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domingo, 31 de janeiro de 2021

Se hizo monja porque su marido quiso ser sacerdote... luego él renegó y la persiguió con saña


Un documental sobre Cornelia Connelly.

En los años treinta se dieron los primeros pasos para su beatificación, que fueron frenados porque no se consideraron suficientes las pruebas documentales. Sin embargo, en 1935 su exhumación para trasladar el cuerpo desveló un buen estado de conservación. En 1959 se abrió oficialmente la causa en la diócesis inglesa de Southwark, y en 1992 fue declarada Venerable, a la espera de un milagro que la eleve a los altares.



Más allá de la conversión del rockero Brian Welch, la sanación de las heridas de su hija adolescente




São Ideias, ideias com Ideais magnânimos

No ar ainda paira o bom odor natalício, o Natal que foi, que é e continuará a ser, pois o espírito que lhe assiste reside no coração do homem, vivendo no tempo que passa para poder viver construindo um tempo de harmonia, de felicidade e de paz.

A paz é o sinal decisivo de que Deus nasceu e está entre nós, mas onde ela se decide definitivamente é no nosso interior e para que haja vida nova no Ano Novo temos de recomeçar a luta por acender uma luzinha de bem-querer estar connosco e com os outros.

Essa pequena chama que se acende é apenas um princípio, depois temos de segui-la, se almejamos que essa luz se torne estrela e depois Sol. Às vezes ficamos na escuridão e desorientados porque não estamos acostumados a olhar para o alto, para a Estrela que nos guia, limitamo-nos ao nosso próprio candeeiro que é uma luz pequena, uma luz escura que nos reduz aos limites do nosso egoísmo.

Toda a nossa vida é um caminhar, a constância nas dificuldades exige um recomeçar contínuo e a Estrela alegra-nos o caminho e recorda-nos a todo o instante que vale a pena o esforço para não perder o norte.

As estrelas são astros que têm luz e calor próprios, com um brilho cintilante que as distingue dos planetas e constituem o elemento fundamental do Universo. Também as nossas ideias são estrelas peregrinas que se formam no nosso pensamento, habitam dentro de nós, movem-nos, orientam os nossos passos e impelem-nos ao crescimento e à construção de um mundo maior e melhor. Ideias soltas que se entrelaçam, se cruzam, se agigantam e nos engrandecem. Ideias grandes que nos erguem e soerguem, nos revigoram o ânimo, nos reforçam a esperança e, audazmente, nos conduzem a boas acções.

As Ideias são pedaços do homem, ideias positivas formam pensamentos edificantes, ambos são inseparáveis e se confundem com o próprio Homem. Se lhe tirarmos a capacidade de pensar nada mais lhe resta pois o homem é o pensamento e o pensamento é o homem.

As ideias propagam-se ou são repelidas, surgem nos nossos cérebros e aí se desenvolvem, recorrendo depois a um veículo transmissor para chegarem aos outros cérebros: a linguagem, os sons, a luz.

As ideias dos homens movem o mundo, se forem de bem, fazem a paz, se forem de mal fazem a guerra. Por isso é tão importante formar o ser humano na capacidade de bem pensar e pensar o Bem, para em consequência poder espelhar nos outros e espalhar no mundo sementes boas de Esperança.

Esta é a grande aventura da humanidade, nós e as nossas ideias crescemos juntos, construímos o horizonte do nosso viver, ampliamo-lo aos outros e mergulhamos todos num universo estrelado ou não, consoante a riqueza e beleza do nosso pensamento para agir no sentido ético do bem-fazer ou não.

O homem é um ser em liberdade, pode escolher o que quer ser e fazer, sabendo de antemão que não pode fugir às consequências das suas opções.

Numa sociedade em que a normalidade parece ser o mal é chegada a altura de assumir a responsabilidade que cada um dos nossos pensamentos e acções projecta no universo humano.

Todos somos chamados à consecução duma sociedade mais verdadeira, mais justa e fraterna. Estamos ávidos de boas notícias, sabemos que existem factos que enaltecem quem os realiza e recebe, mas faz falta quem os comunique.

Faço um apelo ao jornalismo, no sentido de que possa fazer notícia do bem que pulula por esse mundo além, para que no exercício da sua nobre profissão seja uma réstia de esperança neste ano de 2021 que iniciámos. Termino com uma citação de Ramalho Ortigão: Sem a alegria, a humanidade não compreende a simpatia nem o amor.

