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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Sínodo: Casais contam suas experiências ao Papa


Santa Sé divulga intervenções dos auditores de vários países, entre eles, um casal de brasileiros


Nas congregações gerais de 15 e 16 de outubro no Sínodo dos Bispos sobre a família, intervieram vários auditores, incluindo alguns casais da Espanha e da América Latina. O Papa Francisco presidia o momento, que durou alguns minutos, na Sala do Sínodo. Nos Grupos de Trabalho estas intervenções são mais longas. A Santa Sé divulgou nesta terça-feira (20) algumas destas intervenções.

Colômbia
O casal Isabel Botia de Diaz e Humberto Díaz Victoria, membros da Comissão para a Família da Conferência Episcopal, partilharam que compreenderam desde os primeiros anos de matrimónio (35 anos) “o significado de ser discípulo missionário de Jesus e o compromisso de anunciar o Evangelho do amor na família, no nosso ambiente". Tornando-se assim uma "família missionária" que transmitiu aos filhos a "consciência do serviço, que tem sido fundamental na formação das famílias".

Eles se dedicam em tempo integral à formação de agentes da pastoral familiar, acompanhando os processos de crescimento e de reconciliação das famílias. Eles afirmam que "as famílias precisam urgentemente de processos de acompanhamento e formação sistemática” para "serem protagonistas no processo de evangelização".

Eles propuseram que durante a preparação para o casamento, sejam oferecidos instrumentos aos futuros esposos para uma revisão de sua história pessoal, para curar feridas, perdoar e reconciliar-se com aqueles que lhes causaram mal físico, emocional e psicológico". E sejam apresentados "modelos de famílias bem estruturadas".

Espanha
María Monserrat Rosell Torrus Gay Moltalvo, membro do grupo de casais da paróquia de São Francisco de Sales em Barcelona, ​​e o marido, juiz aposentado e ex-membro da Pastoral Diocesana em Barcelona, ​​casados há 44 anos, contaram sua "experiência de vida", como a sincera oração a Nosso Senhor, os ajudou a viver e a desfrutar a vida com os demais. Ela trabalha com mulheres excluídas e ele se dedica à defesa dos direitos humanos, nas prisões, reiterando que a dignidade humana deve ser a base da lei.

Costa Rica
A religiosa Berta Maria Porras Fallas, da pastoral familiar da ordem Terciária dos Capuchinhos da Sagrada Família, membro da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), disse que ao aprofundar os diferentes parágrafos do Instrumentum Laboris veio em mente o texto do Bom Samaritano.

Ela notou através do Instrumentum Laboris a urgência da formação e propôs um "tripé formativo para oferecer aos adolescentes; uma contribuição para as escolas, centros de acolhimento, pastoral da juventude”. As prioridades seriam: "Em primeiro lugar, amar com discernimento, contendo questões de formação para o discernimento e discernimento para a missão pessoal. Segundo, o amor conjugal, o homem e a mulher, com temas sobre ‘homem e mulher os criou’ e a análise dos desafios atuais. Terceiro, amar e doar-se sexualmente. Tópicos: sexualidade humana como dom, amor conjugal".

Peru
Dr. Edgar Tejada Zeballos, membro da Comissão para a Família da Conferência Episcopal, recordando sua esposa Mayela, que não estava presente, e suas quatro filhas, destacou que de um lado há casais que evitam ter filhos a qualquer custo, recorrendo ao uso de contraceptivos, que têm efeitos abortivos, esterilizações e até mesmo ao aborto. Por outro, há casais que acreditam que ter um filho é um direito, sem considerar que os filhos são um dom de Deus, por isso, recorrem a medidas que além de ser um atentado à moral, custam a vida de inocentes, tais como a fertilização in vitro, em cujos procedimentos muitos embriões são eliminados, queimados, congelados ou vendidos.

Ele solicitou que esta questão seja mencionada nos parágrafos 140 e 141 do Instrumentum Laboris.

Brasil
Ketty Abaroa de Rezende e Pedro Jussieu de Rezende, 7 filhos e 5 netos, casados há 36 anos, docentes na Universidade Estadual de Campinas, comentaram sobre casais que vivem a vida familiar com grande alegria, cujos filhos são felizes simplesmente porque vêm o amor de seus pais.  

Eles contaram o relato de um pai de família que ajudava o filho de seis anos a fazer o exame de consciência e escutou o dizendo: “Jesus, perdoa a Sarah porque ela me bateu”. E o pai lhe explicou: “Não, filho, você deve pedir perdão pelas coisas ruins que você fez”. E o menino adicionou: “Jesus, me perdoe porque foi eu que bati nela primeiro”.

Outro relato foi sobre uma mãe que foi se confessar e a filha de quatro anos também quis ir. No momento em que a mãe saía do confessionário, a criança bateu na porta e gritou: “Jesus, agora é a minha vez”.

“Estas sementes de fé brotam nas famílias e, através da graça do sacramento do matrimónio, podem levar a alegria apesar do sofrimento”, acrescentou o casal brasileiro.

“Estas famílias cristãs se esforçam regularmente para receber os sacramentos e receber formação espiritual de sacerdotes devotos, e se convertem em famílias apostólicas”.

Eles acreditam que esta é uma das missões da família: “ajudar outras famílias a experimentarem a ‘alegria de ser uma família cristã’”.


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