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sábado, 1 de março de 2014

Eutanásia infantil na Bélgica: o Rei recebe mais de 210 mil assinaturas para que a rejeite

Recolhidas por CitizenGO: 'Por favor, Vossa Majestade, ouça a sua consciência e sua responsabilidade histórica com todo os belgas'


Roma, 28 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Ivan de Vargas


A plataforma internacional CitizenGO entregou ontem (27) no Palácio Real em Bruxelas mais de 210.800 petições ao rei Philippe para que não sancione a lei de eutanásia infantil recentemente aprovada pelo Parlamento belga. As adesões foram recolhidas através da réplica de uma campanha em várias línguas, que recebeu o apoio de mais de 120 países do mundo.

As pessoas responsáveis ​​por entregar as assinaturas no Palácio foram o doutor em Medicina e especialista em cuidados paliativos e acompanhamentos na morte, Jesus Poveda; O CEO de CitizenGO, Alvaro Zulueta e a voluntária deficiente da plataforma espanhola Derecho a Vivir, Carlota Ruiz Dulanto.

O CEO de CitizenGO observou em um comunicado que os signatários da petição são conscientes do "desafio institucional" que pode significar para o monarca belga emular seu tio, o rei Balduino, que se recusou a assinar a lei do aborto em 1990. No entanto, "o rei Philippe deve ter em mente que grandes gestos de grandes homens inspiram a humanidade a construir um mundo melhor", acrescentou Zulueta.

Nesse sentido, o responsável desta plataforma cidadã pediu ao monarca para ouvir "as vozes que em seu próprio país ou no exterior estão alertando-lhe sobre esta Lei" e suas repercussões internacionais.

"Por favor, Vossa Majestade, ouça a sua consciência e a sua responsabilidade histórica com todos os belgas. Aceite o desafio para o qual provavelmente está se preparando por toda a sua vida. Defenda a Instituição da Coroa como um baluarte de princípios éticos imutáveis de civilização e progresso”, insistiu o CEO de CitizenGO.

E concluiu pedindo mais uma vez ao rei Philippe que “não sele com a sua assinatura a lei mais permissiva da eutanásia de todo o mundo”.

Bélgica tornou-se, no dia 13 de Fevereiro, o primeiro país do mundo a colocar na sua legislação a eutanásia de menores sem requisito de idade. Com a nova lei, os menores com doenças incuráveis poderão submeter-se a esta terrível prática, sempre que cumpram alguns requisitos rigorosos. O principal consiste em demonstrar capacidade de discernimento.

O texto final, aprovado definitivamente no Congresso dos Deputados, estabelece que será o médico encarregado do caso que avaliará se o menor é capaz de adoptar a decisão, mas terá que consultar previamente um psiquiatra infantil. Na actualidade, Bélgica já prevê o direito à eutanásia a partir dos 15 anos para jovens emancipados.

Inúmeros profissionais médicos reagiram violentamente a uma lei que não responde a qualquer demanda da sociedade e do sector da saúde, mas sim às cabalas eleitorais de uns políticos que concorrem à eleições nessa Primavera.

O rei Philippe deverá assinar a nova norma para que entre em vigor. Até agora o monarca, pai de quatro filhos, não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

(Trad.TS)

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