Maria Susana Mexia


11 meses

Bom dia e um santo domingo para si, que nos acompanha.

Um mês de 2021 chega já ao fim e embora ele pareça, em larga medida, uma reedição de 2020, convém não desistir de todos os propósitos que se fizeram ainda há 31 dias… Ainda nos sobram 11 meses.

O ano continua marcado pela pandemia e no encontro ‘Do Clique ao Toque’, que decorreu este sábado (em fevereiro há mais), falou-se da capacidade de reinvenção da Igreja Católica, com maior presença no mundo digital.

O novo confinamento levou à suspensão das Missas públicas e isso é, naturalmente, motivo de sofrimento para as comunidades católicas, solidárias com a necessidade de travar o avanço da Covid-19. Um tema que mereceu a reflexão do cardeal D. José Tolentino Mendonça.

Por falar em defesa da vida, representantes de várias comunidades religiosas em Portugal lançaram um comunicado conjunto sobre a legalização da eutanásia.

Domingo é dia de 70x7, que pelas 15h30, na RTP 2, o convida hoje para uma viagem pelas músicas que (também) fizeram as várias edições da Jornada Mundial da Juventude, rumo a Lisboa 2023, agora que é conhecido o seu hino.

Antes, pelas 06h00, na Antena 1 da rádio público, conduzo uma emissão dedicada à mensagem do Papa para o próximo dia mundial das Comunicações Sociais.

Na entrevista conjunta Renascença/Ecclesia conversamos com D. Luiz Fernando Lisboa, bispo de Pemba, sobre a crise humana em Moçambique e a mobilização social para pressionar a presidência portuguesa da UE para este drama.

Despeço-me com votos de boas notícias, sempre, e renovo o convite deixado ontem pelo Paulo Rocha a acompanhar as celebrações dominicais, agora necessariamente à distância de um clique.

Octávio Carmo

 

 


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Grupo de Trabalho Inter-Religioso|Religiões-Saúde --- Comunicado


Grupo de Trabalho Inter-Religioso|Religiões-Saúde

Comunicado

Atordoados pelo tsumani provocado pela pandemia em número de mortos e infectados e incrédulos face ao número de ambulância que acorrem aos cuidados de saúde ficando horas e horas à espera de cuidados, às angústia das famílias e desespero de muitos doentes, à transferência de doentes para as ilhas e de iminente transferência para o estrangeiro, ao zelo e entrega dos profissionais na luta pela saúde e pela vida, apesar da falta de meios, da escassez de pessoal e do cansaço, eis que, sem os habituais holofotes da imprensa, sem solenidade e com sublime indiferença à realidade da cidade e do país, a maioria relativa dos deputados levou a Assembleia da República a oferecer aos portugueses uma lei para morrer (ou matar?), a eutanásia.

A pessoa humana é frágil e vulnerável. É próprio do homem amparar, acompanhar, curar e cuidar com compaixão o seu semelhante doente, vulnerável e frágil. Aquilo que a Assembleia ofereceu como saída à pessoa que sofre gravemente é a morte a pedido (por enquanto). O que esperar face às dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, à pobreza, à grave insuficiência de cuidados continuados, à inexistência de uma rede de cuidados paliativos, ao depósito de idosos em muitos lares, às graves insuficiências do SNS? A ideologia ganha terreno à Ética e a política passou a ocupar-se também do morrer, tornando o futuro cada vez mais preocupante. Do niilismo moral, do relativismo ético e da indiferença individualista o que de humano e nobre poderemos esperar?

Face àquilo que consideramos ser uma ruptura no dique da vida e um retrocesso civilizacional em função das ideologias do desejo:

a) Reforçaremos o nosso empenho na proclamação dos valores da vida e na formação humana suportada pelos mesmos porque consideramos que cada ser humano é portador de uma dignidade intrínseca anterior a qualquer critério de autonomia, liberdade ou qualidade de vida e que não depende das fases da vida por que passa nem das suas condições, dos papeis sociais que desempenha nem da cultura a que pertence. Cada pessoa é, na verdade, única e irrepetível, insubstituível e necessária à sociedade de que faz parte. Não há vidas descartáveis.

b) Assumimos o desafio de uma maior proximidade aos doentes através do acompanhamento espiritual porque não somos indiferentes ao pedido de um doente terminal que pede para morrer. Sabemos pela experiência de acompanhamento compassivo que esse pedido é não só um grito suplicante por ajuda no controlo sintomático da dor, mas é também um pedido dramático de proximidade humana e um desejo de sentido espiritual. Por isso clamamos para que, no sistema de saúde, não nos impeçam de o fazer e que deste sejam retirados os entraves existentes.

