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domingo, 8 de novembro de 2020

New Age ou Nova Era, uma espiritualidade de substituição?

“Os deuses alimentam-se em segredo da ideia de Deus para impedir que o verdadeiro Deus apareça”. Henri de Lubac

Certamente já todos ouvimos falar da New Age ou Nova Era, porém muitos de nós ainda perguntamos em que consiste realmente este novo conceito de religiosidade. E na realidade esta pergunta é pertinente, pois não há uma definição precisa para esta mistura de doutrinas, crenças, esoterismos e misticismos diversos, que se vêm repercutindo no cenário político, moral e educacional, com grande destaque e difusão em muitas esferas da nossa sociedade, com grande impacto nos meios de comunicação, pelo que rapidamente foi globalizada e assimilada por uma Europa que se esqueceu ou ignora a sua herança religiosa e a sua alma cristã.

O Movimento do New Age ou Nova Era nasceu na década de sessenta do século passado, quando o mundo ocidental ganhou mais contato com o mundo oriental. Os primeiros símbolos deste movimento que se introduziram na nossa cultura foram o festival de Woodstock, no Estado de Nova York, em 1969, e o musical Hair, que expôs os principais temas da Nova Era em sua canção emblemática Aquarius”.

O Movimento New Age ou Nova Era é uma mistura de várias correntes esotéricas diferentes que defendem o fim da chamada Era de Peixes e a instauração da Era de Aquários. Durante as perseguições romanas, os primeiros católicos usavam alguns símbolos como identificação de sua Fé. Um deles, presente nas catacumbas e em vários objetos da época, era o peixe, que em grego, escreve-se ixtus, cujas letras são as iniciais de Iéssus Xcristós Teou Yiós Sotér (Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador). Logo esta Era de Peixes, que desejam extinguir, significa o Reino de Cristo na História, o Cristianismo!

A New Age ou Nova Era vê deus como uma força cósmica ligando tudo o que existe, pois cada objeto e cada criatura tem essa força dentro de si e o homem imagina-se como um deus numa tentativa perversa de arrastar o divino para o nível humano. Não aceita portanto um Deus pessoal, como o Deus da Bíblia.

“Na superfície, o movimento New Age parece um movimento de paz. Entretanto, é ocultista, mesmo quando Satanás não é mencionado. O ‘deus’ da New Age não é o Deus do cristianismo. O ‘deus’ da New Age é uma espécie de energia impessoal que abarca o universo inteiro. Esta é uma forma de panteísmo. Não se deixem enganar pelas suas palavra sobre ecologia, a beleza do mundo natural, a fundamental bondade dos objetivos aparentes deste movimento. Não é um poder espiritual que vem de Deus, mas do reino da luz falsa e das trevas” . (D. Donald W. Montrose, Bispo Diocesano de Stockton, na Califórnia).

 “As ideias do movimento New Age conseguem às vezes insinuar-se na pregação, na catequese, nas obras e nos retiros, e deste modo influenciam até mesmo católicos praticantes, que talvez não tenham a consciência da incompatibilidade entre aquelas ideias e a fé da Igreja. Na sua visão sincretista e imanente, esses movimentos […] tendem a relativizar a doutrina religiosa. […] Além disso, apresentam com frequência um conceito panteísta de Deus, o que é incompatível com a Sagrada Escritura e com a Tradição cristã”. (Papa João Paulo II aos bispos norte-americanos).

“A New Age – que se apresenta com a espiritualidade de substituição do cristianismo nesta era pós ou hipermoderna – está na realidade impregnada de esoterismo. Os seus profetas têm vindo a anunciar a iminência de uma nova religião mundial, única e universal, sem Deus, mais estilo sabedoria humana instaurada e dirigida por iniciados que tenham atingido estados de consciência superiores, de uma religião científica, em sintonia com a astrologia a qual proporcionará as respostas ao homem do futuro e lhe satisfará a sua busca espiritual”. “ O nosso objectivo não é restaurar o hinduísmo, mas varrer o cristianismo da superfície da terra”. (IMPOSTURAS ANTICRISTÃS, de Joseph Marie-Verlinde).

Ventos de doutrinas, corrente ideológica, modas de pensamento, ismos fatais e mortais, libertinagens, ateísmos e outras calamidades não cessaram de nos fustigar nestas últimas décadas. Casas construídas em fracos alicerces e um estado cada vez mais vulgar de menoridade na fé, não resistem aos batidos das ondas e aos sopros dos ventos contrários a Deus e à salvação dos homens. Sem fé e sem alimento religioso o homem é uma cana ao vento e os tempos modernos foram pródigos em tempestades e ventanias…

É o cenário da actualidade, é a ditadura do relativismo, será o preço que pagamos pelo nosso desinteresse, apatia, indiferença e comodismo?

Maria Susana Mexia


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