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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Vai entrar Obrigatoriamente na Casa dos ESTUDANTES do ensino não superior!

Quer queiramos quer não, O EstudoEmCasa parece incluir a disciplina Cidadania e desenvolvimento. Por isso, resolvi comentar um pouco este tema tão controverso, socorrendo-me de uma conferência proferida pela filósofo Benigno Blanco.

A ideologia de género (IG) é uma ideologia actual com uma nova terminologia ao abordar o ser humano, em particular a sexualidade.humana, e que faz parte da agenda politica em alguns partidos, aprovando leis que pretendem mudar a antropologia no que se refere ao matrimónio, à sexualidade e à educação. Ao abordar este tema temos de o ver sob o ponto de vista filosófico, Surgiu em meados do século passado; época da comercialização da pilula, do existencialismo francês, de uma visão pessimista do ser humano que se vai propagando nas sociedades ocidentais. Freud e Marx criam uma antropologia alternativa à antropologia cristã. Nesta época defende-se que o feminismo clássico fracassou porque tentou igualar a mulher (classe oprimida) ao homem (classe dominante) utilizando a concepção marxista. Segundo esta visão o problema da opressão do homem sobre a mulher advém de admitirmos a existência da dualidade homem - mulher. Assim, há que acabar com os conceitos clássicos de sexualidade, defendendo que a sexualidade não faz parte da natureza humana sendo apenas uma criação cultural. O poder politico passa a legislar no sentido de mudar a linguagem, para excluir toda a referência ao feminino e ao masculino, não se referem mais ao sexo mas sim, ao género. Segundo esta teoria, o corpo humano não fornece qualquer informação de quem somos. O mundo material – incluindo o corpo humano, não é se não o fruto cego da evolução casual. Assim, sexualmente somos aquilo que muito bem quisermos! Não se fala de sexo mas de relações afectivas - sexuais como decisão subjectivas que cada um toma. Já não somos meras criaturas, não somos como algo dado mas sim, o que decidimos ser, isto é, tornamo-nos deuses, não há nada que seja mau ou bom, melhor ou pior mas sim, o que a pessoa decide. Assim, esta teoria é absolutamente contrária ao humanismo clássico e em particular ao humanismo cristão pois para um cristão, nós somos quem somos, possuímos inteligência para discernir o que somos e através da nossa liberdade não podemos decidir a nossa natureza, mas sim, agir em conformidade com a mesma para alcançarmos a felicidade para que fomos criados.

A questão de ser sexo ou género é o tema da nossa época ou seguimos a matiz cristã que defende a natureza humana sexo feminino ou masculino ou a ideologia do género defensora do sexo como algo a definir pelo próprio. Este tema, segundo, Blanco, vai ser a questão do nosso tempo da mesma forma que no século passado foi a escolha entre o marxismo/liberalismo entidade pública/entidade privada que orientavam a organização da sociedade. Agora, o problema não é um problema do modelo de Estado que se deve seguir mas sim, o modelo de pessoa, Claro que, para alcançar este modelo os seus defensores de um modo muito eficaz utilizam o Estado para elaborar as leis que melhor servem esta ideologia, e influir sobretudo na Educação, entrando com conceitos como afectivo-social. Podemos observar este fenómeno, por exemplo em Portugal deixou de estar inscrito no Cartão de Cidadão se o cidadão é do sexo feminino ou masculino bem, como o conceito de casado que já não é entendido como apenas como uma união heterossexual.