c) Continuamos a afirmar o princípio ético, ancestral e universal, “não matarás” porque acreditamos que a vida é um dom que recebemos de Deus, que tem um caracter sagrado e que uma finalidade última e por isso temos o dever de a cuidar até ao seu fim natural. O princípio “não matarás” conduziu a humanidade pelas vicissitudes da história até ao respeito pela vida e pela dignificação da pessoa humana, consagrando nos direitos humanos e nos códigos constitucionais da maior parte das nações, bem como nas grandes tradições religiosas o respeito pela vida própria e o respeito pela vida do outro.

 

Lisboa, 30 de Janeiro de 2021

Aliança Evangélica Portuguesa

Comunidade Hindu Portuguesa

Comunidade Islâmica de Lisboa

Comunidade Israelita de Lisboa

Igreja Católica

Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons)

Patriarcado Ecuménico de Constantinopla

União Budista Portuguesa

União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia




Comunicado CEP eutanásia




Recitação do Rosário



sábado, 30 de janeiro de 2021

Parlamento aprovou eutanásia, bispos falam em “tristeza e indignação”

 | 30 Jan 21

A aprovação da lei da eutanásia ficou esta sexta-feira consumada no Parlamento. Marcelo pode promulgar, enviar para o Tribunal Constitucional ou vetar – neste caso, bastará aos deputados repetir a aprovação. Os bispos católicos reagiram.

Alberto Baumann, “Eutanasia of the Dream” (Eutanásia do Sonho), 1984, técnica mista sobre tela.

A Assembleia da República aprovou nesta tarde de sexta-feira a lei que legaliza a morte medicamente assistida, com 136 votos a favor e 78 votos contra. A votação teve mais oito votos favoráveis do que o projecto do PS que, no ano passado, foi o mais votado com 128 votos. No caso de um eventual veto do Presidente à lei, os deputados terão de aprovar de novo a lei – o que, com o resultado agora obtido, está garantido que aconteça.

A nova lei define como “eutanásia não punível a antecipação da morte por decisão da própria pessoa, maior, cuja vontade seja actual e reiterada, séria, livre e esclarecida, em situação de sofrimento extremo, com lesão definitiva, de gravidade extrema, de acordo com o consenso científico, ou doença incurável e fatal, quando praticada ou ajudada por profissionais de saúde.”

Segundo a nova lei, a eutanásia pode ser solicitada por cidadãos nacionais ou legalmente residentes em território nacional. O articulado também prevê que a objecção de consciência possa “ser invocada a todo o tempo e não carece de fundamentação”, como prevê o diploma aprovado.

O pedido deve ser feito por três vezes e deve incluir os pareceres do médico orientador e de um especialista da patologia de que sofra o doente, bem como de um psiquiatra, se houver dúvidas sobre a “vontade séria, livre e esclarecida” do doente ou sobre alguma eventual perturbação de que padeça. Mas o processo pode ser anulado em qualquer fase, a pedido do doente, se este ficar inconsciente ou sempre que haja um parecer negativo. Ao mesmo tempo, a eutanásia não é motivo para exclusão da pessoa de seguro de vida, mas o segurado não pode alterar os beneficiários depois de ter começado o processo da eutanásia – nem pode beneficiar dele os profissionais que participem no acto.

Entre as primeiras reacções, o conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) exprimiu a sua “tristeza e indignação”, acrescidas “pelo facto de se legalizar uma forma de morte provocada no momento do maior agravamento de uma pandemia mortífera, em que todos queremos empenhar-nos em salvar o maior número de vidas, para tal aceitando restrições da liberdade e sacrifícios económicos sem paralelo”.

Os bispos recordam que a lei agora aprovada pode ainda “ser sujeita a fiscalização da constitucionalidade” mas não fazem nenhum apelo directo ao Presidente para que vete a lei.

Ao contrário do argumento dos defensores da morte medicamente assistida, segundo os quais pode haver pessoas que, em situações limite de sofrimento, podem pedir para morrer e que isso não deve penalizar quem os ajuda, os bispos afirmam que não podem “aceitar que a morte provocada seja resposta à doença e ao sofrimento”, pois isso “é desistir de combater e aliviar o sofrimento”.

