Apagam-lhes com ácido a cruz que levam tatuada no pulso
| Mulheres sequestradas no Egipto e obrigadas a converter-se ao Islão |
Actualizado 13 de Março de 2014
Tempi.it
No Egipto, o sequestro de jovens coptas não é uma novidade: já durante a presidência de Sadat registaram-se alguns episódios. Sem dúvida, depois da queda de Mubarak o número de casos aumentou exponencialmente.
«Antes da revolução, desapareciam quatro ou cinco raparigas por mês; hoje em dia, a média é de quinze», declara à Ajuda à Igreja Necessitada Ebram Louis, fundador da Associação para as vítimas de sequestros e desaparições forçadas (AVAED), organização que garante às vítimas e às suas famílias assistência médica, psicológica e legal.
«Desde 2011 considera-se que foram, pelo menos, 550 as cristãs sequestradas», afirma o activista. Por outra parte, é quase impossível dar estimativas exactas porque frequentemente os crimes e os agressores não são assinalados nem denunciados. No Egipto, uma mulher violada é, ainda hoje, motivo de vergonha para a sua família.
Segundo AVAED, em 40% dos casos, as jovens (de idades compreendidas entre os 14 e os 40 anos) são sequestradas, violadas e, seguidamente, obrigadas a contrair matrimónio com o seu próprio sequestrador depois de ser obrigadas a converter-se ao Islão.
Tempi.it
No Egipto, o sequestro de jovens coptas não é uma novidade: já durante a presidência de Sadat registaram-se alguns episódios. Sem dúvida, depois da queda de Mubarak o número de casos aumentou exponencialmente.
«Antes da revolução, desapareciam quatro ou cinco raparigas por mês; hoje em dia, a média é de quinze», declara à Ajuda à Igreja Necessitada Ebram Louis, fundador da Associação para as vítimas de sequestros e desaparições forçadas (AVAED), organização que garante às vítimas e às suas famílias assistência médica, psicológica e legal.
«Desde 2011 considera-se que foram, pelo menos, 550 as cristãs sequestradas», afirma o activista. Por outra parte, é quase impossível dar estimativas exactas porque frequentemente os crimes e os agressores não são assinalados nem denunciados. No Egipto, uma mulher violada é, ainda hoje, motivo de vergonha para a sua família.
Segundo AVAED, em 40% dos casos, as jovens (de idades compreendidas entre os 14 e os 40 anos) são sequestradas, violadas e, seguidamente, obrigadas a contrair matrimónio com o seu próprio sequestrador depois de ser obrigadas a converter-se ao Islão.
| Cristãs coptas numa missa da Páscoa |
Apagam com ácido a cruz do pulso
Outras vítimas são, por outro lado, enganadas por jovens muçulmanos que primeiro ganham a sua confiança, depois obrigam-nas a converter-se e a contrair matrimónio islâmico. Antes do matrimónio, os sequestradores apagam com ácido a cruz que levam tatuada no pulso, símbolo de uma fé cristã levada com orgulho por muitos exponentes da minoria copta.
Uma organização dedicada ao sequestro de cristãs
O elevado número de jovens desaparecidas e a repetição de um idêntico modus operandi convenceu advogados, activistas e sacerdotes (que desde há muito tempo estão comprometidos em lutar contra esta atroz praga) que detrás dos sequestros hoje uma organização muito estendida.
Confirma-o à ACS o advogado cristão Said Fayez: «No Egipto há múltiplas células islâmicas dedicadas exclusivamente ao rapto de mulheres coptas».
Fayez refere, além disso, que muitas cristãs que fugiram dos seus sequestradores pedem para voltar à própria fé: pelo menos foram cinco mil nos últimos dezoito meses.
«Sem dúvida, as que tiveram filhos durante o matrimónio forçado devem esperar (explica o advogado). Se deixassem o Islão para voltar a abraçar o cristianismo perderiam os seus filhos, porque a lei egípcia estabelece que os filhos pequenos devem viver com o progenitor que pratica a “verdadeira fé”. E, obviamente, por “verdadeira fé” entende o Islão».
