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sábado, 7 de novembro de 2020

Ideologia do género ou uma nova pandemia?

Quando ouvimos falar em ideologia de género, pensamos que estamos diante de uma situação definitiva. Tenho ouvido muitos se manifestarem contra e tantos outros se manifestarem a favor. O que muitos talvez não saibam é que a ideologia de género, faz parte de uma agenda muito bem montada; dentro da qual há diversos passos e momentos, que aos poucos vai-se instaurando nas mentalidades e culturas.

Em 1885 foi dado o primeiro dos passos para a elaboração desta agenda. O trabalho desenvolvido por Lewis Henry Morgan e continuado por Friedrich Engels, foi muito bem tematizado. Primeiro, colocar em questão o valor da família como estrutura privada e capaz de formar a consciência da pessoa. Tanto um como o outro criaram um modelo no qual as pessoas dentro da família, não tivessem nenhum tipo de relação, porque eliminando as relações familiares também se destrói-se o conceito de pessoa.

O segundo passo foi dado em 1968, Robert Stoller, define e especifica a necessidade de fortalecer o conceito e a definição do termo género, em detrimento da definição do termo sexo. Segundo Stoller, utilizar o termo sexo masculino e feminino constituía uma séria problemática para a identidade sexual do próprio individuo, pelo que deveria ser substituído pelo termo género.

Em 1975, Elisabeth Clarke e Simone de Beauvoir, surgem como as maiores promotoras do feminismo ocidental, no qual a ideologia de género e o aparecimento de um novo sexo, atrai a atenção sobre a situação que se vivia desde os alvores do século XX quando, em Nova Iorque, um grupo de mulheres decidiu manifestaram-se nas ruas exigindo o direito ao sufrágio. Este movimento ficou conhecido como “Feminismo ideológico”.

Desde o ano de 1999, iniciamos um quarto momento, que é aquele no qual nos encontramos. Diante da situação vivida pelos suposto apelativos do género e pelos novos movimentos sexuais, no século XXI, tornou-se mais relevante o processo educativo nas escolas em que países como Holanda, Bélgica e Suécia começaram a implementar. 

Este quarto ponto da agenda pretende criar um sistema, pedagógico dentro do qual um dos passos, seja permitir que a pessoa não se sinta reconhecida na sua natureza e que com o passar do tempo, ela mesma possa descobrir qual é o seu estado natural e então “decidir” se é homem ou mulher. Esta suposta decisão, vem acompanhada de um aniquilamento da pessoa, substituindo-a por alguém sem identidade. Nos países supra citados, hoje as pessoas que optaram por este sistema, não conseguem encontrar uma forma acertada para o tal desenvolvimento da identidade; pois os estudiosos da ideologia de género não tem a certeza se ela terá em conta a liberdade genuína da pessoa, que nasce nas mesmas relações, que eles se permitem proibirem. 

Parece que existem ainda mais quatro passos a serem cumpridos e bem desenhados dentro desta agenda. O próximo será a desconstrução do significado do termo pessoa e até mesmo o termo indivíduo, sendo assim quem decide no seu lugar já não é alguém autónomo, mas sim alguém que poderia deixar nas mãos de um outro essa decisão.

O seguinte passo seria o mais rápido de todos. Eliminada a pessoa, eliminam-se também as suas relações e os seus efeitos. Uma tendência forte actualmente é o  chamado “poliamor”. Onde as pessoas podem estabelecer matrimónios ou uniões de facto, mas sempre abertas à outro tipo de relações, sem compromisso definitivo ou sem a exigência de estabilidade ou unicidade.

O último dos itens desta agenda é de caráter anti-metafísico. Qualquer tipo de relação com a transcendência, com a religião, ou com o Deus Criador, deve ser simplesmente anulada. O homem do século XXI quer ser o dono do seu corpo, mas perderá o seu bem mais precioso - a sua identidade e a grandeza de ser pessoa. 

Os passos a seguir só serão evitados se percebemos que existe algo mais profundo, perverso e maquiavélico quando nos falam em ideologia de género.

“A ideologia de género é uma tentativa de afirmar que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do género, isso é uma construção social”. Por favor não se riam e acreditem que não ensandeci, é disto mesmo que nos querem convencer…

Se vos parece que isto é uma brincadeira de mau gosto, ou algo muito ténue ou inócuo, esqueçam, porque é uma poderosa estratégia de destruição humana e, com uma agenda diabolicamente construída que se veio paulatina e sorrateiramente instaurando nas mentalidades e culturas mundiais e agora, como temos visto e ouvido, no seio das nossas escolas. 

Maria d´Oliveira 


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