Esta lei traduz um “retrocesso cultural sem precedentes” e devia antes proteger-se a vida, “sobretudo quando ela é mais frágil, por todos os meios e, nomeadamente pelo acesso aos cuidados paliativos, de que a maioria da população portuguesa está ainda privada”, conclui o conselho permanente da CEP.

 

Concordâncias e dissidências cristãs
Religiões. Eutanásia. Portugal

Representantes de várias confissões religiosas em Portugal, em 2018, depois da assinatura de uma posição conjunta contra a eutanásia. Foto © Ecclesia

No campo cristão, nem todas as vozes pensam o mesmo. Além de ter havido católicos que vieram publicamente defender a lei (o 7MARGENS publicou também, em 2019, vários textos reflectindo diferentes opiniões de crentes, durante o debate parlamentar – bastará colocar, na lupa de pesquisa, a palavra eutanásia, para poder aceder a todos os artigos publicados sobre o tema) o Conselho Português de Igrejas Cristãs (que reúne lusitanos/anglicanos, metodistas e presbiterianos), remeteu a sua posição sobre a nova lei para a declaração que publicou há três anos, quando se iniciou o debate sobre a proposta de legislar o tema.

O Copic considerava, nessa declaração já referida pelo 7MARGENS, que “a vida humana, mesmo a mais debilitada, possui um valor intrínseco e que a sua dignidade escapa a qualquer tipo de avaliação”, mas, ao mesmo tempo, admite “as interrogações dos nossos contemporâneos que (…) hesitam em considerar a obstinação terapêutica e o sofrimento insuportável de alguns doentes em fase terminal como admissíveis.”

A posição do Conselho de Igrejas “não é tanto afirmar um acordo ou um desacordo de princípio, mas sim a de que os cristãos devem envolver-se num diálogo aberto para que seja possível encontrar caminhos que respeitem a diversidade de convicções sobre este assunto cujo consenso está longe de existir” e que todos os cristãos devem empenhar-se em conseguir “uma sociedade mais misericordiosa e compassiva e mais capaz de agir na defesa dos mais frágeis e dos que sofrem”.

Também há três anos, oito confissões religiosas, incluindo a Conferência Episcopal em nome da Igreja Católica, publicaram uma declaração recusando a possibilidade legal da eutanásia e do suicídio medicamente assistido.

Politicamente, a votação final da lei também manifestou divisões: nem toda a esquerda votou a favor, nem toda a direita votou contra. Pronunciaram-se a favor da lei 136 deputados (a maioria dos do PS, 14 do PSD, e todos os do Bloco de Esquerda, PAN, PEV, e as deputadas não-inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues). Do lado oposto, contra a lei, esteve a maioria do PSD (55, incluindo Rui Rio e praticamente toda a sua liderança), nove deputados do PS, e ainda o PCP, CDS e os deputados solitários da Iniciativa Liberal e Chega. Registaram-se quatro abstenções – duas do PS e duas do PSD (a lista completa dos deputados que votaram diferente da maioria da sua bancada foi publicada na Família Cristã).

 

E agora, Presidente (ou Constitucional)?

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa cerimónia pública: a lei aprovada passará, na próxima semana, para as suas mãos. Foto: Direitos reservados

No debate prévio à votação, os partidos resumiram argumentos já referidos durante o debate: Isabel Moreira (PS) diz que a nova lei “acolhe as escolhas de cada pessoa” em vez de “perseguir alguns”. José Manuel Pureza (BE) advoga a justeza e bondade da lei e diz que ela combina “arrojo com prudência”. José Luís Ferreira, também diz que ela é “sensata e justa”, mas contesta o facto de ela permitir que a eutanásia seja praticada nos hospitais privados, para impedir que ela se torne “um negócio”.

O CDS pondera remeter a lei para o Tribunal Constitucional (nesse caso, a fiscalização sucessiva será mais demorada do que se for o Presidente a enviar), pois considera-a “uma derrota para todos”, como disse Telmo Correia. E António Filipe (PCP) diz que compreende o sofrimento de pessoas com doença terminal, mas o que esta lei consagra “é uma mensagem do legislador para a sociedade”, que arrisca banalizar “o recurso à eutanásia”.

A votação desta sexta-feira já tinha sido precedida por uma intensa campanha das mais variadas organizações católicas e “pró-vida” nas redes sociais a favor da rejeição do projeto de Lei. “Apelamos uma última vez aos deputados para que revejam a sua posição no momento de votar a lei em plenário”, lia-se, por exemplo, num manifesto subscrito pela Cáritas, União das Misericórdias, Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social, Universidade Católica e Casa do Gaiato de Lisboa, entre outras. No mesmo manifesto, as organizações divulgavam a sua intenção de, caso a lei fosse aprovada, apelar ao Presidente da República “para que faça o que estiver ao seu alcance para travar a legalização da eutanásia em Portugal.”

