materiais, mas reinventa uma sociedade em duas gerações. Esta nova ameaça se chama ideologia de género. Alguém poderia dizer, ‘Cara, não exagere’. E teria razão. Eu também era dessa mesma opinião. ‘Não exageremos, não é grande coisa’. Mas, vai passando o tempo e tenho a mesma sensação do que com os jihadistas do ISIS. Devemos ficar alarmados”.

O presidente do Grupo Libres comentou que “os quatro principais partidos políticos que existe na Espanha (PP, PSOE, Cidadãos e Podemos) abraçam com entusiamos a ideologia de género”.

"Temos de acordar, especialmente os pais que têm crianças em idade escolar, já que esta ideologia pretende reeducar os mais jovens com um veneno que pode ser letal para a sua felicidade futura”, concluiu Alex Rosal.


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