Testemunhos de mulheres que fugiram
A escassa informação disponível sobre os sequestros procede do testemunho das jovens que conseguiram fugir.
Como Ingy, ainda menor de idade, que se cortou duas vezes nas veias dos pulsos para convencer os seus carcereiros que a libertassem. Mas muitas, sem dúvida, não tiveram a mesma sorte.
Como a pequena Nadia Makram, sequestrada em 2011 com 14 anos de idade.
Os pais de Nadia conheciam o nome do seu sequestrador (Ahmed Hammad, um muçulmano de 48 anos) e dirigiram-se imediatamente à polícia. O homem não foi preso.
Segundo os numerosos episódios documentados por AVAED, frequentemente a polícia nega-se a ir buscar as jovens alegando que estas abandonaram voluntariamente a casa paterna.
Se posteriormente as jovens são encontradas e convocadas à comissaria de polícia, quase sempre estão acompanhadas pelos seus novos “parentes” muçulmanos, inclusive na ocasião do colóquio que deveria servir para aclarar se houve sequestro. É compreensível que muitas confirmem que deixaram a sua família de origem sem nenhuma constrição.
Outras vítimas são, por outro lado, enganadas por jovens muçulmanos que primeiro ganham a sua confiança, depois obrigam-nas a converter-se e a contrair matrimónio islâmico. Antes do matrimónio, os sequestradores apagam com ácido a cruz que levam tatuada no pulso, símbolo de uma fé cristã levada com orgulho por muitos exponentes da minoria copta.
Uma organização dedicada ao sequestro de cristãs
O elevado número de jovens desaparecidas e a repetição de um idêntico modus operandi convenceu advogados, activistas e sacerdotes (que desde há muito tempo estão comprometidos em lutar contra esta atroz praga) que detrás dos sequestros hoje uma organização muito estendida.
Confirma-o à ACS o advogado cristão Said Fayez: «No Egipto há múltiplas células islâmicas dedicadas exclusivamente ao rapto de mulheres coptas».
Fayez refere, além disso, que muitas cristãs que fugiram dos seus sequestradores pedem para voltar à própria fé: pelo menos foram cinco mil nos últimos dezoito meses.
«Sem dúvida, as que tiveram filhos durante o matrimónio forçado devem esperar (explica o advogado). Se deixassem o Islão para voltar a abraçar o cristianismo perderiam os seus filhos, porque a lei egípcia estabelece que os filhos pequenos devem viver com o progenitor que pratica a “verdadeira fé”. E, obviamente, por “verdadeira fé” entende o Islão».
Testemunhos de mulheres que fugiram
A escassa informação disponível sobre os sequestros procede do testemunho das jovens que conseguiram fugir.
Como Ingy, ainda menor de idade, que se cortou duas vezes nas veias dos pulsos para convencer os seus carcereiros que a libertassem. Mas muitas, sem dúvida, não tiveram a mesma sorte.
Como a pequena Nadia Makram, sequestrada em 2011 com 14 anos de idade.
Os pais de Nadia conheciam o nome do seu sequestrador (Ahmed Hammad, um muçulmano de 48 anos) e dirigiram-se imediatamente à polícia. O homem não foi preso.
Segundo os numerosos episódios documentados por AVAED, frequentemente a polícia nega-se a ir buscar as jovens alegando que estas abandonaram voluntariamente a casa paterna.
Se posteriormente as jovens são encontradas e convocadas à comissaria de polícia, quase sempre estão acompanhadas pelos seus novos “parentes” muçulmanos, inclusive na ocasião do colóquio que deveria servir para aclarar se houve sequestro. É compreensível que muitas confirmem que deixaram a sua família de origem sem nenhuma constrição.
| Paroquianos numa missa copta de Natal |
Sem dúvida, em 2012, quando a jovem, com apenas quinze anos, deu à luz o seu primeiro filho, o caso foi arquivado e o marido absolvido. Ao homem bastou-lhe mostrar um certificado de matrimónio que atestava a união “regular” com a sua consorte menor de idade.
(Tradução de Helena Faccia Serrano, Alcalá de Henares)
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