Marcelo Rebelo de Sousa pode enviar a lei para o Tribunal Constitucional, até oito dias depois de a receber, suscitando a fiscalização preventiva da sua constitucionalidade, de acordo com o artigo 136º da Constituição. Se não o fizer, terá de promulgar a lei ou exercer o seu direito de veto. Nesse caso, segundo o mesmo artigo da Lei fundamental, bastará ao Parlamento repetir a votação.

Recorde-se que o jurista Pedro Vaz Patto, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Igreja Católica, defende de há muito que o Presidente da República, caso não queira vetar politicamente a lei, pode, fundamentando-se no princípio da “inviolabilidade da vida humana”, submetê-la ao parecer do Tribunal Constitucional.

Contra a decisão do Tribunal Constitucional alemão de considerar inconstitucional a lei que qualifica o suicídio assistido como crime insurgiram-se esta semana os bispos alemães, através de comunicado do seu conselho permanente. Nele se pode ler que “a liberdade de cada pessoa para viver cada fase da sua vida de acordo com as suas próprias ideias é de importância fundamental”, mas tal não torna “o suicídio assistido uma opção ética aceitável.” 


La pobre Iglesia Católica en Pakistán se vuelca durante la pandemia con los más necesitados del país





Protestante devoto desde niño y lector incansable, buscando argumentos antimarianos se hizo católico





Folha Paroquial de S. José/S. João Baptista de 31 de janeiro de 2021




Uma Prenda de Jesus no Sapatinho


Este ano o Natal seria diferente. Todos nós sabíamos esse facto incontestável. Pela minha mente passaram tantos Natais com mesas enormes, rodeada pela família, em diferentes contextos. Alguns já não se encontram entre nós. Também houve Natais em que por motivos profissionais passei em trabalho, em circunstâncias adversas. Contudo, devido à doença SARS.COV-2, aos muitos momentos que passei em solidão, à partida de uma grande amiga com quem passava o Natal nos últimos anos, muito gostaria de ter um Natal mais acolhedor. Mas nos dias que precederam a noite da Consoada os acontecimentos pareciam precipitar-se com familiares a ficarem em isolamento profilático. Já tínhamos decidido que este ano cada um passaria em suas casas. Mas Deus concedeu-me uma prenda imerecida. Enviou o Francisquinho com cinco anos. Foram necessárias, muitas autorizações, das diferentes entidades envolvidas. Também da nossa parte a adequação dos espaços correspondendo a todas as normas de segurança vigentes. Seríamos unicamente cinco ou seis. Preparámos tudo com alguma expetativa sem ter a certeza da sua vinda. Mas no último momento entrou em minha casa e distribuiu alegria. Como estava feliz o Francisco por passar o Natal com uma família. Tudo era novidade. A minha neta brincava com ele, fazia muita companhia, tornaram-se inseparáveis. E nós procurávamos que o Francisco tivesse um Natal diferente. Para ele era tudo novidade. Dizia: “São tão bonitos os talheres. Porque é que tenho dois pratos e tantos talheres?” O meu filho tentou explicar que um era para o peixe outro para a carne mas o Francisco não aceitou. Teve de se retirar um prato. E o bacalhau chegou à mesa. Foi servido. Provou. “Está bom, Francisco”? perguntámos. “Não, não é bom. Graças a Deus que há carne”. Não há nada como uma criança para dizer a verdade. No entanto comeu tudo rapidamente e depois para surpresa nossa referiu que estava tudo muito bom. Foi servido o prato de carne, só às crianças, o peru. “Está bom, Francisco? Alguém perguntou. “Não, não está, afirmou”. Mas depois de concluir referiu novamente que estava muito bom. Tínhamo-nos esquecido de trazer a sopa no início do jantar. O Francisco no final da refeição pegou na colher e referiu: “Agora quero a sopa”. Muito observador, este Francisquinho. Aprende rapidamente. Prova disso foi, no dia seguinte ao almoço quando foi servido o prato de peru, ter comentado que havia talheres de peixe na mesa e que não tinha sido servido o peixe!

