Os secretários das 22 Conferências Episcopais Latino-americanas, reunidos desde a quarta-feira até sexta-feira 14
Roma, 14 de Março de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
Os secretários das 22 Conferências Episcopais da América
Latina e do Caribe estão reunidos desde a quarta-feira 12 até hoje,
sexta-feira, em sua reunião anual, este ano, na sede da Conferência
Episcopal da Colômbia, em Bogotá.
A realidade social, económica, política e religiosa da América
Latina à luz do Evangelho e dos ensinamentos da Igreja estão sempre no
centro da reflexão, embora este ano também entrou a crise na Venezuela.
O país latino-americano está submerso há um mês em protestos contra o
governo e até o momento o número provisório é de pelo menos 28 mortos e
de uns 300 feridos. O governo mostra-se incapaz de controlar grupos de
franco-atiradores que disparam contra os manifestantes e reprime com
brutalidade os protestos.
"Os bispos latino-americanos estamos preocupados com a evolução da
situação neste país e queremos ter informações de primeira mão dos
bispos venezuelanos", disse o presidente do Departamento de Comunicação
do CELAM, Mons. Adalberto Martínez Flores. E acrescentou: "sabemos que
os bispos pediram várias vezes para acabar com a violência e respeitar
os direitos dos manifestantes, para um diálogo aberto e transparente
como a única maneira de alcançar a paz e a reconciliação".
E em um artigo recém- publicado no website do Celam, o director geral
dos programas educativos populares de ‘Fé e Alegria’, Manuel
Aristorenam, indica que "o país está enchendo-se de dor, sofrimento,
angústia, violência, medo, intimidação de repressão e morte".
Acrescenta que o "conflito está aumentando em um ritmo que se tornará
incontrolável. Temos dado carta branca para o confronto, para a
eliminação do contrário, para o uso excessivo da violência” e que é
necessário detê-la “venha de onde vier. Nem violência para protestar nem
violência para reprimir”.
Criticou, portanto, a “violência das guarimbas” ou barricadas, porque
afirma: "o direito de protestar não justifica métodos violentos que
acabem afectando a mesma comunidade que se pretende defender”. E
acrescenta seu "não à violência dos militares e grupos policiais.
Algumas forças militares e policiais modernas se caracterizam pelo modo
controlado e apegado à lei e aos direitos humanos do uso da força e da
sua autoridade. Vemos com preocupação o uso excessivo da força para
controlar os protestos e barricadas”.
E convida a “usar a razão”, e apoiar as “várias iniciativas de
diálogo que partam do reconhecimento do outro, com acordos específicos e efectivos para a restauração da paz”.
"Apoiamos o apelo do Papa Francisco ao cessar da violência e da
hostilidade" fala, antes de que “a violência se faça incontrolável”.
Por sua parte monsenhor Ubaldo Ramón Santana Sequera, arcebispo de
Maracaibo, em declarações a Noticelam, antecipadas por ZENIT e
publicadas ontem, indicou que a Conferência Episcopal Venezuelana não
está conseguindo mediar com o Governo porque “sentiu que não goza da
confiança do Governo para realizar este trabalho”.
Espera-se que nesta Sexta-feira possa sair uma nova comunicação do CELAM sobre o assunto.
[Trad.TS]
(14 de Março de 2014) © Innovative Media Inc.
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