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terça-feira, 17 de novembro de 2020

A maior pandemia do mundo "não é o Covid, é o divórcio"

O Dr. Enrique Rojas não necessita de grandes apresentações, por si já é uma instituição no campo da psiquiatria em Espanha.

Com 73 anos é médico e professor, director do Instituto Espanhol de Pesquisa Psiquiátrica e presidente da Fundação Rojas-Estapé, e um profissional humanista envolvido plenamente na sua paixão pelo doente, pelas patologias, sempre disponível para tratar, ajudar, compreender e aconselhar.

Tem um amplo trabalho desenvolvido em áreas clínicas – a ansiedade, a depressão e desvios de personalidade – e psicológicas – como as crises conjugais, o fracasso escolar, desajustes no campo da sexualidade e os caminhos que conduzem à felicidade.

Numa breve entrevista concedida recentemente, Rojas quis abordar os temas da sexualidade, casamento, família e felicidade, como consequência da sua grande experiência profissional e dos casos flagelo que mais recentemente têm atingido a humanidade, como "a educação sentimental da nossa era" em que o aumento do consumo de pornografia, a grande imaturidade sentimental e a excessiva liberdade ou permissividade conduziram a uma mudança de paradigma no qual o sexo se tornou um “bem de consumo”.

A fragilidade dos afectos, a leveza de algumas relações amorosas e a ausência dum sentido forte de amor comprometido e duradouro, conduziu a que hoje a primeira pandemia do mundo "não seja o Covid, mas sim o divórcio", explica este médico especialista não só como forma de constatação, mas também, como alerta ou prevenção, na medida em que a sua experiência profissional, familiar e social o impelem a partilhar estas realidades constatáveis não só em Espanha mas também noutros países.

Recorda o terapeuta com toda a sua bonomia e esperança que em muitos casos conjugais a solução passa por compreender, amar, esquecer e "aprender a perdoar". Não há felicidade conjugal sem compreensão, sem perdão, sem esquecimento. A fórmula mágica do amor será: boa saúde, má memória e uma capacidade infinita de perdoar com misericórdia.

Balthazar  Vilanueva 


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