Já tínhamos assistido à Missa de Natal na televisão transmitida em direto do Vaticano. Depois de concluído o jantar, decidimos fazer a distribuição das prendas às crianças. O Francisco sofria e tinha sofrido diferentes patologias e intervenções cirúrgicas. É uma ternura e uma força da natureza. Ficou muito feliz com as prendas recebidas, outras vieram da Instituição que o acolhe, oferecidas por diferentes entidades e pessoas. Uma delas provinha de uma criança. A família também tinha colaborado ao saber da sua vinda. No final referiu. “O Jesus deu-me tudo o que eu queria!”. Uma ternura, esta criança tão sofrida, que nos fez deixar rolar uma lágrima, que procurámos esconder. O momento era de alegria!

No Dia de Natal depois de almoço fomos à Baixa ver os presépios nas diferentes Igrejas. Só uma estava aberta: A belíssima Basílica de Nossa Senhora dos Mártires de estilo barroco e neoclássico. A sua construção teve início no ano de 1147, após a reconquista aos Mouros. Foi reconstruída após o terramoto de 1755 e inaugurada no ano 1784. Maravilhados pela sua beleza fomos visitar o seu Presépio lindíssimo. Alguém conhecedor da história desta Basílica e do seu acervo, convidou-nos para usufruir de uma maravilhosa obra de arte. O Presépio, a quem se atribui a autoria de algumas figuras de terracota, a Joaquim Machado de Castro, séc. XVIII. Uma autêntica maravilha, montado na sua maquineta original.

Depois de um café na Brasileira do Chiado e de umas fotografias à estátua de Fernando Pessoa, que fez as delícias das crianças, descemos à beira rio. O Francisco ficou maravilhado. Queria muito molhar os pés. Foi difícil contê-lo. Unicamente com a promessa que, quando o tempo melhorasse, iria dar um passeio à praia e aí ao colo de alguém, molhar os pés, já que tinha um cateter colocado devido aos diferentes tratamentos oncológicos. Conformado e já feliz observou e ficou admirado com a estátua equestre de Dom José existente no Terreiro do Paço.

Era tempo de regressar a casa para descansar. No caminho vinha a pensar nos pequenos chocolates alusivos ao Natal. Acabámos por descobrir que, quando se deitava à noite, com o peluche Panda, trazia escondido dentro os chocolates, ou não fosse criança.

Quando chegámos a casa num primeiro momento pensámos que tinha sido assaltada já que as portas da biblioteca encontravam-se abertas, os livros todos espalhados no chão, bem como o meu computador. Algumas luzes acesas e portas de armário abertas. Que susto! O meu filho veio observar, já que nós não entrámos com algum receio, tendo-nos posteriormente tranquilizado. O computador encima dos livros dentro da biblioteca, com as crianças a mexer nestes dias, deve ter resvalado e forçou a porta mal fechada. O resto era pacífico. Ficámos aliviados mas foi uma grande aventura para o Francisco. Tinha mais uma história para contar aos amigos.

No dia da partida referiu que queria permanecer mais tempo em nossa casa. Ficou com um ar mais triste. Também nós gostaríamos de o receber mais vezes em nossa casa. Criou-se um laço afetivo. Também com a família através dos meios audiovisuais. Os meus sobrinhos, onde costumamos passar o Natal, ao despedirem-se do Francisco via Whatsapp, referiram que para o ano, se possível, o Natal voltaria a ser em sua casa e o Francisco estava convidado. Deu-me um abraço carinhoso de despedida, chamando-me avó. Referi que, quando quisesse ou fosse autorizado, poderia sempre vir. Esta casa também era sua. E partiu rumo ao seu futuro. Deus permita que seja bom, que os seus problemas de saúde e familiares tenham um final feliz. Vamos rezar por essa intenção. Graças a Deus tinha corrido tudo bem, tinha constituído uma verdadeira prenda de Natal de Jesus a sua doce companhia. Fazia agora parte da nossa família alargada. Ao chegar à sua “casa”, mostrava feliz as prendas que levava e certamente iria partilhar as histórias vivenciadas. No caminho perguntava para onde iria a sua cama, se tinha asas. Desconhecia o Francisco que tinha dormido numa cama antiga, de dossel, de campanha, trazida para Portugal por um general francês, aquando das invasões francesas, que tinha sido herdada e oferecida por mim à minha neta.

Santa Maria, esperança nossa, intercedei por todas as crianças que sofrem tanto por diferentes motivos… O Papa Francisco pediu atenção e solidariedade para com os mais frágeis e um clima de cooperação, porque todos somos “irmãos”. O Francisco neste Natal foi a nossa luz de Cristo. “Fratelli Tuti”!