Mas, muito mais grave é pretender em alguns países como no nosso, criminalizar as pessoas que negam a ideologia de género, como um crime de ódio , como um ataque aos elementos da LGTB .Os defensores da Ideologia de Género, usando a terminologia marxista, apresentam o problema como se tratasse de uma luta contra as pessoas homossexuais, lésbicas, transexuais, etc. este método tem-se demonstrado extremamente eficaz. Mas que não possui qualquer fundo de verdade pois esta teoria não pretende a luta contra a descriminação Histórica dos homossexuais mas sim, uma mudança no conceito de natureza humana. Esta nova ideologia confunde opinião com o atentado às pessoas que defendem a I.G. O que não é verdade, quem não concorda com a I.G. não está contra as pessoas que a defendem mas, tem outro modo de pensar. Nos países onde esta ideologia começa a ter bastante aceitação, vai-se mirrando a liberdade de pensamento em matéria sexual, em matéria afectivo-sexual e mesmo em matéria moral/religiosa quando a doutrina dessa religião, como é o caso da cristã e em particular, a Católica, vai contra a I.G. e portanto transforma-se numa ameaça para todos. Esta ideologia está a penetrar as suas ideias na educação. Vão formatando as crianças desde muito novos, nesta nova ideologia. Em Portugal este tema faz parte do ensino obrigatório na disciplina de Cidadania. Se temos 30, 40 ou mais anos já temos as nossas escolhas feitas, não as iremos mudar. Contudo, às gerações mais jovens é fácil “doutriná-las” porque se vai dando outra percepção acerca da sexualidade. Estas leis são eficazes na Educação porque o Estado é o detentor de 80% dos estabelecimentos de ensino e caso os outros estabelecimentos não lecionem estes temas podem ser-lhes retirada a autonomia.

Ao doutrinar as crianças e os jovens sob ponto de vista da I.G., estamos a permitir que eles sejam enganados sobre quem são como pessoas e sobretudo, sobre a matéria da sexualidade. Deste modo urge dar às novas gerações ideias correctas sobre a sexualidade. A I.G. implementou-se com muita facilidade porque, segundo Blanco, houve durante dois milénios um silêncio sobre este tema. Quando se falava era como algo menos bom e portanto havia que não o mencionar. Temos de falar muito e bem da sexualidade, segundo o mesmo filósofo afirmando que somos a nossa sexualidade, não temos apenas sexualidade, eu sou mulher 24h/dia, 365/366 dias/ano, o meu irmão é homem da mesma forma. A mim define-me a feminidade e ao meu irmão a masculinidade. Uns são XX, outros XY. Há um profunda amor à liberdade. E todos podemos “meter a pata” e não agir de acordo com o que somos mas, temos a liberdade de rectificar. Pelo, contrário a I.G. tem uma visão determinista se fazes isso tu és isso e não sairás desse ambiente. O masculino e feminino são transversais a toda a condição humana. Bento XVI afirma que o ser humano moderno, com o seu ateísmo, quis excluir Deus. Sem Deus, sem alma e sem corpo o Homem transforma-se num deus que se cria a si mesmo e deixa de ser uma criatura. Temos duas hipóteses ou temos uma natureza que descobrimos com o uso da razão ou somos alguém que se cria a si mesmo e somos a fonte do bem e do mal. Podemos usar a nossa inteligência para conhecer a sexualidade. Olhamos para o Homem e vemos menino e menina. Graças a este carácter binário podemos ser pai ou mãe. Podemos não vir a ser porque tomamos outras opções mas, potencialmente um rapaz é potencialmente um pai e uma menina uma mãe. Um rapaz por mais que queira nunca vai poder ser mãe. Este sentido de ser pai e mãe é uma maravilha que, segundo Blanco temos de voltar a redescobrir, o sentido de gerar novas vidas. A mulher quando engravida não se torna escrava do homem, como preconiza a ideologia do género mas, muito pelo contrário, é uma enorme graça poder gerar uma nova vida. Pelo que, o casamento é entre um homem e uma mulher e isto nada tem de discriminatório. Faz parte da nossa natureza, somos assim. Se alguém tem uma ideia distinta desta, é livre de pensar de outro modo mas, tem de aceitar que haja outros pontos de vista e que é através da família e desta dualidade homem-mulher que se consegue garantir o futuro da sociedade com a construção de novas gerações. O corpo é algo maravilhoso, aproveitemos para redescobrir o valor da sexualidade, sobretudo os pais deverão abordar este assunto com os seus filhos e desde pequeninos pois depressa têm um telemóvel e acedem a outras formas de pensar que os podem arrastar se não foram atempadamente ensinados a quem compete. Assim, desde muito cedo, os pais devem dar-lhes critério, para que mais tarde possam dizer bom, mau, quero ou não quero.

Maria Guimarães
Professora


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