Maria Helena Paes





Humanidade de grupo

Olá bom dia!

A pandemia traz confinamentos, portas fechadas de restaurantes e empresas, desemprego, fome...! E tardam pontos de encontro na procura de soluções, reuniões de vontades e recursos na busca de caminhos que devolvam a dignidade de vida a todas as pessoas. Sim, a aprovação da eutanásia no Parlamento, falsamente em nome dos 10 milhões de portugueses, é o último “machado de morte” sobre cidadãs e cidadãos que temem pela impossibilidade de acesso a cuidados de saúde, no contexto da atual pandemia. 

Conferência Episcopal Portuguesa fala em “tristeza e indignação” pela aprovação, na votação final global, do diploma que legaliza a prática da eutanásia. E repetiram-se condenações de associações de médicos e outras por uma decisão do Parlamento que facilita a morte num tempo em que são muitíssimo excessivas as mortes que acontecem em Portugal, por causa da pandemia.

A vida e a sua valorização pode (e deve) não ser olhada só para o seu fim, mas também para o seu percurso... E é sobretudo aí que se começam a cavar fissuras, distanciamentos entre pessoas, organizações, projetos. Infelizmente assim acontece com frequência, repetindo-se o dito do Evangelho: é mais fácil olhar para o argueiro na vista do outro do que para a trave que se atravessa no próprio olhar. Curiosamente, a realização da Jornada Mundial da Juventude é ocasião para se repetir este diagnóstico, com invetivas fáceis, acusações imediatas e condenações finais. Acredito que, como durante dois mil anos, qualquer circunstância será tomada como oportunidades de correção e de melhoria!

Felizmente, abundam as narrativas concretas que se distanciam de popularismos efervescentes das redes sociais e decidem deixar contributos concretos, para incluir todos e nunca deixar ninguém com fome. Deixo dois exemplos: a comunicação inclusiva em curso na realização da Jornada Mundial da Juventude e o trabalho de décadas dinamizado pela Irmã Fátima Magalhães no combate à fome das gentes de Elvas.

Histórias para ler na Agência Ecclesia! Passe por lá e acompanhe as celebrações dominicais, agora necessariamente à distância de um clique.

Desejo-lhe um bom fim de semana, a cuidar de si e, assim, de todos! Só com a humanidade de grupo conseguiremos a imunidade de grupo.

Paulo Rocha

 

 


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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

De familia comunista, ateo hasta la adolescencia, huyó como inmigrante pobre y ahora será obispo





Las tres conversiones de Joséphine, judía, católica y alérgica incluso a pisar una iglesia...





Sabedoria Popular

Gosto de provérbios. Eles condensam toda uma filosofia de vida, um olhar sobre o mundo, um olhar sobre o homem, nas suas grandezas e misérias. Há um, muito curioso, que reflete uma sociedade agrícola: a vaca ruiva, assim como é, cuida. Centrada em si mesma, não lhe passa pela cabeça que haja vacas de outras cores. Mais abrangente, saindo do mundo da lavoura, temos outro provérbio que diz: o ladrão pensa que todos o são. Este, significando o mesmo, é, no entanto, mais complexo. O ladrão tem consciência que é ladrão. Sabe que o é.  Pois se ele o é, o melhor é desconfiar de todos os outros. E em todos vê um ladrão. E ninguém o convence do contrário. De facto, é muito difícil conhecer as pessoas. Difícil? Não. Não é difícil. É impossível. As pessoas são como frascos bem arrolhados. Vamos lidando com elas como se fossem frascos de perfume, frascos lindíssimos, mas quando se abrem sai o cheiro pestilento de veneno mortífero.

Outro provérbio que me dá que pensar. Não será bem um provérbio - é mais um aforisma popular: a vingança serve-se fria. Não me parece que seja um conselho.  Nunca a sabedoria popular aconselharia um sentimento tão desprezível. É mais uma constatação. Acho que este provérbio será sobretudo um aviso a aconselhar prudência a quem deseje vingar-se. É que o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro. A vingança cega não vê que, ao desferir as setas, elas podem fazer ricochete e virarem-se contra o próprio que as desferiu. Ao querer enlamear o outro, julgando que o salpicam, enche-se de lama da cabeça aos pés. O vingativo não age pelo impulso do momento. Fica a remoer. Não lhe sai da cabeça. A vingança está sempre associada a covardia, a crueldade, a frustração, ao vazio de uma vida. Relacionada com a vingança, há uma frase que muitas vezes citamos em momentos de raiva, quando somos ofendidos: olho por olho, dente por dente. Mas esta frase não está ligada à vingança, mas sim à justiça. O castigo deve ser proporcional ao crime. É uma das leis consignadas no primeiro código que foi elaborado, gravado numa pedra, em escrita cuneiforme, organizado por Hamurabi, Rei da Mesopotâmia, atual Iraque, cerca de 1772 antes de Cristo, ficando conhecido por Código de Hamurabi. Podemos observar essa pedra no Museu do Louvre, em Paris.

Há um provérbio oriental que não diz respeito a vingança, mas a um outro sentimento perante a ofensa: a indiferença. Se o desejo de vingança revela um espírito desprezível, a indiferença revela um espírito superior. O nosso povo diz: palavras loucas, orelhas moucas. Os povos do deserto dizem: os cães ladram, mas a caravana passa. Eu gosto particularmente deste provérbio. Amo o deserto, a sua imensidão, o alaranjado das suas areias. Tive o privilégio de o apreciar: viajei de camelo, dormi numa tenda, vi o por do sol, o céu estrelado, sem limites, o nascer do sol, ouvi o silêncio. Gosto de visualizar este provérbio: vejo a altivez do camelo, a pequenez dos cães a correrem ao lado, pouco mais alcançando que as patas. E indiferente, o viageiro segue viagem, absorto na grandeza do deserto, de olhar contemplativo, sem ver nem ouvir os cães.

Cecília Rezende



Travar a legalização da eutanásia

Um conjunto de organizações sociais e da Igreja Católica lançou esta quinta-feira um manifesto contra a legalização da eutanásia em Portugal, que vai estar hoje em debate no Parlamento.

“Apelamos uma última vez aos deputados para que revejam a sua posição no momento de votar a lei em plenário e, se estes persistirem nos seus intentos, ao Senhor Presidente da República para que faça o que estiver ao seu alcance para travar a legalização da eutanásia em Portugal”, refere o documento que une a União das Misericórdias e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

O texto apresenta como signatários a Cáritas Portuguesa, a Universidade Católica, o grupo Cuf, o Instituto das Irmãs Hospitaleiras, o Instituto São João de Deus, o Refúgio Aboim Ascensão, a Casa do Gaiato de Lisboa, a FamiliarMente, Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas com Experiência de Doença Mental e o Apoio à Vida – Associação de Solidariedade Social.

“Numa hora sombria da história de Portugal, quando o país regista desde há duas semanas mais de duas centenas de mortes por dia, vítimas de Covid-19, no momento em que todos temos a responsabilidade de salvar vidas e de cuidar de vidas, na Assembleia da República, casa da representação democrática, um grupo maioritário de deputados fez aprovar em sede de Comissão Parlamentar de Direitos Liberdades e Garantias uma lei da Eutanásia a que dão o nome de ‘Antecipação da morte medicamente assistida”, lamentam os subscritores.

A Agência Ecclesia dá ainda destaque nas suas notícias à situação de violência doméstica que a Cáritas arquidiocesana de Braga está a procurar trazer à luz do dia e, dessa forma, combater.

A psicóloga Raquel Gomes disse hoje à Agência ECCLESIA que a pandemia de Covid-19 “agravou o nível de vulnerabilidade das vítimas de violência doméstica” e também de “outros públicos-alvo, mais vulneráveis noutras dimensões”.

A Cáritas Arquidiocesana de Braga, através do Centro de Informação e Acompanhamento a Vítimas de Violência Doméstica (CIAVVD), em parceria com a Escola de Direito da Universidade do Minho, realizou uma conferência online sobre ‘Um olhar multidisciplinar sobre o fenómeno’ integrada no ciclo que decorre este ano, subordinado ao tema ‘Violência Doméstica: compreender para intervir’.

Ouçam ainda a conversa que pude manter com Cecília Rodrigues, uma jovem cantora lírica de 28 anos mas cujo currículo espelha o esforço, dedicação e, nas suas palavras, a fé, companheira do seu trabalho.

Mas há mais para ler, ver e ouvir no portal de informação que quer levar até si o que de mais importante vai marcando a vida da Igreja, também neste tempo de pandemia e de confinamento responsável.

Faça a sua parte: cuide de si, fique me casa, e assim cuide dos outros.

Tenha um excelente dia!

Lígia Silveira

 

 


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